-1870-Sebastian

Primeiro beijo

Acordo sentindo minha cabeça doer,abro aos poucos os olhos,quando retomo totalmente a consciência,não reconheço onde estou,olho ao redor observando os detalhes para tentar me lembrar de algum lugar parecido mas não encontro nada em minha lembrança que possa me levar a este lugar.

Estou deitada em uma cama de casal grande e espaçosa,em um quarto grande,nunca estive um lugar tão confortável e luxuoso,sempre vivi no simples,aqui comparado onde moro é um palácio moderno e bem decorado.

A porta se abre chamando minha atenção,olho para a mesma me sentando na cama,mas logo tenho vontade de voltar a deitar quando vejo Sebastian entrando pela mesma e as memórias voltam com tudo me acertando como um soco no estômago.

Sebastian está carregando uma bandeja em suas mãos,ele se aproxima me olhando parecendo me analisar.

—que bom que acordou,trouxe comida,precisa de alimentar,está fraca—fala colocando a bandeja em cima da mesinha ao lado da cama—

—Sebastian,onde estou?—falo sentindo minha voz falhar ansiosa pela sua resposta—

Ele suspira se sentando ao meu lado na cama.

—temos muito o que conversar—fala olhando para algum ponto no chão pensativo—

—estamos noivos—fala e encolho as pernas notando que estava sem sapatos—

Abraço minhas pernas tentando me confortar.

—eu me lembro dessa parte,só não me lembro da parte que vim parar onde estou—falo olhando para um ponto imaginário no lençol da cama—

—fiz alguns acordos com seus pais...

—Rosa não é minha mãe—o interrompo—

Ele me olha curioso mas prossegue com sua fala.

—alguns desses acordos incluía que eu ficasse desde já com sua tutela,como noivo e futuro marido—fala e pisco algumas vezes tentando assimilar ao que isso significava—

—isso significa que você agora é meu responsável?—falo o encarando tentando entender a situação que me encontro—

—não só isso,agora você mora comigo,nesta casa,que é sua também,não poderia deixar você lá com eles sendo tratada da forma que estava,provavelmente não sobreviveria aos maus tratos—fala me olhando e tenho que concordar com o mesmo—

Eu não sobreviveria.

—e quais são os outros acordos?—falo pausadamente—

—nos casaremos apenas quando você fizer dezoito anos,assim vai assegurar sua saúde,garotas na sua idade para terem filhos as chances de morte são mais altas,o seu corpo ainda não está pronto para o matrimônio e gerar filhos,isso colocaria sua saúde e segurança em risco—fala me olhando nos olhos—

Também não me sinto pronta,sou grata por esse acordo.

—o último acordo,fiz com meu pai,ele terá tudo que sempre quiz em troca que eu me case com você sem interferências do mesmo—fala e desvia o olhar—

—e o que ele sempre quiz?—falo receosa—

—que eu seguisse seus passos,aprender a gerenciar sua empresa,administrar seu dinheiro,aprender tudo sobre finanças e coisas do ramo empresarial,eu nunca me interessei,sempre estive mais atento ao ramo da medicina do que empresarial,na verdade desde quando minha irmã morreu de uma doença que os médicos não conseguiram descobrir o que era,morreu sem tratamentos adequados,ela tinha apenas três anos Julie,desde ai prometi a mim mesmo que faria a mudança,que seria um médico eficiente,que estudaria medicina e me aperfeiçoaria no decorrer dos anos e que nunca deixaria acontecer o que aconteceu com minha irmã,a qualquer criança que eu cuidasse—fala e vejo a tristeza em seu olhar—