Girando En Un Tacón

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-Mãe por favor, não precisa me mandar dinheiro eu me viro por aqui… já estou terminando o curso daqui a pouco eu começo a ganhar dinheiro

-Minha filha eu sei que você é talentosa e já já vai estar fazendo sucesso com seu trabalho, mas enquanto isso deixa a mamãe te ajudar, tá bom?

-Tudo bem Dona Rey, tudo bem… escuta, eu vou desligar agora, amanhã eu ligo de novo… eu te amo!

-Eu também te amo minha vida, que Deus te abençoe.

  Desliguei o telefone e entrei no pub que fica perto do campus da universidade. Todos os estudantes, estagiários e até professores frequentam esse lugar. É um point para date, resenhas com os colegas e diversão para esquecer um pouco a vida conturbada de estudos.
Encontrei meus colegas numa mesa e jogamos algumas partidas de sinuca e dardos. Tomamos um pouco de cerveja para hidratar a alma e dançamos ao som do meu querido reggaeton.
- Que saudades de casa!

  Tirei um tempo para recuperar o fôlego e sentei em um banquinho no balcão, fiquei observando as pessoas em suas mesas, os grupos de ricos e de bolsistas, os dates dando certo e algumas gargalhadas exageradas do pessoal de teatro

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  Tirei um tempo para recuperar o fôlego e sentei em um banquinho no balcão, fiquei observando as pessoas em suas mesas, os grupos de ricos e de bolsistas, os dates dando certo e algumas gargalhadas exageradas do pessoal de teatro. Encontrei uma mesa que me chamou atenção, um anjo loiro encantador, sua pele brilhante e seus cabelos lisos e finos. Ela olhava a tela do celular concentrada e com o passar do tempo se mostrou um pouco impaciente. Reparei na sua boca pequena e suas mãos com dedos magros, unha grande e canhota. - Meu Deus, que gata!
Esperei algum tempo para ver se chegava alguém, mas não parecia que ela estava esperando por alguém. Olhei fixamente até que ela notasse, e vi que seus olhos eram azuis igual ao céu numa noite de verão. Trocamos alguns olhares e sorrisos até ela me dar permissão para sentar ao seu lado. 
Descobri seu nome, seu número de telefone e senti seu perfume quando roubei um beijo na saída do pub.

  Como ela beija bem, fiquei viciada, atordoada e querendo cada vez mais. Marcamos nosso segundo encontro e nele, ela se entregou para mim. Foi a transa mais longa e intensa da minha vida. Parecia que já nos conhecíamos antes, ela tocava exatamente onde eu sentia mais prazer e eu consegui achar seu ponto de combustão com facilidade. Vivemos uma paixão avassaladora por quase três meses, senti que Anahí estava se entregando para mim cada vez mais, e eu a ela. Senti que poderíamos ser mais que um caso de faculdade. Aquela garota mexeu comigo de um jeito único.
  Aos pouquinhos ela foi descobrindo meus gostos, meus sabores, minhas fraquezas e meus desejos. E eu tentei retribuir tudo isso, faltei a algumas palestras e me atrasei em algumas aulas, tirei minha primeira nota baixa porque não consegui estudar direito com ela nua na minha cama. Anahí me distraia mais do que deveria, eu não conseguia tira-la da minha cabeça e confesso que perdi um pouco o rumo da minha vida até descobrir que ela já tem a vida ganha. Anahí é uma riquinha que veio para o Canadá experimentar coisas novas, enquanto eu apostei a casa onde nasci e cresci nessa faculdade, se eu vacilar perco tudo, minha mãe perde tudo.
-Por que ela não me contou que é rica? Será que acha que sou interesseira ou será que eu sou apenas uma diversão? Se não for nada disso e ela estiver apaixonada de verdade eu não vou conseguir nunca me encaixar nos seus gostos refinados e seu estilo de vida glamouroso… é melhor eu parar antes que isso fique sério.

  Voltei para meu país, troquei de número e decidi que ia esquecer aquele amor de faculdade e focar exclusivamente no meu futuro, na minha carreira e recompensar todo sacrifício da minha mãe.
Aluguei um quarto próximo ao hospital onde quero trabalhar, é o melhor do país. Quem entra no programa daqui consegue emprego em qualquer lugar do mundo. E eu vou ser uma médica do grupo Franco Colucci!

  Passei alguns dias indo a um bar e restaurante que era frequentado pelos médicos do hospital, e fiz algumas amizades com enfermeiras que queriam meu telefone. Uma delas me convidou para uma festa onde teriam outros internos e residentes. Lá eu conheci nada mais nada menos que o herdeiro dos Colucci, e me fiz de ingênua para ganhar sua atenção. Eu sei que é errado me aproveitar das pessoas, que Virgem de Guadalupe me perdoe, mas minha mãe não vendeu nossa casa em vão.
Ele pegou meu telefone e me ligou no dia seguinte, marcamos de ir ao cinema e durante o filme ele tentou me beijar, eu consegui evitar esse acidente, e disse que primeiro deveríamos ser amigos, ele concordou.
Christopher passou a me ligar todos os dias, enviava flores e chocolates para mim, e sempre me convidava para sair. Era um cara muito divertido e engraçado, cheio de histórias de aventuras. Consegui fazer com que ele me indicasse para uma prova no hospital, e ele se animou muito com a ideia de sermos colegas de trabalho, já que também seria um interno do hospital da família.

- Definitivamente o sol não é para todos! Eu tive que cortar um dobrado para estudar, me sustentar e me formar e ele já nasceu com seu destino pago.

  Passei na prova e consegui ser a melhor entre os avaliados, a vaga é minha

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  Passei na prova e consegui ser a melhor entre os avaliados, a vaga é minha. Eu sou uma médica do Franco Colucci! Queria comemorar com duas pessoas, minha mãe que está em Guadalajara vivendo na casa da minha tia, e Anahí que não faço ideia de onde possa estar. Eu queria tanto dividir minha felicidade com ela.


-Dulce você vai hoje na minha festa de formatura né?
-Ah Christopher eu bem que queria ir, mas não estou me sentindo bem… acho que comi alguma coisa que não me fez bem - Menti, eu só não queria ir, hoje eu estou sentindo mais falta dela do que o normal. Sei que preciso tirar essa garota rica dos meus pensamentos, mas não consigo.
-Você tem que ir, eu quero te apresentar uma pessoa especial que chegou de viagem - Christopher era um cara insistente e persistente demais
-Eu posso levar uma amiga comigo? - Perguntei porque tinha quase certeza que ele não ia aceitar
-Claro que pode, você pode chamar quem quiser é só me mandar o nome para colocar lá na lista - Que droga!
-Então tudo bem, eu vou tomar um remédio para estar melhor até lá, beijo.

  Chamei minha colega de quarto para ir comigo, ela aceitou na hora afinal era a melhor balada da cidade com consumação livre a noite inteira. Gente rica tem mania de fazer coisas extravagantes para impressionar uns aos outros. Será que Anahí frequenta esse tipo de lugar? Ela dizia que não bebia, mas aposto que era mentira.

-E o que te interessa isso Dulce María? Esquece ela!

Nos arrumamos e saímos de casa, Zoraida tem um carrinho antigo que serve para nos levar aos lugares mais longes e é nosso hotelzinho quando saímos para beber.

-Dul, para aqui nessa conveniência eu preciso comprar absorventes, acho que fiquei menstruada
-Puta que pariu, isso lá é hora de menstruar? Estacionei o carro em frente a conveniência e saímos.
Quando ia entrando esbarrei em alguém que quase caiu no chão com o contato…

-Dulce… - Eu não acredito nisso, é ela, é a Anahí! O que ela está fazendo aqui?




Girlfriend (Portiñon)Onde histórias criam vida. Descubra agora