Scorpion estava no topo de um dos prédios mais altos da cidade, sua figura envolta nas sombras, perfeitamente alinhada com a escuridão ao seu redor. O vento frio soprava em seu rosto, trazendo consigo o cheiro metálico de fumaça e o leve odor de combustível queimado, vestígios das recentes sabotagens que haviam agitado as ruas.De sua posição elevada, ela tinha uma visão privilegiada da cidade, que pulsava sob seus pés como um organismo vivo, mas doente.
Luzes piscavam freneticamente, e sirenes cortavam o silêncio da noite como gritos de advertência. A cidade estava começando a sentir o impacto das sabotagens, e o caos parecia crescer com cada noite que passava. Scorpion observava tudo de cima, seus olhos verdes, eram frios e calculistas capturando cada detalhe, cada movimento.
Havia algo que a incomodava profundamente. Mesmo com o caos evidente, ninguém havia entrado em contato com ela. Absolutamente ninguém.
Como a melhor mercenária da cidade, ela sempre era uma das primeiras a ser requisitada quando as coisas ficavam complicadas. Seus serviços eram indispensáveis para as famílias quando o poder estava em jogo. Mas agora... havia um silêncio ensurdecedor. Ela havia esperado pacientemente por dias, certa de que as chamadas chegariam, mas o telefone permanecera mudo. Algo estava fora do lugar.
"Por que estão me deixando de fora?", ela murmurou para si mesma, sua voz como um sussurro rouco na noite. "Alguém está se mexendo nas sombras. Mas quem?"
Não sendo o tipo de pessoa que esperava pelas respostas, Scorpion já havia começado a sua própria investigação. Suas fontes no submundo lhe davam pedaços dispersos de informação - pequenos fragmentos, rumores sussurrados em becos escuros e nas mesas dos bares mais perigosos da cidade. E, em meio ao caos, uma coisa começava a ficar clara: havia um novo jogador movendo suas peças no tabuleiro.Ela ainda não sabia quem, mas a cidade estava se transformando rapidamente. As velhas famílias estavam perdendo controle de suas próprias operações - ataques a cargas, emboscadas a seus capangas, dinheiro desaparecendo sem explicação. E tudo isso estava acontecendo de forma coordenada, eficiente demais para ser obra de uma rival tradicional.
Scorpion tinha vivido tempo suficiente naquele submundo para reconhecer o padrão. As antigas famílias - Miya, Karasuno, Fukurodani, Inarizaki, Nekoma, e Sakusa - estavam em estado de alerta, tentando, cada uma a seu modo se protegerem. Mas nenhuma delas parecia ter a força ou a audácia de uma jogada tão ousada. Isso a levava a uma conclusão inevitável:
"Não são eles."
Scorpion caminhou até a borda do prédio, olhando para as luzes cintilantes da cidade abaixo. Seus pensamentos eram rápidos, calculistas, e por trás de seus olhos verdes penetrantes, um plano começava a tomar forma.
"Essas sabotagens não são obra de nenhuma das antigas famílias", ela pensou, com um leve sorriso surgindo em seus lábios. "Elas estão ocupadas demais em tentar não perder território que mal conseguem se mover."
Ela sabia como cada uma dessas famílias operava. Conhecia seus líderes, suas fraquezas e seus pontos fortes. A Miya era inteligente, mas orgulhosa demais para algo tão discreto. A Karasuno era forte, mas se apoiava em alianças abertas, jamais se esconderiam nas sombras para atingir seus inimigos.
A Fukurodani seguia a mesma linha da familia Miya, A Inarizaki não costumava atacar daquela forma, a Família Sakusa não ousariam, por mais metódicos que eles fossem eles precisariam de muitos peões para fazer uma jogada como aquela, e a Nekoma... bem, Kuroo poderia ser astuto, mas se ele estivesse por trás disso, Scorpion já teria percebido suas marcas.A explicação mais rápida que a mercenaria encontrou foi o surgimento de uma nova família, e os rumores que Scorpion ouvira falavam de uma força emergente, movendo-se nas sombras com precisão cirúrgica, cortando as bases de poder das famílias mais antigas. Não havia nome ainda. Apenas sussurros. Sussurros sobre uma organização que havia aprendido com os erros do passado, que não repetiria os mesmos deslizes das antigas gerações.
"Eles estão preparando o tabuleiro.", Scorpion murmurou, com uma calma fria. "Derrubando os pilares um a um, até que não sobre ninguém forte o bastante para resistir quando finalmente se revelarem."
Ela sabia que esse tipo de jogo era perigoso. Não se tratava de uma guerra aberta, com tiros e explosões, mas de algo mais sutil, mais letal. E quem quer que fosse o novo jogador, ele sabia como lidar com o submundo. Estava testando as velhas famílias, quebrando sua confiança, destruindo suas defesas aos poucos, até que a cidade estivesse pronta para ser tomada.
Scorpion ainda não sabia quem estava por trás das sabotagens, mas sabia de uma coisa: essa nova família não estava jogando para se aliar. Estavam jogando para dominar.
"Eu só preciso descobrir onde vão atacar a seguir", ela pensou, seus olhos analisando cada canto da cidade. "E então... vou estar lá, esperando."
Enquanto a noite continuava, Scorpion sabia que o tempo estava correndo. A cidade estava à beira de um colapso, e as antigas famílias estavam se desgastando, presas em suas próprias dúvidas e incertezas. Ela, por outro lado, estava no seu melhor momento. O caos era seu playground, e quando os outros perdiam o controle, ela prosperava.
Com um último olhar para a cidade embaixo, Scorpion desapareceu nas sombras, determinada a encontrar o próximo movimento desse novo jogador antes de qualquer um. A guerra havia começado, mesmo que os antigos chefes ainda estivessem tentando entender as regras.
E Scorpion estava sempre pronta para lutar nas sombras.
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Xeque-mate no Submundo
FanfictionNas profundezas de uma cidade dominada pelo crime e pela influência implacável, seis famílias mafiosas compartilham o controle, cada uma com seu território e operações clandestinas. Karasuno, Nekoma, Inarizaki, Fukurodani, Sakusa, e Miya mantêm um d...