The Weeknd - Starry Eyes

Capítulo 12

Ever since I was a kid, I been legit 
Desde moleque eu sou o mesmo 

If I was you, I would cut up my wrist (dumb bi')
Se eu fosse você, eu ia me matar (puta burra)

The Weeknd (Timeless)

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Caroline sentia certo pavor às vezes em ouvir tantas vozes como naquele exato momento. A casa cheia, festa, gargalhadas, conversas, som alto. O que realmente lhe acalmava era saber que Abel estava do seu lado. Entre um copo de uísque e um baseado (único momento em que saía de perto dela para ir com os amigos para fumar fora da casa) ele estava ali, ao seu lado, apresentando-a para todos a sua volta.

_Já te apresentei a mulher mais gata dessa festa? – falou para um dos amigos que chegava na festa.
_Abby! – Carol repreendeu ele aos risos.

Sentiu aquele beijo na bochecha e não soube como, mas sentiu seu corpo se aquecer por dentro. Estava visivelmente muito feliz, mas um leve enjoo fez seu corpo retrair. Alguma mulher passou por eles com um perfume forte demais, fazendo-a instantaneamente colocar a mão na boca.

_Hei, o que houve? – abraçou-a por completo.
_Está tudo bem, digamos que... – pensou em várias maneiras de como explicar para ele que aquilo era a reação da gravidez, mas ele sequer sabia. – Se importa de eu ir ao banheiro?
_Quer companhia? – fez um sorriso safado
_Não. É bem rápido, vou só retocar minha maquiagem.

Sequer sabia onde ficava o toalete naquela casa, e pra piorar era imensa. Jurou que se ficasse mais um minuto segurando iria vomitar ali mesmo, naquele chão impecável. Com algumas pessoas lhe indicando achou e só deu tempo de fechar a porta. Quanto mais encarava aquele vaso, mais sentia seu estômago contraindo e impulsando aquele líquido viscoso. Lavou as mãos e a boca, olhou-se no espelho e ficou indagando porque estava demorando tanto para falar à ele.

Desde que chegou em Los Angeles tentou enganar a si mesma de que teria tempo suficiente, que não iria dizer logo de cara no primeiro dia. Os sintomas começavam a aparecer mais e mais, já não podia enganar. Naquela noite ele estava "leve", seria uma boa oportunidade. Toda a coragem foi por água abaixo quando chegaram no local e ele começou a ficar completamente bêbado dando gargalhadas, tropeçando nos próprios pés enquanto tentava dançar.

_Carol! Vem aqui dançar comigo – Segurou-a pela cintura.

Somente Abel bêbado para demonstrar que estavam juntos perante todos ali. Isso Carol tinha certeza, ele jamais iria falar tão abertamente assim. Sentia olhares, pessoas cochichando entre si enquanto que ele tentava no meio da dança lhe beijar.

_Como pode uma mulher como você me dar bola? – gargalhou quando perderam o ritmo da dança.
_Não quer ir para casa, Abby?
_Claro que vamos, mas quero você aqui, assim... – tentou beijá-la, mas recebeu um pequeno gesto dela tentando se afastarem.

Mesmo bêbado, Abel sabia que estava demonstrando demais. Talvez fosse a felicidade por aquela garota estar ali, ter ido vê-lo. Acontece que aquela vinda de Caroline à Los Angeles não foi boa, isso ele sentiu quando ela chegou em sua casa. Por mais que insistisse, ela negava que tinha algo errado, que estava tudo bem, mas naquele olhar... aqueles olhos... entregavam algo estranho, um segredo.

La Mar se aproximou dos dois. Tocou levemente no ombro de Caroline.

_Acho melhor a gente tentar levar ele pra casa.
_Estou tentando isso há meia hora e nada.
_Deixa comigo Carol – se aproximou de Abel. A música alta não o deixava falar baixo – Brother, tô indo pra casa. Quer uma carona?
_Não – empurrou a mão de La Mar – eu estou de carro.
_Mas desse jeito não vai conseguir conduzir.
_Eu sei o que estou fazendo, La Mar. Não enche meu saco – o empurrou de novo.