Good luck, babe- SeungIn

Good luck moving forward!

𐔌 . ⋮ 𝐘ena POV: .ᐟ ֹ ₊ ꒱

⤷ O corredor da escola estava barulhento, como sempre, mas, para mim, tudo parecia distante, como se eu estivesse vendo o mundo através de um vidro embaçado. Minhas mãos tremiam enquanto tentava abrir o cadeado do meu armário. A combinação parecia escapar dos meus dedos, assim como o controle que tento ter sobre os meus sentimentos.

⤷ Eu estava ansiosa. Sabia o porquê. Logo, Sana chegaria, e meu coração faria o que sempre faz: pularia uma batida e, em seguida, afundaria de volta no peito com um peso que mal consigo suportar.

— Yena! — A voz familiar me tirou de meus pensamentos. Quando olhei, lá estava Sana, caminhando em minha direção com aquele sorriso que poderia iluminar qualquer lugar, mas logo tapava seu sorriso pois era sua maior insegurança.

⤷ Forcei um sorriso em resposta. "seja natural" repito todos os dias, "não deixe ela perceber" Mas, a verdade é que é quase impossível fingir que meu coração não se aperta toda vez que Sana está por perto.

⤷ Ela se aproximou, fazendo o gesto de garra que sempre fazia para brincar comigo. — Grrr... vou te pegar!

⤷ Sua risada é sempre tão alegre, tão contagiante. Para qualquer outra pessoa, aquela era só mais uma brincadeira de amigas. Para mim, era mais uma ferida. Eu desejava tanto que nossa amizade fosse algo mais, mas sabia que isso era impossível. Sana estava com Bangchan, e todos diziam que ele era o cara perfeito.

⤷ Bangchan. O talentoso, carismático e gentil músico da escola. O cara que parecia ter sido feito sob medida para Sana. Eu ouço as pessoas falarem dele como se fosse uma lenda. E, de fato, ele é. Sempre compondo músicas, tocando violão nos intervalos, impressionando a todos com suas habilidades. Não é só a aparência ou o talento dele que o tornam ideal para Sana, mas também o jeito como ele a faz rir, como ele a olha. Como ele a ama.

⤷ E isso é o pior de tudo. Porque Sana parece feliz. Mesmo que, em algum lugar, eu ainda alimente a esperança tola de que, talvez, só talvez, ela pudesse sentir o mesmo que eu, a realidade está sempre ali, diante de mim: Sana ama Bangchan. E Bangchan é o cara dos sonhos dela.

— Você tá bem? — A voz de Sana me trouxe de volta. Seu rosto estava a poucos centímetros do meu, e seus olhos castanhos e doces estavam cheios de preocupação.

⤷ "Estou bem? Claro que não" As palavras ficam presas na minha garganta. Queria poder dizer a verdade. Queria gritar que não estou nada bem, que estou apaixonada pela melhor amiga, que cada vez que ouço Sana falar sobre Bangchan, é como uma faca sendo cravada em meu coração.

⤷ Mas tudo o que consigo fazer é forçar um sorriso, o mesmo que pratiquei tantas vezes.

— Só estou cansada — digo, desviando o olhar e enfiando a cabeça no armário, como se isso pudesse me esconder dela.

⤷ Sana assente, parecendo aceitar a desculpa. Ela se encosta no armário ao lado, checando o celular. 

— Eu e o Bangchan vamos ao show de uma banda hoje à noite. Ele vai tocar com eles. Você devia ir com a gente!

⤷ O convite soou como um golpe. Sabia que, se fosse, passaria a noite inteira observando Sana e Bangchan trocando olhares, sorrisos cúmplices. Eles pertencem um ao outro, e isso é dolorosamente claro. Não há espaço para mim, exceto na periferia, como a amiga que sempre está lá, mas nunca realmente presente no coração de Sana.

— Acho que vou passar... — respondo, tentando manter a voz estável. — Tenho coisas pra fazer em casa.

⤷ Sana faz um beicinho adorável, mas rapidamente muda de assunto, puxando-me para um abraço apertado, como sempre faz. O perfume suave dela preenche meus sentidos, e tudo dentro de mim parece desmoronar e se reconstruir ao mesmo tempo. Por um segundo, quero me permitir acreditar que aquilo é o suficiente, que aquele contato pode preencher o vazio dentro de mim.

— Nos vemos amanhã então? — Sana pergunta, soltando o abraço e sorrindo, como se a vida fosse tão simples.

⤷ Assinto, observando enquanto ela se afasta para encontrar Bangchan, que já a espera do outro lado do corredor, com o violão pendurado nas costas, pronto para mais um de seus shows. Eles se beijam rapidamente, e algo dentro de mim quebra um pouco mais.

⤷ Assim que Sana desaparece de vista, suspiro, sentindo o peso do mundo cair sobre meus ombros. O que estou fazendo? Por quanto tempo ainda conseguirei esconder esses sentimentos? Por quanto tempo posso continuar fingindo que está tudo bem?

⤷ Talvez seja hora de aceitar a verdade. Talvez seja hora de dizer adeus a esse amor que nunca será correspondido.

⤷ Enquanto caminho em direção à minha próxima aula, sussurro para mim mesma:

— Boa sorte em seguir em frente, Yena. Boa sorte.