Capítulo I: Primeira Canção

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Uma rosa desabrochava sob o céu azul, suas pétalas suaves como os primeiros raios de sol ao amanhecer. Sua fragrância preenchia o ar com uma doçura sutil, como uma canção silenciosa, um prelúdio a algo maior. Cada folha que balançava em seu galho era um sussurro de esperança, e o vento que passava parecia entoar sua melodia com respeito e cuidado. Assim era a sua primeira canção: uma melodia serena, delicada, que falava de amor e inocência.

Ela nasceu sob um céu azul, onde a luz do sol brilhava continuamente, e as gotas de orvalho não faziam mais do que acariciar suas pétalas. Seu jardim era protegido, seu mundo, harmonioso. O brilho das estrelas à noite refletia o profundo mistério do amor que nascia em seu âmago. Cada noite, a lua era sua confidente, ouvindo em silêncio os sonhos de um coração jovem, ainda intocado pelas feridas do tempo.

Mas o amor, por mais suave que seja, também é frágil. A primeira canção, embora bela, não estava destinada a durar para sempre. As nuvens começaram a se formar no horizonte, e com elas vieram as primeiras dúvidas, os primeiros medos. A rosa, tão acostumada ao carinho suave das brisas, sentiu pela primeira vez o sopro da mudança. Sua canção começou a desvanecer-se, como um eco perdido entre colinas.

Ainda assim, ela se mantinha firme, na esperança de que a luz do amor pudesse resistir às sombras. Pobre rosa acanhada! Não sabia que sua canção não era eterna, que as forças do tempo e da tempestade viriam implacáveis. E, assim, com a chegada da tempestade, a primeira canção chegou ao fim, deixando espaço para algo novo, algo mais sombrio, mas inevitável.

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