Monsters in Cage

Cara mia

Lady Beneviento nunca agia por impulso. Em contraste com seu exterior estoico, ela era internamente hiperativa. Graças à sua percepção estendida através de suas bonecas, ela era continuamente inundada com todos os tipos de informação. Ela silenciosamente coletava o máximo de conhecimento possível da situação antes de fazer qualquer escolha. 

Praticando suas habilidades botânicas, ela aprendeu a identificar flores diferentes. Para pessoas não iniciadas, elas pareciam todas bem parecidas. Assim, ela desenvolveu seu senso de observação. Quando criança, seus pais costumavam elogiar seu dom natural para detectar pequenos detalhes aos quais ninguém prestava atenção. Assim que os intrusos colocavam um pé em seu território, ela conseguia estabelecer um perfil antes que eles encontrassem seu destino. Ver as alucinações das vítimas confirmava suas teorias e provava que suas suposições eram precisas. 

Donna frequentemente se pegava examinando os Lordes durante as reuniões. O pescoço da Madre Miranda era o indicador de sua paciência: quanto mais visíveis as veias eram, menos tolerante ela se tornava. Lorde Heisenberg provocou Lady Dimitrescu deliberadamente quando quis encurtar a reunião. Ele havia descoberto que a deusa da vila era rápida em concluir a sessão para evitar brigas estéreis que consumiam tempo. Lorde Moreau tinha um tique nervoso. Ele movia a cabeça como se quisesse sacudir o cabelo sempre que tinha a palavra. O movimento só fazia os ossos de sua coroa feita por ele mesmo colidirem. Lady Dimitrescu gostava de ser a primeira a chegar para poder sentar e recuperar o fôlego antes que os outros aparecessem. Ela também não perdia nenhuma oportunidade de enfatizar a falta de pontualidade de Heisenberg. O Lorde velado sabia muito sobre eles sem realmente falar com eles. 

Obviamente, o indivíduo que o recluso mais entendia era Bela. Ela havia lutado contra sua profunda introversão para se comunicar com a bruxa, verbalmente ou não. Passando um tempo precioso com sua amiga, ela podia antecipar as palavras e ações da outra. Donna podia adivinhar o que o devorador de humanos estava pensando. Reciprocamente, Bela era capaz de interpretar o comportamento do recluso. Claro, elas ainda conseguiam surpreender uma à outra de forma positiva. Na maioria dos casos, elas conseguiam ler uma à outra. 

E ainda assim, a última interação com Bela deixou Donna perplexa. A bruxa estava pedindo em silêncio ao artesão de bonecas para tomar a iniciativa, para fazer o primeiro movimento. O problema era que o Lorde caolho não tinha ideia do que a Srta. Dimitrescu esperava. 

Havia uma teoria que responderia ao enigma. Nesse caso, ambos compartilhavam a mesma aspiração de aprofundar seu vínculo. Seria fantástico: lhe traria uma quantidade inimaginável de alegria, no entanto, também era inconcebível. Donna se castigou por ser uma idealizadora tão irrealista. Ao contrário de sua criadora, Angie a encorajou a seguir seu instinto e perseguir seu sonho. Até insultou sua inteligência por frustração: "Use seu único olho, dang, dang! Não seja cega! Loucamente inteligente e tão alheia..." O insone achou cruel dar-lhe falsas esperanças. 

Temendo ser desajeitada com Bela, Donna decidiu permanecer em sua zona de conforto. Ela ainda preferia ficar parada e contemplar as possibilidades de longe. A menos que a filha de ouro de Lady Dimitrescu declarasse claramente sua aspiração, ela não forçaria sua fortuna imerecida. 

Falando em aurum, o olhar de Donna havia captado uma tendência recente de ser atraída por qualquer coisa semelhante a um amarelo profundo. Talvez ela inconscientemente esperasse pela aparição de Bela. A paleta de cores da vila era bastante fria, então qualquer cor quente era marcante. No entanto, ela percebeu a tonalidade brilhante em diversos moradores. Portanto, os símbolos associados ao ouro eram bastante díspares para ela.

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O ouro era um símbolo de falsidade. Como Donna não tinha grande estima por nada relacionado a ela, o botânico atribuiu às suas flores brilhantes a ideia de duplicidade. Envolto em uma nuvem amarelada, o infame tesouro da casa Beneviento era uma miragem.