vs Itachiyama

309 64 27
                                    

"Por que você está bravo, filho? Tá achando ruim? Venha até mim
Mas parece que você não consegue nem mesmo mover uma mão"
ᴺᵒʷ ᵖˡᵃʸᶦⁿᵍ; [ U MAD - BOBBY ]
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A Itachiyama tentou colocar alguma pressão no começo do jogo, mas totalmente esmagada pela motivação das espartanas de Tóquio, o primeiro saque foi recebido e contra atacado, elas conseguiram fazer a recepção e dar sequência, porém, o ponto parou na rede com um bloqueio motivado.

Saímos na frente do placar.

Dan arrumou a rotação para que eu fosse para o saque logo no começo, a fim de colocar alguns pontos de vantagem no placar.

Recebi a bola, girei ela na mão e soltei os ombros antes de fazer ela pingar duas vezes no chão. Não tinha necessidade de gastar minha técnica com elas agora, então escolhi apelar para a força, Mahiru iria tentar forçar um confronto direto, eu era seu alvo, em sua mente limitada eu também deveria fazer o mesmo. Que ilusão, ela era só mais uma que eu devia derrotar.

Recebi a autorização para fazer o saque e tomei distância para o impulso, jogando a bola e pulando na medida certa, meu braço direito fez o giro ganhando força espalmando a bola num saque viagem poderoso que mesmo quando recebido marcou um ponto por não conseguir ser controlado.

- Voe, Voe, [Nome]! Força, Força, [Nome]! Mais um Ace!

Recebi uma nova bola para fazer o ataque. Dessa vez o saque fez um leve desvio na rede dando a chance delas marcarem. A Itachiyama se organizou, fez a recepção, e a idiota da capitã pediu o ataque. Mahiru correu pela esquerda e deu um toque fraco na bola quando viu que o bloqueio se posicionou em sua frente.

Chiasa estava bem posicionada e conseguiu salvar a bola a mantendo no ar, mas deu o primeiro toque.

- Cobertura! - pediu e eu corri para fazer o levantamento em seu lugar. Fiz um toque para trás que encontrou em Hana a chance de mais um ponto, ela fez um ataque aberto que estourou na defesa e voou para fora da quadra.

- Isso! - batemos as mãos comemorando o ponto.

Meu terceiro saque também foi forte, tentamos sufocar elas com o bloqueio, mas elas conseguiram manter o jogo funcionando e a bola no ar. Porém, sem organização e de maneira desleixada, quando a bola subiu para passar pela rede, o bloqueio já estava ali novamente para impedir.

Fukurodani 4, Itachiyama 0.

Por mais que o meu objetivo fosse ganhar de 25 a 0, não era uma possibilidade. Afinal também erramos mesmo querendo acertar, contudo, ganhamos a vantagem e procuramos não deixar ela sair da nossa mão. Mesmo quando elas conseguiam quebrar uma sequência de pontos, logo nós já recuperamos e fazíamos mais.

Quando a rotação me levou para a rede, as coisas se tornaram mais interessantes, porque Mahiru simplesmente não conseguia manter aquela língua viperina enrolada dentro da boca. Mesmo perdendo com vantagem.

- Você nunca foi boa jogando na rede, deveriam te substituir e só manter jogando no fundo. - as mesmas brigas de falas infantis e depreciativas, ela realmente me tomava como a mesma garota ingênua do fundamental.

Sorri em resposta - Considerando que você quase não marcou, devia sair da quadra, se mostrou inútil no fundo, e na rede. Não disse que ia me destruir? Estou esperando.

O apito autorizando o saque a interrompeu, travando a resposta em sua boca. Ela que começou, agora aguente, se eu pudesse a fazer sair correndo chorando da quadra apenas com palavras, com certeza o faria. Não tinha medo, não tinha raiva, tinha muitas palavras travadas na garganta que queimaram por anos. É fácil depois de viver certo momento pensar, "eu deveria ter dito aquilo", ou "poderia ter feito algo diferente", com a cabeça mais clara e as emoções tranquilizadas sempre encontramos o melhor caminho.

Porém, não é assim que a vida funciona, a verdade é que eu tinha muita sorte de poder aliviar todos esses pensamentos ali e ao menos defender aquela imagem da [Nome] do fundamental que era passiva e boba.

Estávamos com 16 pontos no placar e três de vantagem quando o time adversário chamou o primeiro tempo técnico. Andei para o banco pegando uma toalha das mãos de Amano e secando os braços, eu voltaria para a linha de fundo em breve e fortaleceria a recepção.

- Mahiru vai para o saque assim que voltar - Dan disse. - Sabemos que ela vai mirar em [Nome] afinal ela não está preocupada com o jogo e sim, numa batalha individual imaginária. Aproveitamos isso e mostraremos que o time da Fukurodani não é para ser subestimado.

Juntamos as mãos antes de voltar para a quadra.

A previsão de Dan foi correta, Mahiru deliberadamente mirou o saque em mim, recebi sem grandes problemas fazendo o passe para a continuação. Chiasa se posicionou e levantou para o meio.

Deixei um riso escapar da minha boca - É Realmente o que dizem, cão que ladra não morde. Foi um saque mediano.

Não escondi a fala, disse para quem quisesse ouvir. Se a garota do outro lado ouviu ou fez uma leitura labial, pouco me importava, o que deixou a jogada mais interessante foi a raiva que surgiu em seus olhos e a fez avançar como uma besta raivosa. Olhei ao redor e rapidamente projetei algumas movimentações.

Mahiru pediu o ataque e dessa vez veio com uma paralela, novamente recebida a perfeição. A líbero adversária conseguiu manter a bola em jogo e a Itachiyama insistiu em tentar pontuar com Mahiru, não que elas tivessem muitas escolhas. Dentro do arsenal de armas limitadas e roubadas da garota, dessa vez ela escolheu cortar com um cruzado, como se dissesse "você não consegue chegar aqui". Minhas pernas correram para me levar para a posição certa e a recepção foi feita novamente.

- Boa defesa!

O rally se estendeu, e novamente não conseguimos pontuar, do fundo tive uma visão clara da cena que se desdobrou. A insegurança surgiu nos olhos de Mahiru e o caminho escolhido foi o mais seguro, nosso bloqueio estava acertando o tempo, se ela atacasse com força iria acabar a jogada ali mesmo, como já havia acontecido algumas vezes. Sua escolha então foi fugir e tentar um ponto por espaço.

A bola bateu no bloqueio e voou para longe, um block-out que fez as jogadoras torcerem o pescoço, mas se teve um momento para qual eu estive treinando, foi esse. Corri na direção da bola, confirmei sua direção e então estendi a perna conseguindo salvar a jogada. Não bateu no meu rosto, ou foi para uma direção diferente, a parábola levou a bola para o outro lado da quadra encontrando um ponto na linha de fundo.

O ginásio explodiu, afinal foram algumas recepções seguidas que acabaram com um uma marcação inesperada, apoiei as mãos no chão e me levantei, bati as mãos nos shorts e em seguida olhei para a torcida, procurando um certo garoto loiro de olhos verdes que por acaso também é meu irmão.

Sabe [Nome], por que ao invés de só colocar o pé para receber você não tenta chutar de verdade a bola para trás?

Encontrei os olhos de Thomas e sorri apontando para ele, dedicando esse ponto, se não fossem os dias que ele passou comigo e a bola de futebol, ainda estaria acertando o próprio nariz.

Do outro lado, uma pintura de ódio, selvagem e descontrolada. Frustração justificada porque tudo que dizia, não passava exatamente disso, palavras vazias jogadas ao vento com uma confiança cega que no fim se provou falha. Fiz uma reverência disfarçada, agradecendo silenciosamente por ela alimentar meu espetáculo, abri um sorriso genuinamente largo e soltei a minha maldição em voz baixa.

- Na minha quadra, você não marca.





















N/A: Vocês não sabem há quanto tempo eu sonho com essa cena, exatamente com essa música. T.T

Mas seguimos com o jogo!

Obrigada por ler até aqui!!

Até mais, Xx!!

Immortals - (Bokuto x [Nome])Onde histórias criam vida. Descubra agora