Capítulo 01

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A Praga Silenciosa

Nos céus de Drakon, as luas gêmeas brilhavam intensamente, iluminando as paisagens montanhosas do planeta com uma luz fria e espectral. A visão era estonteante para quem fosse ver pela primeira vez, mas para os habitantes do planeta, essa beleza escondia uma verdade amarga: seus dias de glória estavam contados.

Há cem ciclos, a poderosa raça Drakoniana enfrentava uma crise silenciosa, mas mortal. Suas fêmeas, outrora férteis e fortes, haviam sido atingidas por uma praga que devastara sua capacidade de procriar. A cada ano, os números de nascimentos diminuíam, e com eles, o futuro de uma civilização que havia se orgulhado de sua supremacia sobre as estrelas.

Dracon, o líder imponente dos Drakonis, estava diante de uma mesa de hologramas, analisando dados com um semblante fechado. Seu corpo, com 2,20 metros de altura e músculos esculpidos como rocha, exalava poder bruto. Suas escamas, que cobriam partes de seus braços e pescoço, brilhavam levemente com a luz das luas, revelando sua linhagem ancestral de dragões. Mas, por dentro, ele estava em guerra.

"Os números estão piorando, líder Dracon", disse Rheon, o mais velho dos cinco generais e seu irmão de confiança, com um tom sombrio. "Estamos sem opções."

Dracon respirou fundo, sentindo o peso das expectativas em seus ombros. "Opções existem, Rheon", disse ele, sua voz grave e controlada. "Nós simplesmente ainda não as exploramos todas."

Os generais ao redor da mesa trocaram olhares silenciosos. Eles sabiam a que Dracon se referia: o planeta Geminis. Era uma verdade amarga e difícil de engolir. A praga havia começado logo após a tentativa de aliança com os Geminis, uma raça mais fraca e, na visão de muitos Drakonis, manipuladora. O vírus fora implantado nas fêmeas de Drakonis por eles, como uma tentativa de forçar uma submissão. Mas Dracon se recusava a dobrar-se aos termos que os Geminis ofereciam. Eles queriam unir as duas raças, prometendo que suas fêmeas férteis poderiam ser a solução para a infertilidade dos Drakonis. No entanto, Dracon não confiava no líder traiçoeiro de Geminis.

"O conselho está pressionando para que aceitemos a aliança com os Geminis", continuou Nerya, a única mulher entre os generais, cuja força e agilidade eram lendárias. "Mas sabemos que isso nos custaria a independência."

Dracon apertou os punhos, sentindo o calor de seu dragão interior rolar sob sua pele. Ele sabia que sua raça estava à beira do colapso, mas não podia simplesmente entregar seu povo a uma raça que os havia traído tão profundamente. Ele teria que agir, e rápido.

"Eu irei a Geminis", declarou Dracon, sua voz ecoando com uma decisão firme que não deixou espaço para dúvidas. "Mas não para aceitar sua aliança. Eu irei exigir respostas."

"Você vai enfrentar o líder de Geminis sozinho?", perguntou Talon, o mais jovem dos generais e também o mais impulsivo. "Isso é perigoso."

Dracon olhou para seu irmão mais novo com um brilho determinado nos olhos. "Eu não preciso de companhia para fazer o que deve ser feito."

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