ꮪꮖꭰꭼ ᴀ ( trᥲᥴk # O2 )

22 4 15
                                    

ˑ ۫ . ﹙ The first night that you saw me, nothing was gonna stop me.﹚

Adhara sentiu o peso do olhar de Pollux desde o momento em que cruzaram o portal da mansão Black, o caminho do palácio real até a casa foi feito em um silêncio que quase queimava entre eles, os pais e Arcturus tinham ficado, o mais velho e a caçula tinham ido embora. As sombras das tochas dançavam nas paredes escuras, lançando reflexos inquietos sobre os retratos ancestrais que pareciam assistir à cena com desdém silencioso, quando Adhara passava pelo hall, olhava de canto de olho as figuras que pareciam julgá-la, era como se sentisse pequena como quando era criança. 

Ela sabia que o irmão mais velho, com seu temperamento protetor, temperamental e temperamental, estava fervendo por dentro desde o momento em que a vira dançando tão próxima do Príncipe. Pollux não precisava de palavras para transmitir seu descontentamento; a intensidade de sua presença bastava, como ele movia os dedos e a olhava com quem queria saber o que passava na sua mente, a falta de conexão de Adhara com as trevas o deixava ansioso e nervoso, queria saber o que ela pensava.

Enquanto se aproximava do salão principal, Adhara manteve a cabeça erguida, parecia um peso gigantesco sob os ombros e nó na garganta, como se pudesse vomitar o que não havia comido a maioria do tempo, talvez o próprio coração, sem perceber ela segurava oc horo também. Por dentro, no entanto, ela calculava suas palavras como um jogador de xadrez planejando um xeque-mate, sua mente seguia traçando o plano, como uma máquina que ela tentava ser, porém silenciosa. Adhara sabia que a acusação viria, e precisava controlá-la, Pollux era forte, impetuoso, mas previsível, era como quando eles eram crianças, ele sempre fazendo barulho, ela observando com os grandes olhos azuis. Seu carinho por ela o tornava um adversário mais fácil de manipular, algo que Adhara havia aprendido a usar a seu favor desde cedo, bastava fazê-lo achar que ela era frágil o suficiente.

A tempestade finalmente desabou assim que ficaram a sós no salão iluminado pela luz fria da lua, que atravessava as enormes janelas de vidro, comos e chovesse lá dentro. Pollux avançou alguns passos, com os punhos cerrados e a voz baixa, Adhara ergueu uma sobrancelha, o semblante calmo, ela sabia que essa era sua oportunidade de reforçar a imagem da irmã vulnerável e, ao mesmo tempo, desviar o irmão de suas suspeitas.

── O que exatamente você pensa que está fazendo, Adhara? ── A voz dele era baixa, porém firme. ── Conversando com... com ele? Você sabe que o pai ficaria furioso, ele pode ser um príncipe, mas é um trouxa. E eu não vou permitir que você nos exponha dessa forma."

── Eu estava apenas me observando, irmão. ── Ela inclinou a cabeça e piscou. ── Não me diga que não poderia falar com trouxas, não era isso que nosso lorde quer? 

── Não seja ingênua. Isso não é apenas conversar, e você sabe disso. ── Ele deu mais um passo na direção da irmã mais nova. ── Esses trouxas não são como nós. Eles não pertencem ao nosso mundo, e você está... se colocando em perigo.

── Perigo? Pollux, você me conhece. Eu não sou imprudente. ── Adhara dá uma risada, movendo os ombros. ── Talvez você precise confiar em mim um pouco mais. Eu sei o que estou fazendo.

── Esse é o problema. Você acha que sabe de tudo. ── O dedo sobe, apontando para o queixo e depois para o meio da testa. ── Mas você não entende o que está em jogo. Você é a mais nova, a mais... vulnerável, se ao menos já tivesse cedido as trevas, não seria tão vulnerável, poderíamos proteger você.

── Vulnerável? Você sempre diz isso. ── Os olhos dela foram na ponta do dedo dele, mas Pollux tremia um pouco, então ela tocou sua mão. ── Mas a verdade é que você não vê o quanto eu cresci. Você não percebe o quanto aprendi com vocês. Talvez eu só esteja tentando provar algo... a você, ao pai, à nossa família.

── Adhara ... ── Ele então hesita, mas os olhos ainda carregam uma mistura de preocupação e frustração. ── Provar? Provar o quê, exatamente?

── Que posso ser mais do que apenas a irmã mais nova. ── Ela fica na ponta dos pés, ele é ligeiramente mais alto que ela. ── Que posso trazer algo ao nosso legado... à minha maneira.

O silêncio paira entre eles, enquanto Pollux luta para decidir se ela está sendo sincera ou apenas tentando contornar sua autoridade. Adhara se afasta, o rosto tranquilo, mas com os olhos reluzindo. Ela sabia que plantara a semente de dúvida, e isso era tudo o que precisava por enquanto.

Pollux permaneceu parado no centro do salão, a expressão tensa refletida no vidro das janelas, Adhara, no entanto, caminhou com passos leves para fora do aposento, deixando o irmão pra trás, enquanto subia as escadas para seu quarto, ela se permitiu um momento de introspecção, revivendo o instante exato em que seus olhos haviam encontrado os do Príncipe pela primeira vez. Não fora um encontro casual, como todos pensavam, cada detalhe — desde o vestido que escolhera até a sutil inclinação de sua cabeça enquanto sorria para ele — fazia parte de um plano meticulosamente arquitetado, escondido no fundo da sua mente, de forma quase inconsciente.

Ao alcançar a privacidade de seus aposentos, ela se sentou diante do espelho, observando seu próprio reflexo, seus pensamentos dançavam em torno das memórias recentes da festa, das palavras de Thomas e da maneira como ele parecia completamente enredado em sua presença, caminhando em sua direção como se a ouvisse chamar. Ela sentia o eco das palavras de Pollux, ecoando na sua cabeça como uma sala vazia.

Duas semanas haviam passado desde a discussão com Pollux, mas a tensão entre Adhara e sua família continuava pairando como uma nuvem carregada, principalmente em um silêncio por parte do irmão mais velho e a indiferença com o pai que costumava chamá-la de Meu Sol da Meia Noite. Quando um dos empregados veio aquela manhã havia algo entre seus dedos, com uma carta selada com o brasão real, Adhara sabia que seu próximo movimento havia chegado, como quem entendia o formigamento no estômago. Ela quebrou o lacre e deslizou os olhos pelas linhas escritas com a caligrafia cuidadosa que ao fim descobriu ser de Thomas.

──Um baile privado...──  Murmurou para si mesma, enquanto o sorriso curvava seus lábios. ── Claro que seria algo grandioso.

Ela batia a carta entre os dedos, pensando em como falaria com a família, a figura da empregada parada na porta não era a única lá, esperando para ser dispensada, ao seu lado, como uma sombra estava o pai, nenhum sentimento positivo naquela família era visto como normal e corriqueiro, os olhos de Rigel foram diretamente na carta.

── O que é isso? ── Ele olhou dela para suas mãos.

── É do Palácio. ── Havia um nó entre duas cordas vocais. ── Um convite para o baile.

── Não devemos exagerar no nosso convívio com os trouxas. ── O homem olhou a empregada que saiu pelo corredor, os deixando a sós. ── Devemos ter cuidado, não sei se é de bom tom nossa família aceitar esse convite.

── Não é para nossa família. ── Ela escondeu o envelope as costas. ── É só para minha pessoa ... pai.

── Escritório. ── Ele deu passos a frente, rápido. ── Agora.

As pontas dos dedos de Adhara formigavam, havia algo em sua mente, arquitetando o próximo passo, principalmente quando escondeu o convite em suas gavetas, olhando para trás ao ouvir uma espécie de sussurro, tocou a varinha sob a cômoda, mas ao se virar não havia nada, só o quarto semi vazio e com ela. Seus cachos obscuros se moveram quando ela balançou a cabeça, ignorando qualquer paranoia, só então saindo atrás do pai para uma conversa - que com toda certeza - seria complicada.

MASTERMIND, marauders' eraOnde histórias criam vida. Descubra agora