Midnight Boy | Romanogers

12

Steve ouviu ao longe o som das ondas do mar quebrando. Era um ritmo constante e uma claridade discreta o fez franzir a testa de leve. Abriu os olhos e demorou alguns segundos para lembrar de onde estava.

Hamptons.

Virou o rosto e notou Natasha deitada de lado na cama, virada de costas para ele. Todas as vezes que eles haviam dormido juntos, essa era a hora do adeus. Eles nunca ficaram para dividir o café da manhã, mas agora teriam dias à disposição.

Steve se sentou na cama, estava com a energia carregada. Geralmente acordava cedo e tinha disposição, não conseguia ficar na cama. Assim ele se levantou, indo ao banheiro e depois ao closet, vestindo roupas. Deu mais uma espiada em Natasha e saiu do quarto. Desceu no térreo e começou a explorar a casa. Era uma mansão, provavelmente pertencia a gerações da família.

Ele achou a academia mais afastada, assim como a piscina aquecida com sauna e uma quadra de tênis. Como estava frio e estava com uma camiseta de mangas curtas, Steve permaneceu dentro da casa. Voltou para a parte principal, chegando à cozinha.

Começou a preparar o café da manhã. Os utensílios eram polidos e finos, os talheres pesados, os vidros cristalinos. Daria tudo para ter nascido em uma família daquelas. Todos os seus problemas financeiros não teriam existido. Steve não teria se colocado em situações tão humilhantes, sentido a vergonha pelas escolhas.

Mas ali estava ele, usando daquele lugar, entre pessoas bem nascidas. Enquanto fazia o omelete cogitou uma vida dali para frente. Se Natasha nunca soubesse do seu lado feio, quem sabe sua vida mudasse tanto que em alguns anos ele frequentaria a casa da família nos verões e aquilo seria o normal. Todo aquele luxo e conforto era normal para Natasha.

Não era o certo. Em algum momento seu passado viria à tona. Steve parou de mexer na frigideira, olhando fixamente para a janela à sua frente com o pensamento longe. Ainda assim, aquela mentira valia a pena.

Na noite anterior Steve e Natasha tiveram uma experiência muito única. Queria fazer sexo logo de manhã com Natasha, queria repetir o dia inteiro. A verdade era que foi mais do que sexo. Steve teve um sentimento forte, um calor na sua alma. Não queria colocar em palavras, mas o mais perto que imaginava era a palavra APAIXONADO.

Tinha uma paixão correndo pelas veias, um impulso em agradá-la. Queria que ela tivesse todas as flores que encontrasse, que fosse aos restaurantes mais conceituados, que se sentisse desejada e amada. Ele daria a ela todos os orgasmos que pudesse. Queria fazê-la feliz e se sua forma mais óbvia fosse uma combinação de romantismo com sexo, ele sabia fazer de olhos fechados. Mas com ela era diferente. Não era uma fantasia, era real.

Steve ouviu um barulho vindo da escada e se virou. Natasha apareceu com os cabelos soltos e um robe preto por cima da camisola.

"Bom dia", ela disse sonolenta, vindo ao seu encontro.

Natasha o abraçou por trás.

"Bom dia", Steve largou tudo e a deu um beijo. "Está com fome?".

"Sim", Natasha deu um sorriso.

Ela era um espetáculo. Tudo nela era lindo, seu rosto tinha os ângulos perfeitos, sua boca carnuda, seu corpo convidativo. Natasha não se dava conta de quão atraente ela era.

"Estou fazendo, se puder aguardar um pouquinho", Steve a deu um selinho rápido e se virou para o fogão.

Natasha se sentou na mesa oval que havia ali, distraída pela janela. Steve finalizou tudo o mais rápido possível e Natasha colocou a mesa posta.