Capítulo 8 - O Olho da Fênix

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Na manhã seguinte, Dante pediu minha ajuda para fazer marcações em volta do terreno. Ele passou a noite preparando uma poção de proteção. E agora precisamos espalhar em volta da cabana.

Enquanto fazia as marcações pensava em como contaria para Lyra sobre os planos de Abadom. Seria melhor do que ela descobrir sozinha.

Lyra já tinha acordado e estava do lado de fora, esticando seus braços para cima. Me aproximei e disse:

- Bom dia Lyra!

Ela sorriu e assentiu levemente. Os seus olhos estavam caídos.

- Dormiu bem esta noite?

- Adoraria dizer que dormi essa noite...- Ela disse em um tom baixo.

Estava preocupado com ela.

- Fico feliz que tenha se juntado a nós Lyra. - Disse Dante se aproximando segurando dois galões - Preciso que me ajude com uma coisa.

- Pode falar.

- Eu até pediria a Elder, mas preciso de mãos pequenas para isso - Ele colocou um dos galões perto de Lyra - Elder fez marcações em volta de todo o terreno, preciso que derrame a poção por toda a marcação sem deixar nenhuma falha.

- Que poção é essa?

- É uma poção de proteção, colocando por todo o terreno estaremos muito mais seguros, ela vai formar o chamado círculo de fada. Enquanto estiverem dentro dele não serão rastreados de nenhuma forma.

- Isso é ótimo! - disse Lyra entusiasmada.

- Então vamos começar, a área é grande. Lyra você vai pela direita e eu pela esquerda. Assim que jogar a poção no chão nascerá cogumelos, fique atenta para que não tenha espaçamento entre eles, isso pode deixar o círculo fraco.

Lyra assentiu e foi pegar o galão, percebi o esforço que ela fez.

- Espera Lyra, o galão está muito pesado - eu disse tentando ajudá-la.- Posso levá-lo para você.

Lyra me afastou e disse:

- Eu consigo, não sou tão fraca como pensa que sou.

Ela se afastou carregando o galão com dificuldade até a primeira marcação. Eu caminhava ao lado dela. Ela jogava a poção roxa com cuidado na marcação. Em questão de segundos pequenos cogumelos marrom nasciam. Ela sempre apoiava o galão no chão e o inclinava devagar até cair algumas gotas. Ela teve que voltar diversas vezes, pois dessa maneira ficava espaços entre os cogumelos.

- Você não precisa me seguir, pode ir fazer outra coisa. - disse ela nervosa.

- Não vou deixá-la sozinha Lyra.

Ela bufou, parecia irritada com a minha presença. Acho que não dormir bem tenha resultado em sua pouca paciência. Talvez não fosse a hora certa de contar a ela sobre o plano de Abadom. A manhã passava devagar e Lyra parou diversas vezes para tomar água e esticar os braços doloridos. Conforme íamos cobrindo o terreno, carregar o galão se tornou mais fácil.

Lyra então bateu o galão no chão e disse:

- Elder... Quando vai me contar os planos de Abadom.

Arregalei os olhos com a investida surpresa.

- Não acho que seja o melhor momento para contar.

- É mesmo! Você não acha que eu tenho direito de saber, que esse tempo todo de certa forma eu sou noiva de Abadom.

- Espera!... como soube.

- Eu escutei você e Dante conversando ontem a noite sobre.

Eu respirei fundo e disse:

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