Capítulo 1 – "A cidade caiu, não temos muito tempo!"
"Deus da misericórdia saúda a nova alma, na vida eterna, cheia de alegria da luz, na Irmandade dos Santos no céu. E quando o Senhor Jesus vier pela segunda vez, o homem que morrer em nome de Cristo será ressuscitado da sepultura e terá vida eterna."
"Amém."
O padre beijou a cruz de prata e a segurou contra a luz do céu através dos vitrais altos da igreja, projetando sua silhueta no caixão de pinho preto colocado no meio do altar. Uma mulher branca vestida de preto se agachou na frente dele, cobrindo a boca com as palmas das mãos geladas, mal conseguindo conter os soluços enquanto abraçava o menino ao seu lado.
"...... Mamãe?"
"Sim?"
"Deus ama o mundo?"
"Deus ..." A mulher tremeu e respirou fundo, antes de responder com uma voz rouca: "Deus ama todos os seres sencientes, por isso abençoou seu filho Jesus, para que todos os que nele creem não pereçam e ganhem a vida eterna..."
"Então por que somos privados de nossa liberdade, roubados e presos?"
"......"
"O mundo não é criado sem desigualdade?"
Antes que ela pudesse responder, a porta atrás da mulher foi repentinamente aberta, e várias figuras correram para dentro da igreja, todas gritando. A mulher só teve tempo de arrancar o pingente que estava usando no pescoço e colocá-lo nas mãos do menino, antes de ser pega por vários soldados fortemente armados e arrastada para trás à força.
"Corra, corra!" A mulher lutando gritou em meio ao caos: "Corra, saia daqui!"
"Não olhe para trás, não desista!"
"Mamãe te ama! ..."
A igreja então desabou com um grande estrondo, as chamas queimando transformaram a vista ao redor em um cinza semelhante ao céu nublado acima. Gritos logo se transformaram em nada, enquanto o vento soprava as cinzas, as espalhando na vasta terra desolada.
O menino estava correndo no deserto, com os soldados e cães atrás dele. Um mar de luzes gradualmente se dissipou à sua frente, e ele logo viu uma enorme cidade aparecer sob o penhasco em que estava. O menino ouviu o som de seus perseguidores se aproximando rapidamente de sua posição e saltou apressadamente!
O vento assobiava em seus ouvidos e o pingente em seu peito subia com ele.
O menino fechou os olhos quando começou a cair rapidamente. A última coisa refletida em suas pupilas negras era a visão da noite solitária, fria e interminável.
"Aqueles que estão mortos serão ressuscitados e terão vida eterna..."
Ele disse em seu coração: "Amém."