Hoje, a dor de sua ausência me abraçou com a força de um vendaval. É uma ausência que não apenas ocupa espaços, mas que suga o ar dos pulmões, deixa tudo suspenso e vazio. A cada dia, ele parece mais distante, como uma estrela que, embora ainda visível, já deixou de existir há muito tempo. E essa distância, lenta e cruel, é o que me esmaga. Não sei como prosseguir quando a vida, sem ele, perde o sentido.
Não digo isso como quem fala de uma certeza leve, mas como quem carrega um fardo insuportável. Porque saber que ele é a minha razão e, ao mesmo tempo, vê-lo escapando pelos meus dedos, é um tormento que não consigo descrever. Não há medida para essa dor, não há nome que dê conta dessa angústia. Tudo o que eu faço, tudo o que vejo, lembra o espaço que ele deveria ocupar. E ele não está lá.
Há algo terrivelmente cruel em amar tanto alguém que se distancia. É como se a vida me ensinasse, de forma lenta e dolorosa, que o amor não é suficiente. Não importa o quanto meu coração ainda clame por ele, o quanto meu corpo anseie pelo seu toque. Ele se afasta, e eu permaneço aqui, estática, presa num tempo onde ele ainda era meu, onde havia esperança.E é essa falta de esperança que mais me fere. Não saber se ele pensa em mim, se ainda me guarda em algum canto de sua alma, é uma incerteza que me devora. Será que sou apenas uma sombra, uma lembrança apagada pelo tempo, ou será que ele, em algum momento do dia, também sente essa falta dilacerante? Mas a resposta nunca vem.
A vida sem ele é uma existência suspensa, um eterno labirinto onde todas as saídas levam ao mesmo vazio. As cores ao meu redor desbotaram. O que antes me encantava agora é um cenário sem vida. Eu finjo para o mundo que estou bem, que continuo caminhando. Mas por dentro, estou despedaçada. Nada mais faz sentido, porque ele era o sentido.
E agora, tudo o que me resta é essa espera. Uma espera que não promete redenção, que não garante alívio. Espero que, de algum modo, ele volte. Ou talvez, espero o dia em que a dor finalmente cederá. Mas hoje, hoje essa dor é tudo o que sou. E a saudade, essa saudade tão feroz, continua a me consumir, lentamente, até que não reste mais nada de mim.Hoje, me sinto à deriva nos dolorosos e profundos mares da minha mente, e estou afundando cada vez mais.
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Diário de Ana - Os dolorosos e profundos mares da minha mente
AléatoireDiário de Ana - Os dolorosos e profundos mares da minha mente" é uma história que mergulha nas profundezas da mente de uma jovem que luta contra seus próprios demônios internos. Ana é uma pessoa introspectiva e sensível, que enfrenta uma batalha c...