Calmaria

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O campus estava especialmente bonito naquela tarde. O sol brilhava, mas com uma brisa fresca que fazia com que as árvores ao redor balançassem suavemente. Era um daqueles dias em que tudo parecia fluir mais tranquilamente, e as tensões da vida universitária pareciam, por um momento, estar em segundo plano. Freen e Rebecca estavam mais à vontade agora, depois de suas conversas profundas, e o laço que haviam formado estava mais claro para ambas, embora ninguém falasse sobre isso abertamente.

— Eu não sei o que é, mas hoje está tudo mais... leve. — Rebecca comentou enquanto caminhavam em direção à cantina. — Como se o dia tivesse decidido dar uma pausa nas pressões.

Freen riu baixinho, algo que Rebecca começava a gostar de ouvir cada vez mais.

— Talvez seja porque você finalmente tirou a tarde para não pensar em estudos. — Freen provocou, olhando de lado para Rebecca com um sorriso discreto.

Rebecca deu de ombros, rindo.

— Pode ser, pode ser. Mas eu sei que você também está tentando relaxar, Freen. Não finja que não precisa de um descanso às vezes.

— Eu nunca disse que não precisava. — Freen respondeu com a habitual calma, mas havia um toque de humor em sua voz. — Só não costumo admitir com frequência.

— Bem, então acho que eu sou uma má influência para você. — Rebecca brincou, empurrando Freen de leve com o ombro.

As duas continuaram a caminhar, uma leveza presente em cada passo, como se o peso das expectativas que ambas carregavam tivesse se dissipado por algumas horas. Heng e Jim logo se juntaram a elas, já que haviam combinado de pegar algo para comer antes da tarde de estudos que todos pareciam estar adiando.

— Gente, vocês estão muito zen hoje. — Jim comentou ao chegar, colocando os óculos escuros no topo da cabeça. — O que está acontecendo? Não me digam que resolveram meditar em algum jardim secreto por aí.

Rebecca gargalhou.

— Nada disso. Só estamos aproveitando o dia. Você devia tentar, Jim.

— Eu? Aproveitar o dia? — Jim fez uma expressão de falsa surpresa. — Eu sou o espírito do caos, não posso me dar ao luxo de ficar calma.

— É verdade, Jim sem caos não seria a Jim que conhecemos. — Heng entrou na conversa, pegando um refrigerante na geladeira da cantina e abrindo-o com um estalo. — Mas até você precisa relaxar de vez em quando.

Jim revirou os olhos, mas não conseguiu conter o sorriso.

— Tá, tá. Vou pegar um suco de laranja e tentar agir como uma pessoa normal por alguns minutos.

Freen, Rebecca, Heng e Jim se sentaram ao redor de uma mesa perto das janelas grandes da cantina, de onde podiam ver o movimento tranquilo dos estudantes. Rebecca sentiu um conforto que ela não experimentava há algum tempo. Estar ali, com amigos, sem pressão, sem expectativas esmagadoras, era o tipo de coisa que a fazia se sentir mais leve, mais capaz de lidar com o que quer que viesse a seguir.

— Sabe, eu estava pensando... — Heng começou, olhando para Freen com um sorriso malicioso. — A Rebecca tem sido uma boa influência para você, Freen. Eu nunca vi você tão... relaxada.

Freen lançou um olhar de advertência para Heng, mas havia um leve sorriso em seu rosto.

— Não comece, Heng. — Freen avisou, brincando.

— Ah, mas é verdade! — Jim entrou na provocação, sorrindo para Rebecca. — Desde que vocês começaram a conversar mais, a Freen tem estado diferente. Mais... humana, por assim dizer.

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