Entre Notas e Paixões

Capítulo 7: Confissões e Reflexões

Capítulo 7: Confissões e Reflexões

Na noite seguinte ao festival de talentos, o clima no Colégio Ruth Goulart estava mais tranquilo. O entusiasmo e a adrenalina do evento haviam passado, deixando um espaço para momentos mais íntimos e pessoais. Mario, depois de ver João e Poliana brilharem no palco, sentia-se dividido. Parte dele estava orgulhoso dos amigos, mas outra parte, a que ele não conseguia ignorar, estava inquieta. Era como se, de alguma forma, ele também quisesse estar ali – não apenas pelo amor à música, mas pelo desejo de se expressar de verdade.

SN, sempre ao lado de Mario, parecia notar a agitação interna que ele tentava disfarçar. Eles estavam sentados no terraço, onde tudo parecia ter começado a mudar entre eles, apreciando o silêncio da noite. O festival havia acabado, mas as luzes ainda brilhavam ao longe, como uma lembrança do que aconteceu.

“Você foi incrível no teclado durante a apresentação”, disse SN suavemente, quebrando o silêncio. Ela estava sentada próxima a ele, os joelhos quase se tocando.

Mario deu um sorriso tímido. “Foi só uma parte pequena, nada demais. João e Poliana roubaram a cena, como sempre.”

SN o olhou com intensidade, algo que Mario estava começando a reconhecer. “Você sempre se subestima, Mario. Tem tanta coisa dentro de você que ainda não foi colocada para fora.”

Ele suspirou, olhando para as estrelas. “Eu só... não sei se sou tão bom quanto eles. Às vezes parece que não importa o quanto eu tente, eu nunca vou me destacar de verdade.”

SN se aproximou um pouco mais, sua voz agora mais suave, quase sussurrada. “Mario, não se trata de se destacar. Se trata de ser você. Eu vejo algo especial em você que talvez nem você veja. Quando você toca, quando você fala sobre o que ama, seus olhos brilham. E eu... eu gosto de ver isso.”

Mario virou-se lentamente para encará-la. As palavras de SN penetraram fundo, tocando em partes dele que ele mal sabia que existiam. A verdade era que, nos últimos tempos, ele se sentia perdido. Havia essa pressão de ser “o Mario de sempre” – o gamer, o piadista, o amigo leal – mas havia outra parte dele que queria mais. E SN, de alguma forma, parecia enxergar isso melhor do que ninguém.

“Você sempre me entende, não é?”, disse Mario, com um tom mais baixo, quase vulnerável. “Mesmo quando eu não sei como me expressar.”

SN sorriu, dessa vez sem o habitual tom travesso. Era um sorriso genuíno, cheio de carinho. “Eu tento. E acho que isso é porque... eu também estou passando por algumas coisas.”

Surpreso, Mario arqueou uma sobrancelha. “O que você quer dizer?”

SN desviou o olhar por um momento, como se estivesse tentando encontrar as palavras certas. “Eu me sinto da mesma forma, Mario. Às vezes, parece que ninguém vê a gente pelo que realmente somos, mas pelo que esperam que sejamos. Eu sou ‘a amiga legal’, ou ‘a garota que sempre sabe o que dizer’. Mas, por dentro, eu sinto que estou lutando para encontrar meu lugar, sabe?”

Mario assentiu, compreendendo profundamente o que ela dizia. Ele se aproximou um pouco mais, agora sentindo a conexão entre eles crescendo de forma palpável. “Eu entendo. Acho que estamos na mesma página.”

Por um momento, o silêncio voltou a se instalar entre eles, mas dessa vez era um silêncio confortável, quase íntimo. Ambos sabiam que algo estava sendo construído ali, um laço mais profundo, algo que transcendia as conversas diárias e os momentos leves.

Mario hesitou por um segundo, mas então, como se uma força invisível o empurrasse, ele estendeu a mão, segurando a de SN. Ela olhou surpresa, mas não puxou a mão. Pelo contrário, ela apertou de volta, seus olhos encontrando os de Mario com uma intensidade que ele nunca tinha visto antes.

“Eu...”, começou Mario, sua voz trêmula. “Eu acho que estou finalmente começando a entender o que eu quero. E você faz parte disso, SN. Mais do que eu esperava.”

SN mordeu o lábio inferior, claramente tocada pelas palavras dele. O coração dela disparou, e por um momento, parecia que tudo ao redor deles desapareceu – as luzes, o som distante da cidade, tudo.

Mario começou a se inclinar novamente, seus olhos fixos nos lábios de SN. Dessa vez, não havia interrupções, não havia ninguém para quebrar o momento. O ar entre eles estava carregado de expectativa, o calor de suas mãos entrelaçadas os aproximando ainda mais.

Quando ele estava a poucos centímetros de seus lábios, SN fechou os olhos, como se estivesse pronta para deixar o momento acontecer.

Mas então, de repente, como uma brisa fria cortando o calor do momento, a porta do terraço se abriu com um estrondo. Os dois se afastaram rapidamente, virando-se para ver Dona Branca, a zeladora do colégio, parada na entrada com uma expressão severa no rosto.

“Vocês dois! O que estão fazendo aqui essa hora? O terraço está fechado à noite!”, ela ralhou, cruzando os braços.

Mario e SN trocaram olhares frustrados, mas logo começaram a rir. Claro que o momento seria interrompido – parecia quase uma tradição. Mas dessa vez, o que estava entre eles não podia ser apagado. Mesmo sem o beijo, algo mais profundo havia sido compartilhado naquela noite.

“Desculpa, Dona Branca”, disse Mario, levantando-se de repente, ainda segurando a mão de SN. “A gente já estava de saída.”

Enquanto desciam as escadas, rindo da situação, Mario apertou suavemente a mão de SN mais uma vez. Ele não sabia quando o momento certo viria, mas sabia que, quando acontecesse, não seria apenas um quase beijo.

“Obrigado por me entender, SN”, ele disse suavemente, olhando para ela de lado.

SN sorriu, seus olhos brilhando na penumbra do corredor. “Sempre, Mario. Sempre.”

Oiê meu piturucos, então atrasei um pouco o capítulo, mais eu tenho motivos, eu estudo e tava sendo muito difícil pq eu não tinha tempo pra pensar em nd 😔. Tava tendo prova e era uma prova muito importante, mais tá aí um novo episódio 😄.

Já deixei sua estrelinha e não esqueça de comentar, pq vai me ajudar muito bjsss meus piturucos.
(⁠◍⁠•⁠ᴗ⁠•⁠◍⁠)⁠✧⁠*⁠。