POEMA

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O Beijo da Morte

Do escuro eu temo o que não vejo,
Sob o olhar atento do meu stalkeador,
Desta vida tive o medo e o lamento de companhia,
Não houve antes um só  dia que eu busquei o riso, a paz ou o amor.

Pelas ruas andei sempre preocupado,
Contando os minutos como pétalas de flor,
Deixei um rastro de suor e pedras entre os meus passos,
Pois andei mais divagando que aprendendo a compor.

Ansioso, distraído e sozinho.
Não  nego!
Ei de dizer para todos os que me perguntar!
Desacelere, observe, eles disseram.
Como posso eu parar se quer pra chorar?

Não  pude sequer piscar, antes de ver o dia chegar.

Passei a vida sob o âmago fel dos cansaços imediatos,
Esquecendo a importância da interação humana.
Devia saber!
Ah como deveria.
Ao menos antes de seus lábios, tentar beijar.


J. C. CUNHA

Herdeiros pelo SangueOnde histórias criam vida. Descubra agora