Capítulo 2: Sussurros na Floresta

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O ar na Floresta Proibida era denso e cheio de mistérios. As árvores, altas e entrelaçadas, criavam um teto natural que filtrava a luz da lua, transformando o chão em um mosaico de sombras e brilhos. O grupo se agachou sob uma raiz enorme, o coração acelerado, enquanto os ecos dos caçadores se distanciavam.

“Precisamos nos afastar daqui antes que eles voltem,” sussurrou Rafael, ainda em alerta. A adrenalina pulsava em suas veias, e ele sabia que o perigo não estava completamente afastado.

“Mas onde iremos?” perguntou Sofia, sua voz tremula. “Não temos ideia de como navegar aqui.”

Clara, observando o ambiente, sentiu algo diferente. As sombras ao seu redor pareciam dançar, como se a própria floresta estivesse viva. “Acredito que podemos usar isso a nosso favor,” disse ela, inspirando confiança. “Podemos nos mover pelas sombras. Ninguém pode nos ver se fizermos isso corretamente.”

Rafael assentiu, admirando a bravura de Clara. “Então, vamos. Precisamos encontrar um lugar seguro onde possamos nos reunir e planejar.”

Eles se moveram com cuidado, aproveitando cada sombra como um manto protetor. Clara liderava, guiando-os por entre as árvores, enquanto os sussurros da floresta pareciam encorajá-los. Os sons de corujas e o farfalhar das folhas eram os únicos companheiros em sua jornada silenciosa.

Depois de um tempo, encontraram um pequeno clareira cercada por arbustos densos. O local parecia ideal para se esconder e reunir forças. “Aqui,” disse Rafael, deixando o grupo entrar antes de fechar a entrada com galhos e folhas.

Assim que se acomodaram, a tensão começou a se dissipar. “Precisamos discutir o que fazer a seguir,” disse Clara, olhando para cada um deles. “Se ficarmos aqui, os caçadores podem nos encontrar. Devemos descobrir mais sobre o que eles querem e como podemos nos proteger.”

“Concordo,” respondeu Sofia. “Mas como vamos fazer isso? Não temos recursos ou informações.”

Rafael pensou por um momento. “Podemos usar nossas habilidades para espionar. Cada um de nós tem algo que pode ajudar. Clara, você pode se mover nas sombras. Sofia, você pode pedir ajuda aos animais da floresta. Eu posso criar distrações.”

O grupo começou a se animar com a ideia. “Sim! Juntos, somos mais fortes,” disse Sofia, agora mais confiante.

Enquanto planejavam, o som de passos se aproximou. O grupo congelou, e Rafael sinalizou para que todos se calassem. O barulho ficou mais alto, e as vozes dos caçadores eram audíveis. “Eu ouvi que eles estão por aqui. Vamos vasculhar mais a fundo,” disse um deles, a voz carregada de determinação.

A tensão voltou a subir. Clara fechou os olhos, concentrando-se nas sombras ao seu redor. “Precisamos agir rápido,” sussurrou. “Se eles nos encontrarem, não teremos como escapar.”

Rafael, olhando para os outros, tomou a iniciativa. “Clara, vá na frente e observe. Sofia e eu vamos nos preparar para criar uma distração se necessário.”

Com um aceno, Clara desapareceu na escuridão, enquanto Rafael e Sofia se posicionavam perto da entrada da clareira. O coração de Sofia batia forte, mas ela respirou fundo, focando na conexão que tinha com os animais.

Dois caçadores apareceram na borda da clareira, conversando em voz baixa. “Acho que eles foram para o sul. Vamos verificar aquele caminho,” disse o primeiro, olhando em volta.

Sofia fechou os olhos e sussurrou uma chamada para os pássaros. Instantaneamente, pequenos pássaros começaram a aparecer, prontos para ajudar. “Vocês podem criar uma distração?” perguntou ela, e eles piaram em resposta, prontos para agir.

Do outro lado, Clara observou tudo com cautela, esperando o momento certo para agir. Assim que os caçadores começaram a se afastar, ela sussurrou, “Agora!”

Rafael acendeu uma pequena chama na palma da mão, a luz iluminando a clareira e atraindo a atenção dos caçadores. “Para cá!” ele gritou, jogando a chama em direção oposta.

Os caçadores, distraídos, correram na direção da luz. “Vamos!” Rafael ordenou, puxando Sofia na direção oposta. Clara já estava à frente, usando as sombras para guiá-los.

Os três se esgueiraram pela floresta, corações disparados, enquanto os sons de confusão se dissipavam atrás deles. O medo ainda era palpável, mas a adrenalina da fuga também trouxe um sentimento de liberdade.

Finalmente, pararam em um novo esconderijo, mais profundo na floresta. “Conseguimos!” exclamou Sofia, ofegante. “Mas o que faremos agora?”

Rafael, ainda com a chama na mão, olhou para os amigos. “Agora, precisamos de um plano de verdade. Não podemos viver apenas fugindo. É hora de contra-atacar.”

A determinação em seus olhos refletia a nova realidade: não eram apenas crianças caçadas; eram uma resistência em formação. A luta pela liberdade estava apenas começando.

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