Xeque-mate no Submundo

6.O primeiro movimento: Estratégia sombria

O silêncio da noite envolvia a cidade, um manto de escuridão que escondia tanto o caos que se aproximava quanto os movimentos traiçoeiros de forças invisíveis. Enquanto as famílias antigas se preparavam para o que achavam ser pequenos ataques e sabotagens, a verdadeira ameaça estava em andamento, se movendo com precisão mortal. A nova família havia observado em silêncio, aguardando o momento certo para dar um golpe que abalaria as fundações de uma das famílias mais respeitadas do submundo: a Karasuno.

Yachi Hitoka, a doce e carismática analista da Karasuno, uma jovem de coração puro que sempre oferecia seu apoio incondicional aos membros da família, era vista por muitos como a "luz" que iluminava os momentos sombrios. Ela não estava envolvida diretamente com o poder ou as disputas de território, mas seu papel no apoio aos estrategistas e sua lealdade inquestionável a tornaram um alvo valioso. E, na guerra entre as sombras, mesmo a luz mais brilhante pode ser apagada.

O plano foi executado com a perfeição fria e calculada que apenas uma organização hábil poderia alcançar. Yachi estava participando de um dos eventos de corrida da Karasuno, onde seus membros se reuniam para celebrar e fortalecer seus laços. O evento era uma tradição, um momento de descontração e companheirismo. Yachi, sempre sorridente, estava no meio da multidão, conversando animadamente com os outros membros, sem ideia do que a aguardava.

"Ei, Kageyama! Hinata! Vocês precisam relaxar um pouco, isso é uma corrida para se divertir, não uma guerra!", Yachi riu, acenando enquanto os dois competiam como se fosse um duelo de vida ou morte.

"Você conhece o Hinata. Para ele, tudo é uma batalha," respondeu Kageyama, com uma expressão séria, mas havia um brilho de afeto em sua voz.

Hinata, sempre energético, virou-se e gritou de volta. "Kageyama, você vai perder de novo! Yachi, não ria de mim!"

Yachi apenas sorriu, seu coração aquecido pela amizade que tinha com aqueles ao seu redor.

Mas, quando Yachi se afastou do grupo para pegar um pouco de ar, ela sentiu que algo estava errado. Movimentos rápidos e precisos. Em um local isolado, longe dos olhos curiosos, os assassinos se moveram como fantasmas.

O assassinato foi rápido, limpo e silencioso. Não houve luta, não houve gritos. "Por quê...?" foram as últimas palavras de Yachi, num sussurro incrédulo, antes de cair no chão, seus olhos se fechando para sempre. A luz da Karasuno havia sido apagada.

A notícia da morte de Yachi espalhou-se pela os membros da Família Karasuno como fogo, queimando tudo em seu caminho. A reação foi de choque, desespero e, rapidamente, um desejo avassalador de vingança.

Daichi Sawamura foi o primeiro a saber da morte de Hitoka,No momento em que ele recebeu a notícia ficou completamente paralisado por um breve instante, antes de ser dominado por uma raiva contida.Antes mesmo de reunir sua família, Daichi jurou vingança por Yachi.

"Alguém fez isso... E quando eu descobrir quem foi, eles vão pagar. Eles vão pagar caro." foi o que Daichi sussurrou pra si mesmo. Em seguida o lider da Karasuno reuniu seu principais membros para lhes dar a notícia.

No quartel da Karasuno, o clima era pesado. Hinata estava sentado em uma cadeira, as mãos trêmulas. "Ela estava lá... sorrindo. Como isso aconteceu?" Ele murmurou, a voz falhando com a emoção. Hinata e Yachi eram grandes amigos, e a morte da amiga tinha pegado o ruivo desprevenido.

Assim como Hinata, Kageyama não conseguia acreditar na situação, o moreno estava ao lado do ruivo, apertando os punhos com força. "Isso não faz sentido! Quem faria isso com ela?"

Shimizu Kiyoko, a outra única mulher da Karasuno, era sempre controlada, e naquela momento seus olhos estavam marejados. "Ela era a melhor de nós. Sempre apoiando todos, sempre acreditando... Como isso pôde acontecer com alguém como ela?" Sua voz era fraca, cheia de dor.

Hinata levantou-se bruscamente, socando a mesa. "Nós vamos encontrar quem fez isso. Eu juro que vamos! Eles vão pagar com a própria vida!"

Kageyama, mais calmo, mas igualmente perturbado, assentiu lentamente. "Eles... apagaram a luz da Karasuno. Mas agora, nós vamos nos tornar as trevas que os caçarão."

Tanaka respirando fundo e tocando de leve os ombros de Shimizu, que  respirava fundo para conter as lágrimas, disse: "Nós precisamos de um plano. Não podemos agir por emoção... Precisamos de respostas. Quem fez isso precisa ser destruído, mas não podemos nos cegar pela dor."

Ao redor da sala, todos os olhares carregavam o desejo de vingança, e ainda assim concordavam que não podiam agir por impulso, primeiramente teria que descobrir quem fez isso.

Daichi os olhou, seus olhos refletindo a dor de todos ali presente, "Precisamos de disciplina. Não podemos perder a cabeça agora. Yachi não gostaria que fizéssemos isso. Vamos manter a calma... e encontrar os culpados."

Hinata olhou para ele, os olhos ardendo com raiva e tristeza. "Eu sei... Mas, não vou descansar até encontrarmos os responsáveis."

A dor se espalhou como uma corrente invisível, conectando cada membro da Karasuno. A morte de Yachi não foi apenas uma perda. Foi um ataque direto ao coração da família. E a resposta deles seria feroz. Vingança não seria apenas um desejo — seria uma promessa.

"Kageyama," começou Hinata, seus olhos fixos na mesa que geralmente era ocupada por Yachi, "você está comigo nisso, não está?"

Kageyama ergueu o olhar, com a mesma intensidade. "Até o fim."

Shimizu, embora abalada não hesitou, ela firmou o aperto na mão de Tanaka que segurava de leve a sua. "Nós faremos justiça por Yachi. Mas não podemos nos apressar. Quem fez isso foi meticuloso, planejado... Não podemos deixar que eles escapem."

"Mas quem?" Nishinoya perguntou, "Quem seria capaz de fazer algo assim e desaparecer sem deixar rastro?"

Sugawara que naquele momento era a força emocional da unidade, respondeu com a voz decidida, embora ligeiramente ressentida pela a perda. "Ainda não sabemos quem são eles. Mas eles... eles não sabem o que fizeram. Yachi merece justiça, e nós vamos dar isso a ela. Vamos honrá-la."

Enquanto a Karasuno jurava vingança, a nova familia continuava a observar, escondida nas sombras. O assassinato de Yachi era apenas o próximo passo em um jogo muito maior.

No meio de um galpão escuro, vozes sussurravam. Um dos capangas falava ao telefone, a voz baixa e firme. "Está feito. A Karasuno está em caos... O próximo golpe está em andamento. Sim, Mestre... O caos será total."

O próximo golpe já estava sendo planejado. O caos na Karasuno era apenas o início de algo maior. O tabuleiro estava preparado para novos movimentos.

E nenhuma das famílias, sequer suspeitava que o "Mestre" estava movendo as próprias peças, e derrubando as peças dos outros jogadores, eles nem imaginavam quem seria o próximo a ser atacado. O caos só estava começando.