11

54 3 2
                                    

POV NATASHA

Durante os anos em que Bruce e Natasha viveram na Rússia, ela se sentiu muito solitária. O objetivo de morarem lá girava em torno dos interesses profissionais do marido, enquanto Natasha abriu mão da sua vida profissional. Ela havia se tornando o que nunca quis, uma esposa troféu. Ia em jantares de médicos, ajudava Bruce com a rotina e cuidava de tudo para ele pudesse focar no trabalho apenas. E foi isso que ele fez, nunca priorizava Natasha. 

Os finais de semana não eram melhores do que os dias de semana. Bruce estava sempre trabalhando, tinha muitos plantões ou então estava estudando para o doutorado. Quando ele finalmente se tornou doutor, ele iniciou o pós-doutorado. Bruce contou em um jantar que eles haviam remarcado por semanas, para passarem algum tempo como casal.

Aquela foi a gota d'água. 

Natasha entendeu que nunca seria prioridade  do marido. Ela havia se casado com um ano de namoro para sair de casa e viver a vida mais livremente, mas apenas trocou os problemas. Bruce nunca a tratou mal, ele provia tudo o que ela precisava, era de uma boa família, dava segurança. Mas os anos passaram e ela nunca sentiu nada forte. 

Sempre pensou ser uma bobagem a paixão, mas quando Yelena conheceu seu primeiro namorado, Natasha viu algo ali. Mesmo muito longe da irmã, ela via o brilho em seu olhar, sua empolgação, as fotos que eles tinham juntos. Yelena só conseguia sorrir e falar bem do seu relacionamento. Esperava que a irmã fosse feliz, não que acabasse como ela, frustrada.

Bruce e Natasha não tinham uma frequência alta de relação íntima. Esse não era o foco do casamento dos dois, acima de tudo eles mantinham uma amizade e respeito. Porém, quando chegava em casa depois de tentar preencher um dia inteiro, tudo o que Natasha queria era carinho, ser tocada.

O assunto do divórcio surgiu em sua mente dois anos antes de por fim acontecer. No início ela rejeitava a ideia, mas foi se acostumando com isso. Imaginar sua vida sem seu marido a fez perceber que ele nunca estava lá de qualquer maneira. Então tentava conversar, mas não conseguia chegar no assunto. Até que por fim, só entregou um papel a Bruce dizendo que não podia viver mais daquele jeito.

Quando voltou a Nova York, se sentiu em casa. Tinha muitas saudades da sua cidade, da sua família e amigos. Nunca se adaptou de verdade em Moscou. 

E então, Steve cruzou seu caminho. Era impossível não notar o homem na academia do seu novo prédio. Mais impossível ainda era resistir a ele quando a olhou. Tudo o que Natasha queria era ser vista, ouvida, sentida.

Em comparação com Bruce, eles eram como água e vinho. Steve era intenso, quente e transmitia confiança. A verdade é que mesmo comparando Steve a qualquer homem, ele se destacava, ele era diferente. Era bem mais alto que Natasha, seu cabelo sempre arrumado era castanho claro, às vezes mais loiro dependendo do momento. Tinha olhos azuis e uma barba bem cuidada. Era nítido que ele cuidava da aparência, sempre se vestia bem. Além disso tudo, ele era musculoso, suas roupas desenhavam o corpo, sem serem apertadas, mas ajustadas. 

A aparência chamava atenção, mas a personalidade de Steve podia ser ainda mais magnética. Ele era uma grande aventura para Natasha, que nunca se permitiu algo assim. Steve era sedutor e sabia de todas as suas armas. A maneira de falar, se adaptando a novas pessoas e cenários, sua maneira de se portar, ele era inabalável. O olhar e o sorriso podiam fazê-la estremecer.

Natasha sentia que Steve não queria nada sério, na conversa em que eles tocaram no assunto ele não passou perspectiva nenhuma de futuro, mas ela não podia evitar. Sabia que estava se apaixonando, era forte e a fazia se sentir viva. Estava lidando com a situação melhor do que imaginava, mas caso ele deixasse de corresponder, iria doer. 

Midnight Boy | RomanogersOnde histórias criam vida. Descubra agora