❥~Em direções opostas numa mesma estrada E quando à noite deito na minha almofada Lembro das consequências, das escolhas erradas Sempre que vou embora nem ligo mais Sempre que vais embora penso onde vais Sempre que vou embora fico indiferente Porque no fundo somos iguais.
Plutónio - Somos iguais. Maputo.
2016.
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______________________________________ O dia de ontem na praia com Ísis foi um tanto estranho. Logo após a despedida dela, a tristeza nublou seu rosto e, durante o resto do dia, fiquei me perguntando se eu tinha algo a ver com isso. Não sou o melhor em identificar sentimentos alheios, muito menos os de garotas.
Mas ela estava tão perfeita naquele vestido! Minutos antes, eu a vi entrar na loja e, quando passei por lá, percebi que seus olhos brilharam ao contemplar o vestido. Então, acabei comprando-o para ela.
Mas aquele olhar, quando ela estava indo embora, me deixou cheio de dúvidas, e agora não paro de me perguntar o porquê.A verdade é que o dia de ontem com Ísis estava me consumindo. Cada vez que eu fechava os olhos, via o olhar triste dela, o jeito como ela se afastou rapidamente depois que tentei falar com ela na praia. Era como se ela estivesse fugindo de mim... ou de algo mais.
Por que ela estava assim?pensei, enquanto passava a mão pelos cabelos, frustrado. Nunca fui bom em entender os sentimentos dos outros, e ainda mais quando se tratava de Ísis. Ela sempre foi um mistério para mim, mas agora estava diferente... mais distante.
E se eu for o motivo do seu sofrimento?, me perguntei. O que eu disse ou fiz ontem que poderia ter machucado ela?
Relembrei a cena na praia. O vestido. Eu sabia que ela gostava dele, por isso o comprei, mas será que ela ficou chateada por isso? Será que minha atitude foi invasiva?
Sentia uma leve angústia crescer no peito. Não queria machucá-la. O problema é que, toda vez que me aproximava de Ísis, algo em mim mudava. Eu me sentia diferente, confuso, como se não soubesse como agir. E agora, tudo parecia ainda mais complicado.
8:45 da manhã. Estou na enorme sala de jantar, tomando o pequeno-almoço sozinho. Esse silêncio... o silêncio tem sido a minha única companhia. O celular toca e vejo o nome da minha mãe na tela.
── Mãe!
── Meu príncipe, vejo que despertou cedo.
── Sim, mãe. Como está indo a viagem?
── Você sabe, Príncipe, reuniões e mais reuniões.
── Imagino, mãe... Quando é que vão voltar para casa? ── Questiono, mas minha voz sai muito mais baixa do que esperava.
── Príncipe, não escutei ── ouço vozes ao fundo chamando minha mãe ── Filho, a reunião está prestes a começar ,mas, nos falamos mais tarde, sim? Amo você. Cuide-se.
