O restaurante estava elegantemente decorado, com luzes suaves e um ambiente que transmitia requinte. Freen Sarocha sentava-se ereta à mesa, as mãos descansando no colo, enquanto sua mãe, a CEO renomada da empresa de investimentos que um dia Freen herdaria, ajustava os talheres de prata com precisão. A atmosfera entre as duas era sempre impecavelmente formal, como se estivessem em uma reunião de negócios ao invés de um simples jantar entre mãe e filha.
— Freen, querida, você está progredindo bem nos estudos, mas eu li o relatório do seu projeto da semana passada. — A voz de sua mãe, Sra. Sarocha, soava firme, sem qualquer traço de afeto. — Tenho que dizer, esperava mais. Os números que você apresentou não foram os melhores. Como você vai liderar a empresa dessa maneira?
Freen mordeu levemente o interior da bochecha, sentindo o peso das palavras, mas manteve a expressão serena. Ela sempre se preparava para essas conversas, sabia que a mãe raramente lhe dirigia um elogio. Mesmo que suas notas fossem altas e sua disciplina impecável, sempre havia algo que não estava "à altura". No fundo, Freen sabia que sua mãe estava sempre à procura de alguma falha para criticar.
— Eu entendo, mãe. — Freen respondeu, a voz tranquila. — Vou me esforçar mais no próximo.
Sra. Sarocha suspirou, descansando os talheres ao lado do prato sem sequer olhar para Freen.
— Você me lembra seu pai. Ele sempre era assim, complacente, achando que os outros estavam fazendo o suficiente. — Ela olhou diretamente nos olhos de Freen, o olhar frio como o gelo. — Mas nós não podemos nos dar ao luxo de sermos complacentes, Freen. Não depois de tudo o que passamos. Você não pode me decepcionar. Seu pai se foi, e agora tudo recai sobre nós duas.
Freen baixou o olhar brevemente, lembranças de seu pai inundando sua mente. Ele havia sido a figura que equilibrava as críticas incessantes da mãe com um amor suave e compreensivo. Mas desde que ele morreu, Freen sentia que tinha a obrigação de preencher o vazio que ficou na vida da mãe. Isso a desgastava, mas ela nunca rebatia, nunca dizia o quanto isso a frustrava.
— Eu sei, mãe. Vou me esforçar ainda mais. — disse Freen, sua voz calma, mas internamente, o peso dessas expectativas a afundava mais a cada dia.
— Eu espero que sim. — A mãe olhou para Freen por um longo momento, como se estivesse analisando cada palavra. — Você precisa ser a melhor. Não há espaço para falhas.
O jantar continuou em um silêncio tenso, Freen comendo lentamente, sem realmente saborear a comida. Cada encontro com sua mãe parecia ser uma sessão de cobrança, e por mais que ela tentasse, nada parecia bom o suficiente.
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Na casa dos Armstrong, o jantar era uma ocasião muito mais leve e calorosa. A mãe de Rebecca, uma mulher sempre carinhosa, havia preparado um prato simples, mas saboroso, e as duas conversavam de maneira tranquila enquanto comiam.
— Você tem se saído tão bem na faculdade, meu amor. Estou tão orgulhosa de você. — disse a mãe de Rebecca, sorrindo enquanto a filha contava sobre as aulas de Enfermagem.
Rebecca sentia-se acolhida ali, naquela mesa, sempre envolta no amor genuíno de sua mãe. Mas naquela noite, algo diferente aconteceu. No meio da conversa, o telefone de Rebecca vibrou. Ela olhou para o visor e viu o nome de seu pai. Com uma expressão tensa, Rebecca atendeu a ligação.
— Pai? Oi, tudo bem?
— Tudo bem? — A voz do pai de Rebecca soava tensa, quase irritada. — Acabei de ver os extratos das contas da faculdade. Você tem ideia do quanto isso está custando? Eu não sei se vale a pena todo esse gasto. Você precisa pensar em algo mais útil para fazer da sua vida, Rebecca.
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MAKTUB
FanfictionFreen, uma CEO bem-sucedida e mãe dedicada, e Rebecca, uma enfermeira talentosa e apaixonada pelo que faz, vivem um intenso romance enquanto enfrentam os desafios de suas carreiras e vidas pessoais. Após um divórcio tumultuado, Freen encontra em Reb...