Em uma tarde de domingo, dona Vera, uma mulher robusta e falante, lava as louças do almoço enquanto sua filha, Gabriela, recém-casada, as seca e guarda.
- Vem cá, minha filha, vem cá! Deixa esse pano de lado por um instante.
Gabriela seca as mãos no avental e se aproxima da mãe.
- O que foi, mãe?
- Quero te dar uns conselhos de mulher pra mulher, sabe? Coisas importantes pra um casamento dar certo.
- Ah, mãe, que conversa é essa? Já sou casada.
- Casada é uma coisa. Para o casamento ser feliz, minha filha, tem que saber usar as armas certas.
- Que armas, mãe?
- As armas da mulher, uai! A beleza, o jeito de falar, o carinho... E principalmente, a arte de fazer filhos e de fazer o homem te querer sempre.
- Mas estamos bem, mãe. Não precisa se preocupar.
- Você é muito tímida, minha filha. Um homem gosta de uma mulher que sabe o que quer.
- Mas o Everaldo me ama. Ele é muito bom comigo, mãe.
- Bom é pouco, minha filha. Tem que ser apaixonado. E pra isso, você tem que saber atiçar o fogo.
- Atiçar o fogo?
- É isso mesmo. Um vestido mais justo, um olhar mais provocante, um beijo mais demorado... Os homens são como crianças, precisam ser estimulados.
- Mas eu não quero ser vulgar, mãmãe.
- Vulgar? Que nada! Ser sensual é ser feminina. É mostrar pro seu marido que ele tem a mulher mais desejável do mundo. E dentro de sua prórpia casa a mulher tem fazer de tudo, não pode ter melindres de vulgaridade.
Gabriela ficou pensativa. Dona Vera completou seu discurso:
- Escuta a sua mãe, minha filha. A felicidade de um casamento está nas mãos da mulher. E você tem tudo pra ser muito feliz. Basta fazer seu marido feliz e dar a ele os filhos que ele tanto deseja. Aprenda comigo enquanto ainda estou viva.
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A mulher que queria ser sensual
Short StoryA jovem Gabriela era uma moça tímida e recém casada. Sua mãe a incentivava e ser mais atrativa para o marido e assim conseguir engravidar. Mas um fato inusitado provoca uma grande reviravolta e algo grandioso, quase trágico, acontece.