Lauren e Nathaniel são vizinhos desde que se conhecem por gente, mas isso não significa que eles se suportem. Apesar de suas mães serem melhores amigas, a relação entre eles nunca foi fácil. Eles estudam na mesma escola, compartilham a mesma sala, m...
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Depois de chegar em casa e tomar um banho longo, ainda sentia o cheiro da água salgada em mim. Deitado na minha cama, o quarto escuro e silencioso, tentei desligar minha mente do que tinha acontecido na praia, mas era inutilmente idiota. As imagens continuavam voltando. A risada dela, o jeito que o sol refletia no cabelo castanho de Lauren, a sensação de segurar seu braço enquanto a tirava da água. Aquela fração de segundo em que fiquei mais perto dela do que em todos esses anos. Eu me preocupei tanto quando ela quase se afogou.
Fechei os olhos, deixando que a exaustão do dia me dominasse por um momento. Mas, ao invés de me acalmar, me trouxe mais lembranças. A forma como ela olhou para mim, depois que a ajudei, não saiu da minha cabeça. Não era raiva, não era desdém. Era outra coisa. Algo que eu não estava preparado para enfrentar. Algo que eu estava evitando há muitos anos.
Eu sempre achei que mantendo distância dela, escondendo o que eu realmente sentia, estava fazendo a coisa certa. Que afastá-la me protegeria e, de certa forma, a protegeria também. As vezes eu posso ser muito bruto, tenho de medo de machucar lá.
Mas ali, no meio das ondas, com a adrenalina a mil e nossos corpos tão próximos, eu percebi o quão frágil essa distância realmente era.
Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos. Não fazia sentido continuar me torturando com isso. Sempre fui bom em controlar minhas emoções, manter tudo no lugar certo. Mas quando se tratava de Lauren, tudo ficava confuso pra caralho.
Ouvi meu celular vibrar na mesa ao lado da cama. Peguei o aparelho e vi uma mensagem no grupo de amigos:
Phil: Vamos sair daqui a pouco? O pessoal tá se encontrando no bar.
Suspirei, largando o celular de volta na mesa. Sair com os amigos, rir, fingir que nada tinha mudado - talvez fosse exatamente o que eu precisava. Mas enquanto me levantava e pegava uma camiseta qualquer do armário, me peguei encarando o espelho. Acho que oque eu preciso é uma transa. Melhor ainda se fosse com ela.
Por que ainda estava pensando nela?
Lauren.
A garota que eu passei anos provocando, irritando, afastando. A garota que, de alguma forma, sempre me afetou mais do que eu queria admitir. Cada vez que nossos olhares se cruzavam, sentia como se ela pudesse ver além do que eu mostrava, além das piadas e provocações. Era por isso que eu evitava. Porque, lá no fundo, eu sabia que ela era a única que realmente me enxergava.
E hoje, no mar, eu tive que salvar ela. Eu faria isso mil vezes se necessário. Eu faria de tudo para salva-lá
Eu conheço Lauren há tanto tempo, mas aquele momento foi como se fosse a primeira vez. E o jeito que ela olhou para mim, como se estivesse vendo algo novo também... algo que ela não tinha visto antes.
Bati a porta do armário, irritado com meus próprios pensamentos. Peguei minha carteira e o celular e saí de casa, tentando afastar tudo isso da cabeça. A noite estava fresca, e caminhar pelas ruas vazias parecia uma boa maneira de espairecer antes de encontrar os amigos.
