Eu juro por tudo que existe neste mundo que nunca mais eu vou me entregar assim a alguém, eu juro que ninguém nunca mais vai maltratar tanto meus sentimentos.
Estou com raiva, triste e me sentindo uma grande imbecil de não ter percebido antes que tudo aquilo que vivemos foi apenas uma diversão para ela. -Eu te odeio Dulce María!Como se não bastasse tudo que estou passando ainda preciso aturar as grosserias do meu pai, que ainda não entendeu que eu não quero ser médica, eu tenho raiva de médicos! Cambada de gente sem coração. Desde que cheguei ele não perguntou nenhuma vez se eu estava bem ou mal.
As vezes eu acho que meu pai me trata desse jeito porque sente raiva de mim, graças ao meu nascimento minha mãe morreu. Se ela estivesse viva iria me apoiar ou seria como todo mundo? Alfonso diz que eu sou parecida com ela, que temos os mesmos trejeitos. Ele é o único de nós três que lembra dela, Ucker só tinha dois anos quando ela morreu. Ele nos conta algumas histórias sobre ela, sobre como ela era adorada pelos pacientes, a melhor pediatra do país!-Anahí você está me ouvindo? - Meu pai parou na minha frente com uma expressão confusa
-Eu estou pai, mas estou com pressa agora. Mais tarde a gente conversa tá bom?
-Não está bom não Anahí, você está tentando se matar ou me matar? As empregadas disseram que você não está se alimentando. Você quer chamar minha atenção igual quando era adolescente? Eu não tenho tempo para isso Anahí
-Você nunca teve, não é? Pai, eu só quero sair para resolver a minha vida… eu não quero discutir com o senhor - Pedi quase como uma súplica. Eu não precisava de broncas, precisava de um abraço.
-Eu tenho uma viagem hoje a noite mas volto amanhã à tarde e nós vamos ter uma conversa muito séria. Eu estou farto de você viver como uma adolescente, veja seus irmãos, homens de respeito, doutores de respeito. Quando você vai parar com essa brincadeira de criança?
-Você nunca vai conseguir sentir orgulho de mim, né? - Uma lágrima ficou presa nos meus olhos mas eu me recusei a deixá-la sair, não queria mais chorar nem por ele nem por Dulce.Sai de casa apressada, eu tinha um compromisso importante com meu amigo de infância Christian Chávez. Ou melhor dizendo com o Chef Chávez que acabou de ganhar sua primeira estrela Michelin.
Ele acabou de chegar da França e quer me encontrar, temos tantas coisas para conversar, tenho tanta coisa para contar!-Ah que saudade de você! - Ele me abraçou forte, e eu desmoronei em seus braços. Eu tinha certeza que ele suportaria minhas dores. Ficamos naquele abraço até que eu conseguisse me recompor.
-Quem te machucou desse jeito hein? - Ele me olhava com compaixão, enquanto enxugava minhas lágrimas.
Chris preparou nossa sobremesa favorita, pêra ao vinho tinto e sentamos para comer enquanto ele me contava suas aventuras na França e como foi ganhar o maior prêmio da gastronomia.-Eu quero te fazer um convite muito especial, e eu não sei como vou agir se você recusar hein - Me alertou antes de falar - Eu vou abrir um restaurante aqui na cidade, e eu quero você comigo como sócia e Chef
-O que? Você está brincando comigo - Levantei da cadeira assustada e incrédula
-Lógico que não, acho que nunca falei tão sério assim na minha vida. Eu quero você como Chef e sócia. Tá na hora de sair das asas do seu pai. Pega teu sobrenome e coloca ele pra jogo em outra área! Você já se formou a séculos, e tá aí tentando aprovação do seu pai. Chega disso, tá na hora de escrever sua própria história mulher - Ele levantou e veio na minha direção, parando bem na minha frente - A próxima Michelin é sua!
-Você confia tanto assim em mim? - Ele balançou a cabeça e me abraçou
-Você é minha pessoa - Ele sussurrou no meu ouvidoDecidi agarrar essa oportunidade com unhas e dentes, eu não podia falhar com meu melhor amigo que estava depositando suas fichas no meu trabalho. O lugar do nosso novo restaurante já estava quase pronto, e nós estávamos fazendo a seleção dos funcionários. Chris já tinha montado a equipe quase completa, só faltava a confeitaria. Tínhamos uma entrevista marcada, mas a pessoa estava um pouco atrasada.
-Oi, me desculpem pelo atraso! Eu acabei me perdendo - Sorriu simpática e estendeu a mão para mim
-Tudo bem, você é a Maite Perroni, certo? - Perguntei olhando sua ficha
-Sim, muito prazer! - Ela sorriu de novo e pude observar uma charmosa covinha se formando em seu rosto
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-Dulce você gostou do presente? Por que não está usando o colar que te dei?
-Claro que eu gostei mas ele não combina com trabalho, é muito chique. Vou usá-lo em alguma ocasião especial - Sorri para tentar fazer com que ele acreditasse
-Hmm, você quer jantar comigo hoje a noite? A gente larga o plantão para outros e podemos ir - Ele sugeriu se aproximando de mim
-Não, eu não posso. Eu quero pegar todos os plantões possíveis e imagináveis
-Você não cansa nunca hein, eu adoro esse seu jeito dedicado - Christopher colocou a mão na minha cintura e eu tirei imediatamente
-Para com isso, se alguém ver pode pensar coisas de nós dois
-Que pensem, eu não me importo Dulce - Ele acariciou meu rosto e eu senti repulsa
-Christopher eu preciso ir, depois a gente se fala - Fugi para a emergência, ele detestava ficar na emergência. Na verdade eu não sei muito bem onde ele gostava de ficar, porque sempre que podia vagar por aí ele fazia.Fiz um plantão de 48h e quando deitei na cama não conseguia nem fechar os olhos, eu sentia um vazio tão gigante no peito. Era como se me faltasse algo, eu me sentia incompleta e sozinha. Eu ainda sinto falta daquele anjo loiro, sinto falta daquela paz que só encontrei em seus braços.
- Eu não posso perder o foco! - Fechei os olhos e vi aqueles olhos azuis chorando na minha frente, senti meu peito arder e uma lágrima caiu sem minha permissão. Abri os olhos e fiquei olhando para o teto, pelo menos com os olhos abertos eu não me distraia fácil. Olhei para o lado e meu celular vibrou, era Christopher me desejando uma boa noite de sono.
-Eu não aguento mais esse cara! - Me joguei na cama e coloquei o travesseiro no rosto
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Girlfriend (Portiñon)
Fanfiction"Você quer ser minha namorada Ah, que linda namorada você poderia ser Se quiser ser somente minha..."