Geração dos caídos

O que não sai pela boca a alma escreve

Enquanto eles sobem, eu fico pra trás, 
Sentado no canto, observando demais. 
Os risos ecoam, as conquistas são reais, 
E eu aqui parado, lutando com os sinais.

Sinto o peso, uma âncora no peito, 
Cada dia que passa, mais longe do efeito. 
Sonhos que gritam, mas a voz é tão fraca, 
Enquanto eles avançam, eu me sinto na placa.

"Vai lá, levanta", ecoa na mente, 
Mas a estrada é longa, e o fôlego é ausente. 
Vejo todos dançando, celebrando a vitória, 
E eu, só um espectador, perdido na história.

A frustração é um copo, transbordando dor, 
Um grito silencioso, um grito sem amor. 
Olhos que se fecham, o mundo embaçado, 

E eu, nessa luta, um soldado cansado.
Mas talvez a esperança seja um fio invisível, 
Uma luz no escuro, um caminho possível. 

Cada passo é um peso, mas também é um passo, 
E quem sabe um dia eu encontre o meu espaço.
Então, sigo respirando, um dia de cada vez, 
Entre sombras e ecos, busco a minha vez. 

Caminho longe, mas não vou desistir, 
A vida é um ciclo, e eu ainda vou seguir.