Ecos do Esquecimento

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No fundo da noite,
um medo sussurra,
a sombra da morte não é só o fim,
mas a certeza da ausência,
o silêncio que se estende
como um manto pesado,
sufocando o que fui.

Penso na minha amada,
um dia olhará o vazio,
os sorrisos se apagarão,
e eu serei apenas uma memória
esmaecida pelo tempo,
um retrato empoeirado
guardado em algum canto,
trocado por risos
de um amor que não é mais meu.

E meus irmãos,
que um dia foram tudo,
se distanciarão como folhas ao vento,
substituirão cada lembrança
por novas histórias,
até que eu seja um eco,
um sussurro perdido
na imensidão da rotina.

Meu melhor amigo,
que compartilhou meus sonhos,
um dia encontrará outros risos,
e eu serei apenas um capítulo,
uma página virada,
um nome esquecido
na poeira do tempo.

A morte não traz descanso,
mas a dor do esquecimento,
a angústia de saber que,
enquanto meu amor se desvanece,
minha essência se dissolve
em um mar de rostos novos,
até que eu não seja mais nada,
senão um eco de uma vida
que um dia foi vibrante.

Geração dos caídosOnde histórias criam vida. Descubra agora