Ando refletindo muito sobre a invisibilidade, algo que, por vezes, passa despercebido até por aqueles que dizem se importar. Se você já esteve nesse lugar, sabe bem do que estou falando. É aquele vazio que surge quando, em meio a tantas pessoas, você se sente invisível. Não importa quantas vezes você levante a mão ou tente se fazer ouvir... ninguém vê ou ouve.
Desde que o mundo é mundo, somos seres sociais. Nossa sobrevivência sempre esteve atrelada a viver em comunidade, a criar laços, a nos conectar uns aos outros. Faz parte de quem somos, de como crescemos e nos desenvolvemos. É quase instintiva essa necessidade de pertencer a algo maior que nós mesmos. No entanto, o que acontece quando as pessoas ao nosso redor esquecem de olhar para o lado? Essas mesmas pessoas que dizem "estou aqui", nos momentos mais fáceis, mas que talvez nem entendam o que é de fato apoiar alguém. Claro, há pessoas que estão passando por seus próprios problemas e, por isso, podem não perceber essa ausência. No entanto, não é dessas pessoas que estou falando. Refiro-me àquelas que de fato escolhem o caminho da indiferença.
Há aqueles que sempre se veem cercados de convites, de sorrisos, de mensagens. Já a nós, excluídos, resta aceitar as migalhas.
Quantas vezes deixamos de notar a importância de um simples olhar ou até mesmo sua ausência? Muitos pregam que devemos nos acolher e encorajar, mas quantas vezes aqueles que sempre são incluídos conseguem perceber o que é, de fato, ser deixado para trás? Coloque-se no lugar do próximo, tire os óculos escuros e comece a olhar à sua volta. As "panelinhas" que se fecham em seus próprios mundos, deixam de lado quem não faz parte. Enquanto essas pessoas trocam risos e conversas, quem está de fora é como se não existisse. A indiferença se alimenta desse conforto de estar entre os seus, de não precisar olhar além do círculo. É mais fácil ficar no que já é conhecido, não é?
Agora, claro, não devemos nos colocar no papel de "coitadinhos e invisíveis", como se o mundo fosse apenas uma conspiração contra nós. A vida é mais complexa do que isso. Mas é inegável o quanto é difícil tentar lutar para fazer parte de um todo... sem o todo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Autodestruição (meus pensamentos)
RandomSou uma autora autodestrutiva, completamente fracassada no amor e, com grandes chances, de ser um fracasso total na vida. Mas, de vez em quando, tento enxergar as coisas pelas quais ainda vale a pena continuar. Este livro é sobre meus pensamentos ca...