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As horas passaram e Ho Seok continuou na sala de cirurgia. Ji Min não tinha aberto a boca desde a nossa conversa no carro, porém, entre ele e eu isso era desnecessário. Nós nos conhecíamos, sabíamos tudo um do outro e eu não precisava que ele me dissesse o quanto estava assustado em saber disso.

-Parentes de Jung Ho Seok - disseram eles de repente.

Como se tivesse molas nos pés, Ji Min levantou-se imediatamente.

- Aqui - nós dois dissemos ao mesmo tempo.

Um médico, talvez com não mais de quarenta anos, aproximou-se de nós com alguns papéis nas mãos.

- A cirurgia foi difícil, mas correu bem - disse-nos. Ele respondeu bem, levou três tiros, por isso é de esperar que tenha sofrido hemorragias, felizmente agiram rapidamente...

O médico falou e falou, dando detalhes sem parar. No entanto, quando chegou a parte que eu sabia que aconteceria em algum momento, amaldiçoei interiormente.

—A polícia quer saber dos acontecimentos, obviamente não permitimos que eles vissem o paciente, mas se algum de vocês pudesse conversar com eles seria muito bom —disse o médico.

Bem? Aquele médico não tinha ideia de nada.

- Eu cuido da polícia - falei, olhando para Ji Min, que imediatamente perguntou ao médico:

—Posso ir vê-lo?

- Sim, mas ele não está acordado, você poderia acompanhá-lo, seria bom se quando ele acordasse ele visse alguém que conhece - explicou o médico, enquanto caminhava com Ji Min pelo corredor, ao mesmo tempo que eu me dirigia do outro lado, na recepção, onde eu sabia que a polícia estaria e não me enganei.

- Sr. Jeon - disse um homem uniformizado que, para minha sorte, ou talvez infortúnio, me conhecia.

- Oficial Sook - eu disse, aproximando-me dele.

Foi uma grande ironia que seu sobrenome significasse pureza, quando ele recebia subornos do crime organizado, ou seja, eu.

- O que aconteceu? Entendo que era uma de suas instalações e não é a primeira a ser atacada - disse-me ele.

- Não, não é - eu disse - Estou tendo dificuldades por causa disso, já é o sexto bordel que eles atacam.

- Foi o que ouvi - ele confirmou. - Você quer que eu investigue?

—Não, não se preocupe, já os identificamos, é um problema de território —estava claro que era mentira total, mas não poderia contar a ele que possivelmente as ordens vieram do meu avô, possivelmente. — O que você precisa é inventar uma boa desculpa para o relatório, você sabe, algo confiável.

O cara me olhou em dúvida, como se soubesse que eu estava mentindo, porém, ele simplesmente se dignou a acenar com a cabeça e saiu. Suspirei e então o celular tocou no bolso da minha calça.

- Olá - eu disse.

—Jung Kook? —era meu garoto do outro lado da linha— Como está o Sr. Ho Seok?

—Ele já fez várias cirurgias, mas o médico disse que correu bem, só nos resta esperar ele acordar— eu não queria preocupá-lo mais do que o necessário, além disso, eu sabia que Ho Seok sairia dessa o mais rápido possível. Sempre. Eu esperava que sim.

Naquele momento, tomei consciência do silêncio inquieto do meu garoto.

- O que está acontecendo? - perguntei-lhe.

— Você foi ver o Sr. Yoongi? - ele perguntou-me.

— Não, mas farei isso em breve, por quê? - disse.

Olhos FechadosOnde histórias criam vida. Descubra agora