Julgamento. Uma palavra que carrega o peso de olhares cruéis e palavras não ditas, mas implícitas em sorrisos falsos e cochichos. Vivemos em uma sociedade que, em vez de estender a mão, prefere apontar o dedo. Em vez de oferecer apoio, a gente se diverte vendo as falhas dos outros. Por quê? Vivemos em um show de Truman? Pelo visto julgar é mais fácil e conveniente. É a maneira mais rápida de se sentir superior sem ter o trabalho de realmente se importar com alguém.
Onde estão essas pessoas quando é hora de ajudar? Onde estão quando o outro está à beira do precipício, precisando apenas de uma palavra de conforto, de uma mão estendida? Não estão lá. Porque ajudar exige empatia. Exige a coragem de sair da própria bolha de autossatisfação e se envolver com a dor do outro. E isso, para muitos, é um esforço grande demais. O julgamento cruel é a arma dos covardes, daqueles que não têm coragem de enfrentar seus próprios demônios e, em vez disso, escolhem se alimentar das quedas alheias.
E há mais. Acredito que muitas vezes, essas pessoas que julgam com tanto fervor estão, na verdade, lidando com seus próprios desejos não realizados. O julgamento torna-se, então, um disfarce para a inveja, para o arrependimento de não ter tido a ousadia de fazer diferente.
É curioso como os maiores críticos são frequentemente os mesmos que pregam o amor ao próximo e a compaixão, não é ironico? Falam alto que "todo mundo erra, somos imperfeitos", mas, no "off", não hesitam em criticar pelas costas e alimentar fofocas, que hipocrisia! Quem essas pessoas acham que são? Se acham perfeitas, ou como se fossem Deus, com o direito de julgar? Agem como se fossem superiores, mas só mostram que não vivem de acordo com o que pregam.
Se essas pessoas realmente se importassem, se tivessem um pingo de compaixão, evitariam olhares de desprezo, o silêncio e a distância. Entenderiam que todos erramos e tropeçamos e que, nesses momentos, o que mais precisamos não são mais pedras, mas alguém que nos ajude a levantar. Como diria o Grupo Revelação: "Todo mundo erra!". E sempre vai errar.
No fim das contas, é fácil ser cruel. Difícil mesmo é ter coragem para ser humano.
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Autodestruição (meus pensamentos)
RandomSou uma autora autodestrutiva, completamente fracassada no amor e, com grandes chances, de ser um fracasso total na vida. Mas, de vez em quando, tento enxergar as coisas pelas quais ainda vale a pena continuar. Este livro é sobre meus pensamentos ca...