A primeira semana de campanha evoluiu melhor do que eu esperava. Com a ajuda de Cho, tivemos mais oportunidades de contato com alguns clubes, e fizemos nosso melhor para aproveitá-las.
Minha ideia principal, que colocamos em prática recentemente, era dar chance a alguns clubes de interagir com profissionais da área. E não vou negar que usei os meus contatos familiares nessa história.
Minha mãe havia me dito para usar meu poder de filho, e fiz exatamente isso. Certamente não era essa a ideia que ela tentou transmitir, mas era o que eu precisava no momento.
Para o clube de culinária, a família de Jin se propôs em ajudar com treinamentos e atividades na própria padaria. Já o de literatura, que até então não tínhamos a menor chance de conquistar, minha mãe, usando sua vasta rede de colegas, prometeu ajudar com eventos, incluindo visitas periódicas a editoras.
O clube de música teve tratamento similar, com ajuda de Kyoshi e Tomiko da loja de música local, e obviamente, com um toquezinho de leve de meu pai e sua também vasta rede de contatos, conseguimos garantir atividades parecidas com as prometidas ao clube de literatura.
Nosso próximo passo seria uma campanha antibullying, e o intuito era integrar mais escolas da cidade, além da nossa no programa, do ensino básico ao médio. No entanto, esse era um assunto para a semana seguinte.
Já era tarde da noite na sexta feira, e após um banho tomado, não estava com muita disposição para nada, além de desabar em minha cama. Me divertia com o trabalho de campanha, era verdade, mas todos os dias chegava morto em casa.
Quando meu smartphone tocou, eu resmunguei involuntariamente, não queria falar com ninguém mais hoje. No entanto, ao ver a pouco usual autora da chamada, atendi sem muito demora.
"Tia Koharu?"
"Yuki, meu docinho, Que saudades! Está podendo conversar agora?"
"Claro, tia, como poderia te ajudar?"
Ela fez uma pausa antes de continuar. Chuto que já sei qual o assunto.
"Você tem falado com Masami recentemente?"
Bingo.
"Conversamos há um mês, mais ou menos, porque?"
"Como ela pareceu para você?"
Era difícil dizer, não a conhecia o suficiente para tirar muitas conclusões de uma ligação, então simplesmente decidi contar o que conversamos.
"Me pareceu a Masami usual. Ela queria me falar sobre o fim da turnê ser em Aomori."
"Ah, tem isso também. A garota escolheu nossa cidade sem fazer a mínima pesquisa."
"Sim, eu falei de como Aomori fica nessa época do ano... Está tudo bem, tia? Aconteceu algo com Masami?"
Eu fiquei preocupado, de verdade. Minha tia não me ligaria à toa, não a essa hora, a menos que tivesse algo sério acontecendo.
"Os primeiros dois shows foram um sucesso, ela está se esforçando muito, seja com os treinos e a parte publicitária... Mas ela não me parece bem."
"A senhora acha que ela está tendo dúvidas sobre a graduação?"
"Não, não acho. Masami está nessa vida a mais de quatro anos. Desde os quinze tem lidado com a loucura da nossa indústria, ela está genuinamente de saco cheio."
Me mantive em silêncio, ela parecia ter mais a dizer.
"...No entanto, isso não quer dizer que outras dúvidas não possam surgir. Quatro anos é bastante tempo, a ideia de separar a idol Masami, da garota Masami não é algo simples assim."
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TOKIMEKI
Novela JuvenilNa cidade de Aomori, no norte do Japão, o jovem Yukihiro Hayate vive seu segundo ano de ensino médio. Prestativo, o famoso faz tudo da escola estende suas mãos aos diversos clubes e ao conselho estudantil, enquanto espera a resposta de sua amiga de...