7 capítulo

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-Onde você estava, Tereza?- A voz de Valéria ecoou pela sala, seca e autoritária. Tereza tentou engolir em seco, mas sua garganta parecia ter secado.
-Eu dormir na casa de um amigo...-Respondeu, quase inaudível.
-Um amigo? Um amigo que você não nos apresentou? Um amigo que você não nos avisou que iria dormir?-Valéria disparou, a voz agora mais alta, carregada de indignação.-Você tem 28 anos, Tereza, não 10! Você acha que pode simplesmente sair por aí, dormir na casa de qualquer um?.
Tereza respirou fundo, tentando se acalmar. -Mãe, ele não é qualquer um, ele é...
-Ele é um desconhecido! E você,como uma boba, vai lá e dorme na casa dele?-Amanda interrompeu, a voz carregada de uma frustração quase maternal.
-Tereza, você é muito ingênua! As pessoas são perigosas, você tem que ter cuidado!.
-Eu sei que vocês estão preocupadas, mas ele é um cara legal, é...-
-Legal? Não importa se ele é legal ou não! Você não pode ir dormir na casa de um desconhecido, é perigoso!-Valéria insistiu, a voz firme e inabalável.-Você não é criança, mas parece que nunca vai amadurecer.
   Tereza se sentiu como uma menina novamente, sendo repreendida por uma falha infantil. Ela se encolheu, as palavras presas na garganta. Era como se estivessem ignorando completamente a sua idade e sua capacidade de tomar suas próprias decisões.
-Não posso acreditar que você me tratou como uma criança-Murmurou, a voz quase um sussurro.
  Valéria ergueu a sobrancelha. -Você está agindo como uma criança, Tereza. Você precisa aprender a ter mais cuidado com quem se relaciona, com quem confia.
   Tereza sentiu um nó na garganta. Ela estava cansada de ser tratada como uma menina. Ela queria poder tomar suas próprias decisões, viver sua própria vida, sem ser constantemente questionada, julgada e controlada. Mas, naquele momento, tudo o que conseguia fazer era encarar a ira de sua mãe e a preocupação de sua amiga, sentindo-se completamente impotente diante de sua própria vida.

◦•●◉✿Tempo depois ✿◉●•◦

Tereza:

Ja tinha se passado alguns dias depois daquilo, hoje era domingo dia 11 de março, amanhã eu voltaria a trabalhar e sinceramente... Não sei como vai ser amanhã, ainda tem coisas na minha mente, elas fizeram um caos todo, Caio não vi nada dele, mensagem, ligações mas ai lembrei que não dei o meu número para ele.
Talvez seja melhor assim, foi a transa maravilhosa mas as vezes só deve ser uma transa e nada mais

12 de abril.

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O despertador tocou, um som estridente que rasgou o silêncio da manhã. Tereza abriu os olhos com dificuldade, a cabeça ainda zonza do sono e do drama da noite anterior. Olhou para o relógio digital na mesinha de cabeceira: 5:50 da manhã. Ela tinha apenas uma hora e meia para se preparar para o trabalho.
   Seus pés tocaram o chão frio do quarto com um baque surdo. A imagem do rosto de sua mãe, carregado de reprovação, ainda pairava em sua mente. Ela suspirou, a culpa lhe corroendo por dentro. Sabia que tinha errado ao dormir na casa de um desconhecido, mesmo que ele fosse um cara legal.
   O cheiro forte de café a chamou de volta à realidade. Sua mãe já estava na cozinha, preparando o café da manhã como se nada tivesse acontecido. Tereza se sentou à mesa, comendo o pão com manteiga sem apetite.
-Você precisa ir trabalhar.-Disse ela olhando pro chão,Depois daquilo elas estavam tão distantes uma da outra. 
Tereza assentiu, mas sua cabeça ainda estava em outro lugar. Ela tinha sido suspensa por uma semana. Agora, ela estava de volta à delegacia, ainda sob a mira da corregedoria, mas precisava dar o seu melhor.
A delegacia do Rio de Janeiro era um lugar caótico e barulhento, com pessoas entrando e saindo o tempo todo. Era um microcosmo da cidade, um retrato da violência, da pobreza e da desigualdade.
Enquanto esperava o início do expediente, Tereza tentava organizar seus pensamentos. Ela precisava se concentrar no trabalho, esquecer os problemas pessoais. Afinal, havia vidas e famílias dependendo dela.
   A cada batida da porta, a cada chamado de socorro, Tereza sentia a adrenalina correr em suas veias. Ela era uma delegada  aquela era a sua missão. Mas, às vezes, ela se perguntava se estava no caminho certo, se não deveria ter seguido outro caminho.
   A cena no departamento de polícia estava cheia de barulho, uma cacofonia de vozes e risos, sirenes e telefones. Tereza se moveu entre a multidão, a mochila pesada e o olhar firme. Ela tinha uma missão a cumprir, e nada a deteria.
   Ao  chegar na sala o olhar fixo no computador, Tereza sentiu um aperto no peito. A suspensão a havia feito perder o ritmo. A culpa da noite ainda pairava sobre ela, e a sensação de estar sendo observada a consumia. Ela respirou fundo, tentando se concentrar na sua tarefa. Mas, por trás de cada caso, havia uma história, uma vida, uma dor. E Tereza tentava fazer a diferença, mesmo que às vezes parecesse ser uma gota d'água no oceano.
   Ela sabia que o trabalho era árduo, e às vezes, perigoso. Mas, no fundo, ela sabia que estava no lugar certo. Era ali, na linha de frente, que ela podia fazer a diferença. Era ali que ela podia ajudar a melhorar o mundo, um caso de cada vez.
   Aquele era o seu propósito, o seu compromisso. E, mesmo com a sensação de culpa e a dor de cabeça.
   Tereza estava determinada a fazer o seu melhor. Afinal, ela era uma delegada e era esse o seu dever.O ar condicionado da delegacia civil zumbia insistentemente, um contraponto ao calor abafado que pairava na cidade. Tereza, de óculos escuros e com a jaqueta de couro jogada sobre o ombro, observava a movimentação frenética da sala. Era a hora do expediente e, para a delegada titular, o momento mais agitado do dia. De repente, uma figura alta e imponente entrou na sala, rompendo a atmosfera corriqueira.
Henrique, delegado federal, tinha o olhar penetrante e uma aura de autoridade inegável. O terno impecável e a gravata discreta contrastavam com a informalidade do ambiente. Tereza, que observava tudo com o olhar atento, sentiu uma pontada de curiosidade. Era a primeira vez que cruzava o caminho de um colega da Polícia Federal e, por alguma razão, ele despertava em seuinterior um misto de admiração e cautela.
-Delegada Tereza, a fama precede você- A voz grave de Henrique cortou o murmúrio da sala.-Ouvi dizer que você é a melhor em seu ramo.
Tereza sorriu, o sorriso contido que a caracterizava. — O senhor também é conhecido por seu trabalho exemplar, delegado Henrique. O que o traz por aqui?.
—Uma questão que exige a cooperação de ambos os órgãos. Creio que podemos nos beneficiar de uma aliança estratégica.
Tereza franziu a testa, curiosa. -Em qual caso?.
—O caso do contrabando de armas, mas não quero entrar em detalhes agora. Podemos conversar em particular?.
O olhar intenso de Henrique fixou-se no dela, como se estivesse lendo seus pensamentos. Tereza sentiu um arrepio percorrer sua espinha. Aquele encontro casual estava prestes a se transformar em algo mais. Algo que poderia mudar o curso de suas vidas.
  Eles caminharam até a sala da mesma entrando e fechando a porta, Tereza jogou a jaqueta no mini sofá que tinha ali e se sentado de frente pro homem que estava em sua frente
  A sala da delegacia, normalmente tomada por um burburinho frenético de interrogatórios e telefonemas, estava inusualmente silenciosa. Tereza, de uniforme impecável e olhar penetrante, fitava Henrique, delegado federal, que gesticulava com uma pasta de documentos em mãos.
-É um esquema bem articulado. Henrique falava, as palavras saindo entre goles de café amargo.-A maior parte das armas entra pelo litoral, camuflada em carregamentos de produtos importados. A quadrilha tem contatos em alto nível, gente poderosa.
Tereza assentiu, seus dedos tamborilando sobre a mesa.
-Sei. Já estamos monitorando alguns pontos, mas precisamos de mais informações. Como o caso envolve contrabando internacional, a sua equipe tem mais expertise.
Henrique fechou a pasta com um baque.
—Temos um informante, um ex-membro da quadrilha, disposto a colaborar. Mas ele quer um acordo. Quer imunidade.
-E ele tem o que precisa?- Tereza perguntou, as sobrancelhas arqueadas.
-Ele sabe onde a próxima remessa vai entrar. E ele tem fotos, provas suficientes para incriminar a cúpula da organização.
Tereza observou o rosto de Henrique, sério e cansado.
Temos que agir rápido. Se deixarmos a quadrilha agir à vontade, o número de vítimas vai aumentar.
A conversa foi interrompida por um estrondo que fez a sala tremer. Um grito, seguido por uma série de disparos.
"É agora", murmurou Tereza, os olhos se estreitando.
   A porta da delegacia se abriu com violência, e um grupo de homens encapuzados invadiu o local, armas em punho. O tiroteio começou, balas voando e ricocheteando pelas paredes. Tereza, com reflexos aguçados, se esquivou de uma rajada, puxando sua arma. O medo, um frio na espinha, deu lugar à adrenalina pura, à necessidade de agir, de proteger.
-Protejam os civis!- Ela gritou, a voz firme, enquanto corria em direção ao barulho.
No meio da fumaça e do caos, a delegada titular da Polícia Civil se transformou em uma guerreira, defendendo a justiça com cada disparo, cada movimento estratégico. O tiroteio ecoava pela delegacia, um grito silencioso de guerra contra o crime organizado.
   A adrenalina pulsava no sangue de Tereza, mas o medo se infiltrava, frio e cortante, ao sentir a dor lancinante no braço. Um tiro, raspando a carne, a fez cambalear, a visão turva por um instante. A dor era intensa, mas ela não podia se dar ao luxo de se afundar nela. A vida de seus colegas, dos civis que estavam ali, dependia dela.
  Tereza se apoiou em uma mesa, o corpo tremendo, mas a mente lúcida. O barulho dos tiros era ensurdecedor, e a fumaça do pó de pólvora pairava no ar, sufocante. Ela precisava sair dali, alcançar um abrigo, mas seus movimentos eram lentos, doloridos.
"Tereza!", gritou Henrique, correndo em sua direção, atirando contra os invasores.
Tereza gesticulou para ele, apontando para o corredor lateral. "Vá para o depósito! Eles estão entrando pela frente!"
Henrique hesitou, seus olhos fixos na ferida sangrando em seu braço. "Precisa de ajuda!"
Tereza forçou um sorriso, tentando soar forte, apesar da fraqueza que a dominava. "Vou ficar bem. Vá para o depósito, agora!"
Henrique obedeceu, sumindo no corredor. Tereza se apoiou na parede, respirando fundo, tentando conter a dor que pulsava em seu braço. Ela sabia que não podia perder a consciência, precisava se manter lúcida, proteger a si mesma e aos outros.
Um dos invasores surgiu na porta, a arma apontada para ela. Tereza sentiu o frio da morte se aproximar, mas não recuou. Seus dedos, apesar da dor, apertaram o gatilho. A explosão do tiro, o grito do invasor, a queda do corpo. A adrenalina voltou a inundá-la, a dor se esvaindo em segundo plano.
  A luta continuava, implacável e feroz.  Tereza se arrastava, cambaleando, se escondendo atrás de mesas e cadeiras, procurando uma brecha para escapar. A delegacia, antes um espaço de ordem e justiça, agora era um campo de batalha, a fumaça e o cheiro de pólvora pairavam sobre a atmosfera carregada de tensão.
  A dor no braço se intensificava a cada movimento, e a visão começou a ficar turva. Mas Tereza não podia desistir. Ela precisava sobreviver, ela precisava proteger seus colegas, ela precisava vencer essa batalha.

 Ela precisava sobreviver, ela precisava proteger seus colegas, ela precisava vencer essa batalha

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Eai meu amores, capítulo de hoje foi bombástico né

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Eai meu amores, capítulo de hoje foi bombástico né.
E essa tensão entre Henrique e Tereza?
Valéria sendo protetora até demais
Caio será que tem chances?

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