Nosso destino

ressaca.

bia narrando 🌸

Acordei 10:30, ótimo, faculdade hoje já era. Levantei, fui no banheiro, fiz minhas higienes e tomei um banho gelado pra dar aquela despertada legal, aproveitei e lavei meu cabelo que estava só o cloro, fumaça e cachaça, enfim, uma nojera. Terminei meu banho, coloquei uma roupa. Me arrumei e desci. A casa estava sendo arrumada, tinha 4 empregadas. Dei um bom dia pras meninas e fui pra cozinha,a tia ju estava lá, tomando café e lendo um jornal.

bia: bom dia ju - dei um beijo no topo da cabeça ela e ela sorriu.

ju: bom dia amor, senta aí, que cara de ressaca em - deu uma risadinha e eu ri também.

bia: só estou com sede, muita sede - peguei um copo e coloquei água pra mim - acho que eu não estou tão ruim porque ontem eu fiz um estrago, coloquei tudo pra fora - fiz cara de nojo e ela riu.

ju: o ruan me contou que você e a lara deram trabalho do cacete - hum... talibã.

bia: a lara ficou ruim? - gargalhei - eu perdi isso? Não creio! - ela riu e na mesma hora a lara apareceu com a mão na cabeça e uma cara de sono, ou melhor, de morta viva.

lara: shiu - foi na caixinha de remédios - mãe, tenho certeza que me deram uma surra ontem, eu estou toda quebrada, e bateram muito na minha cabeça viu? - nós rimos, ela pegou um analgésico e tomou.

ju: cachaça agora virou sinônimo de surra né? - ela fez deboche e a lara sentou na mesa pra tomar café.

lara: virou sim - assentiu com a cabeça e depois fez cara de dor - ai, tudo dói - choramingou.

bia: bebe mais - falo e dou um gole no meu café.

lara: ô meu deus, ó quem fala - riu da minha cara, que absurdo.

bia: estou ótima, estou pronta pra outra. - disse e sorri sínica. - mentira, não estou pronta pra outra nem tão cedo. - rimos, tomamos nosso café normalmente, a tia ju foi resolver um negócio da loja dela no shopping e a lara e eu ficamos moscando a tarde toda.

lara: ami vamos tomar um sorvete lá na praça ? - levantou-se da cama.

bia: partiu - dei uma arrumada no cabelo e saímos, tínhamos que subir um pedação pra chegar na tal praça.

lara: ali é a boca, onde os meninos ficam, digamos que ali é o seminúcleo do morro - apontou pra um beco sem saída onde no fundo tinha uma casa/ galpão, nesse beco tinha um monte de drogados, bêbados e alguns caras armados. Olhando aquilo ali imaginei como será que estão a família de alguns deles, tá que tem umas pessoa que nem ligam, mas sempre tem um que sofre por uma pessoa dependente. Saí desses pensamentos chegando na pracinha, que era muito linda e bem organizada, tinha parquinho, duas quadras, aqueles equipamentos de academia ao ar livre e uma sorveteria.

lara: vai querer o que? - me perguntou enquanto olhava o cardápio.

bia: um cascão de maracujá, limão e hortelã. - fizemos os pedidos.

lara: acredita que eu não lembro de quase nada de ontem? Se me comeram e nem sei quem foi. - soltei uma gargalhada alta.