『4

4 0 0
                                    

#Son Chaeyoung.'🎸☆.*ミ

Minha ida para o estúdio tornou-se rapidamente algo forçado graças a Zion T e suas conversas sem sentido.

- Dar encima daquela garota foi difícil? Estive pensando em como as pessoas facilmente dão corda para a pequena Chaeyoung, interessante não acha? - Ele puxou assunto com o garoto mais baixo ao seu lado, Yoongi.

O garoto me olhou por cima do ombro com uma expressão confusa e até um pouco engraçada. Porém, não consegui rir, nem ao menos esboçar um sorriso depois de ouvir as palavras do coreano mais alto do grupo. Não conseguiria prosseguir desse jeito, ele está passando dos limites.

- Son Chaeyoung tem um péssimo gosto para mulheres. - Ele completou, e eu não conseguia ouvir nem mais uma palavra sequer. Rapidamente meus pés tomaram vida própria e eu dei meia volta na rua a qual estávamos passando, duas ruas depois da cafeteria que fomos anteriormente.

- Vai lá e pede um espresso, Chaeyoung! - Eu rodei num segundo,e no segundo seguinte a palma da minha mão havia passado brutamente pelo rosto do coreano mais alto. Ele me olhou incrédulo, segurando seu rosto com ambas as mãos. Pude ver raiva e fúria em seus olhos, e logo apressei o passo, ouvi grunhidos atrás de mim, o que pareciam ser Woozi e Yoongi segurando Zion T pra ele não vir atrás de mim.

...

Senti um alívio ao pisar na caçada da cafeteria, meus pulmões pareciam se esforçar ao máximo para manter a minha respiração, que estava ofegante e acelerada. O peso da guitarra em minhas costas fez com que eu entrasse no café, procurando um lugar pra me sentar.

Meus pulmões pareceram se acalmar de repente, assim que eu bati os meus olhos nela.

Eu senti o olhar de algumas pessoas em mim. No caixa, haviam três mulheres conversando, mas a conversa se tornou cochicho assim que eu entrei. Além de mim, haviam apenas dois casais nos polos do café.

Meus olhos foram diretamente ao balcão. A garota de cabelos escuros e olhar calmo retribuiu a atenção até mim, me olhando com surpresa e um sorriso quase invisível no rosto.

Eu ajeitei a minha franja ao me aproximar dos bancos altos e acolchoados, não consegui conter um sorriso ao ver sua timidez e hesitação ao me olhar. Assim que notei os olhares em minha direção, apressei o passo na direção das máquinas de café.

Coloquei minha guitarra ao lado do lugar a qual escolhi para ficar exatamente de frente para a máquina de café, eventualmente ficando frente a frente com a garota que operava as máquinas de café. Eu abaixei a cabeça logo após receber um olhar gentil e acolhedor da garota, o que me deixou mais calma.

A dor de cabeça incomodava a minha visão, tirei os óculos e os coloquei encima do balcão, passando minhas mãos tremulas pelo rosto, não sabia se era suor ou lágrimas, talvez fosse os dois, que nojo.

 Eu tinha que falar algo, não podia ficar aqui olhando para as costas da garota o tempo inteiro.

- Oi. - Foram as únicas palavras que eu consegui proferir, minha garganta se trancou assim que a garota apontou o seu olhar na minha direção, pareceu hesitar em me responder, mas um sorriso envergonhado logo apareceu em seu rosto.

- Oi. - Sorriu, e eu logo lancei um sorriso bobo, senti meu rosto queimar por alguns segundos, a garota tinha as bochechas rosadas, um sorriso genuíno se desenhou em seu rosto, me fazendo ficar calma como chá de camomila.

Ela se abaixou atrás do balcão, segundos depois ergueu-se, calmamente me entregando o cardápio e sorrindo na minha direção. Eu o deixei de lado, juntando as mãos encima do balcão e observando e feição calma da moça.

Logo se virou na direção contrária, segurando um pano limpo, e algo num pequeno frasco, o que eu adivinhei ser um produto de limpeza qualquer. Eu a observei limpar alguns copos, xícaras e outras canecas maiores.

A atendente parecia não ligar para o fato de eu estar observando cada movimento que ela fazia, por menor que fosse. Depois de alguns minutos a garota virou-se novamente, me dando oportunidade para puxar um assunto.

- Faz tempo que trabalha aqui? - A garota pareceu se assustar com a pergunta, mas logo me lançou um sorriso gentil.

- Não muito, pouco menos de dois anos. - Eu sorri, um pouco surpresa com a resposta.

- Nossa! Isso é muito tempo! - Ela acompanhou o meu sorriso, e eu senti um peso no coração ao ouvir o sininho da porta, indicando mais um cliente. O barulho chamou a minha atenção, e eu olhei naquela direção, vendo uma figura masculina muito familiar. 

Quando eu vi Woozi, virei o rosto rapidamente na direção da atendente, e ela pareceu ver a minha rápida mudança de expressão.

Woozi se aproximou e se sentou do meu lado, com as baquetas quebradas ao meio. 

- Ele também te expulsou? - Eu perguntei, mesmo a resposta sendo obvia. 

- Aparentemente. - Ele ergueu as baquetas quebradas na minha direção. Eu pude ouvir uma risada sem graça vindo de sua pessoa, mas não consegui acompanhar o seu humor.

Ver a atitude tomada por Zion T me deixava pesada, me dava mais dor de cabeça ainda pensar que eu realmente sinto que não vou me livrar dele tão cedo.

- Com licença... Poderia colocar um espresso pra viagem? - Eu perguntei educadamente para a garota do outro lado do balcão, ela sorriu gentilmente e balançou a cabeça positivamente.

- Claro. - Respondeu, dando as costas pra mim e o garoto mais alto ao meu lado.

Woozi me olhava. Meus olhos evitavam olhar diretamente pra ele, mas pude sentir que ele me encarava, esperando eu dizer alguma coisa.

- Não vai tentar falar com ele? - Perguntou, e eu pensei seriamente em não lhe responder.

- Ele é um merda. - Ele pareceu ter levado isso como uma resposta. Eu não vou atrás de ninguém, dele muito menos.

Coloquei os braços sobre o balcão e deitei a cabeça, tentando não ouvir Woozi defendendo o melhor amigo dele.

- Eu sei disso. Mas... - Não, não é possível. Ele quer mesmo justificar tudo isso?

- Não tem nem mais nem menos, Woozi! Dá pra parar de defender o Zion T pelas merdas que ele faz? - Não medi o meu tom de voz, pude sentir que todos dentro do café estavam me encarando, mas isso era o de menos.

- Me deixa em paz, tá legal? - O mais alto me olhou com preocupação, seus olhos puxados estavam mais abertos do que nunca. 

Eu tirei algumas notas e moedas e as coloquei encima do balcão, levantando a bolsa da minha guitarra do chão, e desviando dos obstáculos para finalmente sair da atmosfera pesada que eu mesma criei no café. 

Pude ver Woozi andando rapidamente para o lado de fora, ele tomou um rumo diferente do meu, indo na direção contrária. 

Meus passos eram apressados e pesados no concreto da calçada o sol estava quente, mas a ventania ainda despertava um certo frio. Nesse momento eu senti falta da minha bebida quente, que eu esqueci com a atendente a qual dei meu número de telefone.

Merda, eu não podia voltar agora, seria vergonhoso demais voltar depois de todo aquele alvoroço e confusão que eu fiz.

Preciso me desculpar com Mina.
           
                    Preciso encontrá-la fora do café.

Você leu todos os capítulos publicados.

⏰ Última atualização: 5 days ago ⏰

Adicione esta história à sua Biblioteca e seja notificado quando novos capítulos chegarem!

ESPRESSO 『Michaeng』Onde histórias criam vida. Descubra agora