Capítulo 3

348 62 8
                                    

Boa Leitura.


Matteo Medina


  Eu me jogo debaixo do chuveiro completamente nu e troco a temperatura para fria. A água gelada machuca a minha pele de tão fria, mas é isso que eu preciso no momento. Preciso de algo gelado, dolorido e sem qualquer calor para que eu consiga voltar à razão. Olho para o meu pênis ereto e quase roxo devido à necessidade. Estou inchado e dolorido, pronto para jorrar esperma dentro...
Porra! Eu sou um porra de um bastardo! Ela é sua afilhada, caramba! Sua porra de afilhada! Como pode desejar gozar dentro de uma menina! Porque é isso que ela é: uma menina, e ainda por cima sua afilhada!

  O nojo que sinto por mim mesmo aos poucos gera o efeito que eu preciso. Meu pau começa a amolecer com o tempo, e eu finalmente respiro em paz. Posso ser tomado pela insanidade às vezes no que diz respeito a Ari desde que ela voltou da Inglaterra, mas ainda nunca concluí nada obsceno ao pensar nela. Nunca me permiti gozar pensando no quão perfeita ela é. Ela não merece ter sua pureza suja por mim. Mesmo que por mim sozinho, sem seu conhecimento. Ari é uma boa garota, sempre foi tratada como uma princesa e em compensação sempre agiu como uma. Apesar de estar tendo seus momentos de rebeldia ultimamente, ela ainda continua doce como sempre. Marcos fez uma boa filha. E eu sou um maldito por desejar a menina que ele confiou em mim para cuidar como um pai quando ele não estivesse mais aqui.

Começo a me limpar com a esponja de banho e pela primeira vez desejo que ela fosse mais áspera. Estou com tanta raiva de mim mesmo que nem mesmo me incomodo com o fato de a água estar absurdamente gelada. Assim que termino, pego a toalha branca aquecida e a enrolo no quadril. Pego minha escova de dente e escovo meus dentes enquanto me olho, ainda furioso, no espelho do meu banheiro. Assim que saio e entro no meu quarto, escuto alguém bater na porta. Geralmente a senhora que trabalha para mim costuma tirar minhas roupas sujas do meu quarto a essa hora, pois costumo chegar mais tarde e não estar aqui neste horário. Eu hesito por um momento, em dúvida se me visto antes de atender ou não. Mas, incomodado com o fato de deixar uma mulher já de idade considerável esperar, eu decido a contragosto abrir a porta do jeito que estou mesmo. Afasto algumas gotas de água da minha testa e giro a maçaneta. Sem olhar para fora, falo:

— A senhora pode entrar, vou me trocar no meu closet. Mas pode ficar à vontade.

— Ah, eu, hum... eu — a voz que eu menos esperava escutar gagueja, e eu imediatamente gelo.

Quando me viro para a dona da voz hesitante, vejo Ari paralisada na porta, segurando várias roupas na mão e me olhando com os olhos assustados. Ela desce os olhos do meu rosto molhado para o meu peito e, quando chega ao meu abdômen, ela cora violentamente. De pálida, ela passa para um vermelho cereja quase que de imediato. Ari desvia os olhos rapidamente e, não sabendo para onde olhar, ela fixa em um canto da parede e me diz sem olhar para mim:

— Dona Irina teve um problema em casa e precisou fazer uma ligação. Eu me ofereci para trazer suas roupas. Mas eu não sabia que você ainda estava no seu quarto. Eu... eu não. Desculpa...

Eu fecho os olhos, tentando retomar meu controle e respiro fundo para não descontar minha frustração na garota.

— Tudo bem, Ari. Não foi culpa sua. Coloque as roupas na minha cama que eu cuido disso. Você pode ir.

Ela assente e, apressada, vai em direção a minha cama para fazer o que eu disse. O problema é que o chão estava molhado, e nem eu, nem Ari percebemos isso. Quando estava para colocar as roupas na beirada da cama, ela escorrega em uma pequena poça de água no chão de mármore branco. Vejo, para meu completo pânico, Ari cair para trás. Ela deixa as roupas caírem primeiro, em seguida tenta colocar as mãos para baixo a fim de minimizar o impacto. Nesse curto intervalo de tempo, tento pegá-la a tempo. Mas é humanamente impossível dada a distância relativamente grande que eu estava dela. Em completo horror, assisto a garota que vi crescer cair e se machucar na minha frente. Todo seu corpo cai em cima de uma perna dobrada, e tudo que eu escuto em seguida é seu grito de dor agonizante. Ari grita sem parar enquanto seus olhos formam poças de água em milésimos de segundos.

Apenas AfilhadaOnde histórias criam vida. Descubra agora