Terceira Canção

1 1 0
                                    

Cacto:

Sinto-me mais forte agora. A tempestade me ensinou a ser resistente, a endurecer minhas raízes contra os ventos impiedosos. A canção que antes cantava de amores e sonhos desapareceu no redemoinho de granizo, mas há um novo tom em meu ser. Não há mais espaço para a doçura, nem para o perfume que antes encantava. Agora, a vida é uma luta constante, e sou o único que pode vencer.

Rosa:

Eu entendo o porquê da transformação, mas meu coração ainda guarda a melodia perdida. Embora tenha cedido à tempestade, uma parte de mim ainda anseia pelo retorno do sol, pelo calor das manhãs ensolaradas. Sei que não sou mais a mesma, mas ainda há uma luz em mim, enterrada nas profundezas de minhas raízes. Se um dia a tempestade passar, eu gostaria de poder voltar, de retomar a canção de onde parei.

Cacto:

Você não pode voltar. A canção mudou. Não há espaço para o que você era. Deixe-me guiá-la agora, pois sou eu quem enfrenta o mundo. Seus sonhos não têm lugar aqui. O amor que você conheceu se desfez com o vento. A dureza é tudo que resta.

Rosa:

Se essa é a única escolha, que assim seja. Mas saiba que, mesmo sob a superfície, meu amor ainda vive, enterrado em minhas raízes. E, quando o tempo certo chegar, espero que ele floresça novamente.

---

O Livro Das Canções Perdidas Onde histórias criam vida. Descubra agora