Decisões e implicâncias

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Min esperava por Jeon em pé, em um ponto de ônibus que ficava em frente ao supermercado. Já fazia horas que ele estava ali, aguardando a chegada do outro. Não reclamaria, afinal, não sabia ao certo a que horas deveria estar no local, então veio o mais rápido que pôde. Ainda assim, a espera era agonizante, pois Min não fazia ideia do que passava pela cabeça de Jeon ou quais medidas ele tomaria. Será que ele o humilharia na frente do supermercado? Ou talvez já tivesse chamado a polícia para prendê-lo?

Para quem olhava de fora, Min parecia um garoto cabisbaixo e profundamente pensativo. As pessoas lançavam olhares de pena, sem sequer conhecer sua história ou saber o motivo de seu abatimento. Ele sabia que não havia muito o que fazer. Poderia ter ignorado o chamado de Jeon, mas de que adiantaria? No dia seguinte, não haveria como fugir, já que ainda estudavam na mesma escola e, pior, na mesma sala de aula. Min sabia que precisava lidar com as consequências de seus atos. Sua mãe sempre lhe ensinara: "para toda ação, há uma consequência". Até nas aulas de física e química, ele ouvia que "toda ação tem uma reação". Isso fazia parte de sua vida cotidiana, e ele estava disposto a arcar com suas responsabilidades.

A primeira palavra que sua mãe o ensinou a soletrar e separar em sílabas foi "res-pon-sa-bi-li-da-de". Era exatamente isso que ele precisava ter naquele momento. Min estava disposto a fazer qualquer coisa que Jeon pedisse para evitar ser preso. Mas, se fosse inevitável, ele imploraria por piedade, como já tinha feito horas antes. Ainda assim, se acabasse sendo preso, desejava ao menos poder abraçar seus pais e passar mais um dia ao lado de Hoseok. Ele sabia que demoraria para sair da prisão, principalmente por ter roubado alguém muito rico.

Alguém o pegou por trás, exatamente na cintura, fazendo um barulho estrondoso com a boca. Min estava tão absorto em seus pensamentos que nem percebeu a aproximação, o que o fez se sobressaltar, dar um passo para frente e levar a mão ao peito, sentindo o coração disparado. Ele se virou abruptamente, com uma expressão nada amigável, e viu quem havia o assustado. Era Jeon, todo arrumado, vestindo uma calça de moletom cinza, uma blusa branca e um tênis tão branco que parecia recém-comprado. Jeon quase chorava de rir pela reação do mais baixo.

– Jeon, pelo amor de Deus! – disse Yoongi, revoltado com a atitude do outro.

– Levou um susto, foi? – Jeon mal conseguia parar de rir, achando a reação dele extremamente divertida.

– Ah, fala sério, Jeon! Como eu não iria me assustar com alguém chegando atrás de mim do nada? – respondeu, se justificando.

– Bem, achei que você não se assustasse tão fácil assim. Ladrões normalmente não são tão medrosos, não é? – Jeon falou com um tom de deboche, observando Yoongi de cima a baixo. "Já estava demorando", pensou Yoongi, irritado.

– Ah, Jeon, por favor, não me faz perder tempo com essas baboseiras – Min foi direto, detestando o ar de superioridade que Jeon exalava.

– Certo, então vamos ao ponto. Você precisa pagar pelo que roubou... – Jeon começou a dizer, mas Min o interrompeu.

– Jeon, você acha mesmo que, se eu tivesse dinheiro, eu teria roubado?

— Primeiramente, não me interrompa, ainda estou falando. Voltando ao assunto, você precisa pagar pelo que roubou, mas, como disse, não tem dinheiro — Min o encarava com um olhar que dizia "tá, e o que tem?". — E como eu sei que você não está trabalhando... — Jeon continuou, antes de ser cortado por Min.

— Como você sabe disso?

— Ouvi sua conversa com o Hoseok. Agora, para de me interromper. Então, você tem duas escolhas: já que não quer devolver os produtos nem ser preso, vou te dar mais duas opções. Ou você arruma um emprego no supermercado onde meu pai é sócio, ou você trabalha para mim. Mas, deixo claro, não vou te ajudar a conseguir a vaga lá; vai depender do seu esforço.

Furtivamente Seu - YoonkookOnde histórias criam vida. Descubra agora