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26/06/24. Quarta-feira, ?

Estava sentado em uma cadeira qualquer de uma delegacia. A delegacia em que sua mãe trabalha, para ser mais específico.

Por um segundo da noite passada, achou que tudo iria ficar bem, mas, se enganou.

"25/06/24. Terça-feira, 20:31.

Entrou depressa no local, ao lado da maca em que Shoko estava sendo transportada.

Shokinho, eu 'tô aqui, tá? A-aguenta firme.

A morena já não o respondia mais.

— Shoko?

— Senhor, precisamos que fique na sala de espera. A paciente irá para o pronto socorro. Entrará em uma cirurgia de emergência.

— Mas eu quero ir junto! — Foi ignorado. — SHOKO!

Apenas se retirou de onde estava, vendo eles avançarem. Como pedido, foi para a sala de espera, aflito."

Não adiantou de nada. Shoko morreu no meio da cirurgia, por "erros médicos". Foi expulso do hospital quando se alterou e tentou bater em um médico que estava lá.

Odiava aquela cidade. Odiava aquele hospital local, que estava ali apenas para não dizerem que não havia nenhum. Por que botaram um cirurgião inexperiente para operar alguém?

Simples, não se importavam com nenhuma vida perdida. Trabalham apenas por conta do salário.

Ghostface estava certo em fazer uma limpeza naquela cidade. Aquelas pessoas eram horríveis.

Porém, estava cego demais para ver que foi o mascarado quem havia posto a vida de Ieire em risco.

Encarava o nada, estava desnorteado. Eram muitas coisas para se processar. Sua melhor amiga e talvez sua mãe estão mortas.

O informaram que o carro em que sua mãe estava pegou fogo. Ainda não sabiam como aquilo havia ocorrido, mas talvez tenha sido o mesmo assassino de Shoko, Ghostface. Ou, algum acidente.

Ela estava em estado crítico, falaram que foi um milagre ela ter sobrevivido, mas, talvez, não durasse tanto tempo.

O que faria agora, sem Shoko?

Conseguiu ver suas unhas antes de sair do local. Estavam ensanguentadas, mas conseguiu ver a tonalidade rosa de esmalte, bem claro. O uniforme da escola. O broche de estrelas que usava. Seu tênis All Star que sempre usava.

Ghostface tinha comentado que havia pedido algo para ela, o que era? E por que sua amiga estava se comunicando logo com ele?

O indivíduo que tanto admirava e idolatrava matou sua melhor amiga e talvez sua mãe.

Já havia ligado para o número de Shoko, com esperança dela atender, falar que estava tudo bem. Falar que era apenas uma brincadeira de mal gosto e que ela era uma escrota por ter feito isso.

— SATORU! - Gritou alguém, que parecia entrar no local às pressas.

Era Suguru. Aquela voz, aqueles cabelos negros e olhos roxos eram inconfundíveis.

— S-sug—

Rapidamente se levantou, o moreno vinha correndo em sua direção. Quando o alcançou, o abraçou fortemente.

Satoru se sentia acolhido em seus braços, estava sem forças para retribuir. Apenas apoiou seu queixo no topo da cabeça do menor. Tinha que aproveitar, o moreno quase nunca abraçava ninguém.

When the sun goes down and the moon comes up. - 𝘀𝘁𝘀𝗴Onde histórias criam vida. Descubra agora