Há milênios atrás, quando a humanidade ainda vivia no ventre da mãe terra, uma profecia foi gerada após uma tragédia, desencadeando uma sequência de eventos que definiria os destinos das eras seguintes. A energia de uma deusa extinta renasceu em uma...
Quando os Lordes de Delfos viram a grande lua de sangue se manifestar acima do Monte Parnaso, eles souberam que a partir daquele momento uma nova era estava para se iniciar.
Uma profecia tão antiga quanto suas almas, capaz de questionar seu passado e despertar a ira contra o futuro havia sido apresentada. E quando suas crenças são construídas através da mentira, o anseio pela verdade pode corromper até o mais sábio dos seres humanos.
Não demorou muito para que um corvo fosse encaminhado à Argos. Mas o que eles não esperavam é que a resposta viria após um dia e uma noite, trajando armaduras bélicas nas cores prata e verde.
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Helene estava inquieta.
Seus passos rápidos e precisos ecoavam como a agonia que ela queria desesperadamente ver chegar ao fim. Seus olhos esverdeados eram capazes de capturar todos os detalhes que passavam por si, fazendo-a entender que não apenas ela, mas todos no castelo estavam em comoção para saber o porquê dos Monarcas terem decidido aparecer três noites mais cedo para uma reunião com o Rei.
Algo estava errado. Muito errado.
Helene hesitou por um momento diante da porta maciça com detalhes forjados em prata, suas mãos repousando sobre o anel de metal frio que servia como maçaneta. O som dos conselheiros discutindo estrugia do outro lado, misturado-se ao crepitar das tochas que iluminavam o corredor sombrio. Com um suspiro, ela empurrou a porta, que se abriu com um ranger baixo, revelando a cena dentro da sala de reuniões.
Os Monarcas voltaram-se para ela, seus rostos sombreados pelas luzes vacilantes. O rei estava sentado em seu trono, com uma expressão severa que não deixava transparecer nada que pudesse ajudar a jovem princesa a decifrar qual seria o teor da conversa.
— Princesa Helene. — Agatha foi a primeira a cumprimentar a morena.
Sendo uma das primeiras Aristoi a surgir no reinado de seu pai, Agatha se fazia presente, com sua postura ereta e altiva que revelava sua habilidade diplomática e a confiança inabalável que carregava. Sendo descendente direta da linhagem que carregava a deusa primordial da memória¹, seu semblante sério e imponente exalava respeito e admiração. Seus olhos âmbar, profundos e calculistas, pousavam sobre Helene com uma sagacidade que poucos poderiam igualar. Era de conhecimento de todos que essa postura imparcial era reflexo de sua coroa, mas para Agatha, o respeito não se limitava apenas à sua linhagem, mas também à sua determinação inabalável e moral inquestionável.
Ao lado da jovial monarca de pele cintilante como uma noite estrelada, estava seu companheiro romântico, Kendrick Jafar.
Ken, assim como Agatha, também levava em sua linhagem a devoção a deuses antigos, Ceos e Crio², pertencentes à primeira geração divina. Sua pele era de um ébano radiante, e seu altruísmo era a sua maior qualidade. Para ele, a equidade era o princípio que guiava a vida. Seus olhos azuis cristalinos também estavam voltados para a Princesa de Argos, mas esta não o estava olhando mais.
