Capítulo 08 - A Decisão

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Enfim, nós nos mudamos mesmo e ficamos morando naquele lugar por 3 anos, fizemos amizades, nos acostumamos com os vizinhos, tudo era uma maravilha fora de casa, mas meus pais ainda continuavam brigando mais do brigavam antes. Meu irmão continuava roubando dinheiro do meu pai, e por pior que pareça, meu irmão mais novo e até a minha própria mãe também faziam isso.

Eu me decepcionada ainda mais com todos na minha casa, Meus pais brigavam tanto que acabava afentando à mim e aos meus irmãos. Nós nos afastavamos cada dia mais, minha mãe nunca foi aquela mãe presente na minha vida, meu pai muito menos. Ela nunca me perguntava nada sobre o que eu sentia ou se eu estava bem, já ele era pior, me prendia dentro de casa, e quando eu saísse para algum lugar, teria que voltar na hora que ele mandava. Se ele me mandasse estar em casa às 18hrs, e se eu atrasasse 2 minutos, já era motivo para discussão e eu sempre apanhava do meu pai.

Acho que eu criei esse meu jeito de ser "fechada" com as pessoas, por causa desse motivo. Toda vez que alguém da família ia nos visitar, eu corria e me trancava no quarto, minha mãe sempre brigava comigo por causa disso. Ele falava que eu me comportava como pessoa de "sítio", mas acho que pessoas de sítio nem tinham esse meu comportamento.

Depois desses 3 anos que moramos juntos, minha mãe não aguentou as brigas com o meu pai que ficaram muito constantes. E acabou se separando novamente dele. Eu pensava comigo mesma "Ah, é por pouco tempo, daqui à pouco eles voltam de novo", mas não, minha mãe estava totalmente decidida, e se separou mesmo do meu pai. Levou junto com ela, eu e meus dois irmãos Márcio e Maysa, porque o meu outro irmão Maciel, decidiu ficar com o meu pai de novo.

Depois de uns 2 meses de mudança, meu irmão chegou na nossa casa falando que queria ficar conosco. Que não estava aguentando morar com meu pai.

Minha mãe claro que aceitou que ele morasse junto com a gente, mas meu irmão mais velho nãos gostou muito da idéia e os dois brigaram feio, minha mãe tentou interromper, mas não conseguia. Quando ela saiu para chamar algum vizinho para ajudar, meu irmão mais Maciel puxou uma faca da cintura e ameaçou meu irmão. Eu não acreditava naquilo que estava vendo, eu gritei pela minha mãe que estava na rua, minha irmã começou a chorar e eu tentei acalmar aquela situação. Pedi para que meu irmão abaixasse a faca, e ele não quis saber de nada do que eu estava falando. Até que o vizinho entrou com minha mãe e tomou a faca da mão do meu irmão.

Ele estava alterado, e eu não acreditava que um garoto de 15 anos pudesse ameaçar o próprio irmão até ver aquela cena horrível e assustadora deles se ameaçando.

Minha mãe ficou muito brava com o meu irmão, ela chorou muito de desgosto, mas acabou deixando que ele ficasse lá morando na nossa casa. Eu peguei a faca e a escondi. Ficamos morando juntos, até a paz começar a reinar na casa. Meus irmãos ainda não se falavam, mas tudo era tranquilo e fora isso nós se dávamos muito bem sem meu pai.

Eu conheci uma garota na escola que virou minha melhor amiga, fiz amizades com garotos também, todos eram gays. Não tenho preconceito algum, até porque eu prefiro amizade gay do que amizade do mesmo sexo que o meu. Eu me entendo melhor com eles. Sem contar que são as pessoas mais sinceras, e sinceridade para mim é opcional.

Eu comecei a me desviar da escola e matava muita aula com minha amiga. Ela conheceu um garoto de São Paulo pela Internet. E em menos de 2 semanas ele já estava morando aqui na Paraíba com ela. No começo era tudo um amor, mas ele começou a mudar com ela, começou a andar com meu irmão e traía sempre minha amiga com as garotas mais sujas da cidade, até minha irmã não escapou de ficar com ele. Minha amiga quase quebrou a cara dela.

Minha mãe interrompeu nossa amizade por causa desse motivo, mas eu ia na casa dela sempre que podia e não podia. Até que um dia o namorado dela chegou na minha casa, falando que tinha acontecido algo com minha amiga. Ele me falou coisas terríveis e eu não acreditei em nada, até ir na casa dela e perguntar à mãe dela, que me confirmou tudo. Eu fiquei assustada.

Foi Tudo RealOnde histórias criam vida. Descubra agora