Capítulo • 19

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Aaravos off, Viren on.

Dormia tão bem que não me importaria em ficar ali para toda a eternidade, mas meu sono foi impiedosamente interrompido por um ruido mais alto do que eu gostaria.
Assimilei vagamente o som de uma porta se fechando. Abri meus olhos com dificuldade, a luz que entrava pela janela fazia com que eles doessem.
Sentei-me, e imediatamente senti minha cabeça latejar com a dor, me sentia um pouco enjoado. Minhas
costas ardiam. Devia ter bebido bastante, com ênfase no bastante, pois o dia anterior tinha sido quase que completamente apagado da minha memória. Mas não foi preciso muito para saber o que havia acontecido naquela noite.

Conforme fui superando o trauma de acordar, comecei a notar aos poucos que algo não estava certo. Definitivamente, aquele não era o meu quarto, outra coisa, eu estava... Eu estava pelado? Ao passar rapidamente o olhar pelo meu corpo, notei marcas de mordidas e arranhões espalhados - então era por isso que minhas costas doiam, se bem que elas sempre doem. Ok, eu estava em um quarto que não era o meu, sem roupa, todo marcado e de ressaca. Os pontos foram se ligando rapidamente, só podia ter uma explicação para tudo isso...
Por tudo que é mais sagrado,
eu transei com o Aaravos.
Eu poderia ter ficado ali, parado, tentando me lembrar qual era o meu nome que nem o idiota apaixonado que era, mas decidi - com muito pesar - me levantar. Fiz o meu melhor para me manter sob controle, mas era quase impossível conter minha empolgação. Havia perdido as contas de quantas vezes me flagrava pensando nisso (e, acidentalmente ficado excitado com a ideia). Agora, aquilo tinha acontecido de verdade. Eu me sentia... Eu nem sabia como descrever.
Com alguma dificuldade, me levantei. Minha cintura doia. No chão, havia inúmeras peças de roupa, abaixei e peguei a calça moletom que estava usando no outro dia, coloquei e sai do quarto. Fui caminhando pelos corredores em direção a sala onde estudara com Aaravos.
Não fiz questão de olhar como deixamos o lugar. Fui para a cozinha, passei um café e me servi. Quando me virei, vi o elfo. Ele estava sentado no sofá, usando apenas um casaco, nada mais. Senti meu rosto queimar. O arroxeado me olhava. Como não percebi que ele estava ali? Minha memória foi começando a voltar ao vê-lo. O beijo dele, o gosto doce de sua boca, sua pele macia contra a minha...
Eu queria toma-lo para mim desde os primeiros dias que passei com ele, queria o ter naquele exato momento, mas não fazia a menor ideia do que se passava na mente do elfo, se meus sentimentos eram recíprocos. Sentia medo ao cogitar que poderia perde ele. Como poderia perder algo que não tenho?

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Por um breve instante, um silêncio assustadoramente ensurdecedor pairou no ar. Com um pouco de receio, tomei coragem e comecei a falar.
- Isso foi... Inesperado - disse, quebrando o silêncio. Minha voz soava um pouco rouca.
- Inesperado... sim - ele respondeu - Para nós dois.
- Foi um erro?
- Eu... Eu não sei - admitiu o elfo - Vivo há séculos e ainda assim, essa questão me escapa.
- Você já...? - comecei a pergunta, mas deixei a frase morrer no meio. Não tinha certeza se iria querer saber a resposta.
- Sim, já... mas não assim. - ele pareceu se retesar um pouco, mas prosseguiu.
- Há uma diferença entre o desejo passageiro e o que... O que aconteceu ontem à noite. Não sei o que é isso. Ainda não consigo nomear. - Ah, mas eu sabia.
- Nem eu - menti, soltando um suspiro frustrado - Mas sei que não consigo ignorar.
- E deveria ser ignorado? Estamos presos aqui. Nossa realidade é distorcida. Sentimentos podem ser amplificados, deslocados. E se estivermos apenas... procurando conforto? - seu rosto se retorceu, como se estivesse pensando em uma resposta completamente diferente da que tinha me dito.
- Talvez seja isso - eu disse, relutantemente - Mas... se não for?
- ... - ele ficou em silêncio por um longo momento, como se tentasse adivinhar o que eu queria dizer - Se não for - ele disse, seu tom de voz parecia... Tremulo. - Teremos que encontrar uma forma de lidar com isso.
Houve um momento de pausa. Nenhum dos dois sabia o que viria a seguir.
- Então... o que fazemos agora? - perguntei, tentando não demonstrar o que estava sentindo.
- Agora - ele disse, fechando os olhos por um momento, como se tentasse organizar seus pensamentos. - Agora, esperamos. Para ver se o que sentimos é real ou apenas uma ilusão criada por nosso confinamento.

Eu sabia com exatidão o que eu queria, mas meu medo de perder o elfo me impedira de dizer quaisquer palavra depois disso. Só nos restava esperar.

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Algumas perguntas:
1⁰ • Vcs gostariam q eu fizesse um fanfic (oneshot) de  Sally Face? Já
tenho ela praticamente pronta... 👉👈
2⁰ • Vcs curtiriam se eu fizesse uma fic cm de PJO?
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Para qm quiser responder, comente pvfr, leio e respondo tudo.
Agradeço o apoio de vcs. Uma boa noite, tarde ou diakkk.

Apaixonados pelo PoderOnde histórias criam vida. Descubra agora