Capítulo 3

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Alguém contou a esta autora que Byun Yohan foi visto da Joalheria Mor comprando um solitário diamante. Será que a nova ou o novo sr. Byun está prestes a surgir? 

CRÔNICAS DA SOCIEDADE DE LADY CITYBELLOW,
28 DE ABRIL DE 1813

Jungkook pensou que a noite não poderia ficar muito pior. Primeiro, vira-se forçado a passar o tempo inteiro no canto mais escuro do salão de baile o que não foi muito fácil, já que Lorde Kim era claramente um apreciador tanto da beleza quanto da iluminação das velas. 

Depois, quando tentava escapar conseguira tropeçar no pé de Yong Yina, que nunca é a ômega mais discreta do salão, ela gritou “Jeon Jungkook! Você se machucou?”, o que deve ter chamado a atenção de Yohan, porque ele virou a cabeça como um pássaro assustado e imediatamente começou a atravessar o salão correndo. Jungkook esperava - não, rezava - conseguir ser mais rápido que Yohan e chegar ao toalete dos ômegas antes que ele o alcançasse. Mas ele lhe encurralou no corredor e começara a declarar seu amor.

Como se tudo isso já não fosse constrangedor o suficiente, agora aparecera aquele alfa - aquele estranho lindo e elegante de uma forma perturbadora - e testemunhara tudo. E pior, ele estava rindo!

Jungkook o fuzilou enquanto ele se divertia às suas custas. Como nunca o vira antes, ele devia ser novo em Londres. O pai ômega havia garantido que ele fosse apresentado a todos os cavalheiros qualificados da cidade - ou ao menos que eles soubessem de sua existência. 

Claro que aquele alfa poderia ser casado e, portanto, não constar na lista de vítimas potenciais de Jungkook, mas, instintivamente, sabia que ele não poderia estar há muito tempo em Londres sem que todos estivessem cochichando ao seu respeito. Afinal, o rosto dele era simplesmente perfeito. 

Jungkook levou apenas um instante para se dar conta de que todas as estátuas de Michelangelo não chegavam a seus pés. Os olhos eram curiosamente intensos, os cabelos espessos e escuros, e ele era alto - tão alto como seus irmãos, o que era raro. 

Ali estava um alfa, Jungkook pensou com sarcasmo, que possivelmente poderia livrar para sempre os Jeons dos ômegas machos e fêmeas cheios de risinhos.

E por que isso o incomodava tanto?

Não sabia. Talvez porque tivesse consciência de que um alfa como ele jamais se interessaria por um ômega como si. Ou então porque se sentia como o último das criaturas sentado no chão diante da esplêndida presença dele. Ou, ainda, simplesmente porque o alfa estava ali parado, rindo, como se ele fosse alguma espécie de atração circense.

Mas, qualquer que fosse o caso, Jungkook foi tomado pela rabugice e franziu a testa quando perguntou:

— Quem é você?

Jimin não sabia por que não tinha respondido a pergunta de maneira direta, mas algum diabinho fez com que dissesse:

—  Minha intenção era ser seu salvador, mas é claro que você não precisa dos meus serviços.

— Ah — exclamou, parecendo mais tranquilo. Apertou os lábios, torcendo-os levemente enquanto pensava em como continuar — Bem, muito obrigado, então, eu acho. É uma pena que não tenha se manifestado dez segundos antes. Eu preferiria não ter batido nele.

Jimin olhou para o alfa no chão. Uma marca roxa já aparecia em seu queixo e ele gemia.

— Kook. Ah, Kook. Eu amo você, Kook.

— Suponho que você seja Kook, certo? — sussurrou Jimin, olhando para ele.

Era de fato um jovem bastante atraente, e daquele ângulo o corset acima de sua camisa social embabadada, parecia quase indecente. 

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