Cap-13 (Sussuros e Silêncios)

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Era noite, e o hospital parecia envolto em uma atmosfera de silêncio e sombras. Safrah estava na sala de espera com Dan, ambos observando o relógio na parede, cujos ponteiros pareciam se mover mais devagar a cada segundo. Ela olhou de relance para Dan, que cochilava de leve, exausto. Safrah, porém, estava tensa. Sentia uma presença incomum ao seu redor, um arrepio constante na nuca, como se estivesse sendo observada.

Ela tentou ignorar, mas, conforme a noite avançava, começou a ver figuras passando rapidamente pelos corredores. Sempre que ela se virava para olhar, não havia ninguém ali. Seria o efeito da exaustão? Ou algo mais?

Em uma dessas vezes, Safrah cutucou Dan, que despertou sobressaltado.

Dan: "O que foi? Aconteceu alguma coisa?"

Safrah (sussurrando, nervosa): "Eu... tenho certeza de que vi alguém lá fora, mas quando olho, não tem ninguém."

Dan coçou os olhos e, ainda meio sonolento, tentou tranquilizá-la.

Dan: "Provavelmente são só enfermeiros ou parentes dos pacientes. Estamos num hospital, afinal."

Safrah balançou a cabeça, sem muita convicção.

Safrah: "Eu sei, mas... tem algo estranho nisso tudo. Como se... como se alguém estivesse nos vigiando."

Dan suspirou e se levantou, esticando o corpo.

Dan: "Espera aqui. Vou dar uma volta e ver se vejo alguma coisa."

Ele saiu, e Safrah o viu caminhar pelo corredor até desaparecer de vista. Ela ficou ali, sozinha, tentando afastar a sensação inquietante, mas o medo persistia. De repente, um som suave e abafado chamou sua atenção — parecia um sussurro vindo do fim do corredor. Ela prendeu a respiração e seguiu o som, o coração acelerado.

??? (sussurrando de longe): "...alguns segredos... melhor se enterrados..."

Safrah parou, tentando focar, mas o sussurro cessou de repente. Antes que pudesse processar o que ouvira, Dan retornou, balançando a cabeça.

Dan: "Não vi nada, Safrah. Talvez você só precise descansar."

Ela apenas assentiu, mas não conseguia esquecer o que tinha escutado.

Mais tarde naquela noite, Mendes estava em casa quando seu celular vibrou. Ele pegou o aparelho, e uma mensagem anônima surgiu na tela:

Mensagem Anônima: "Alguns segredos são melhores se enterrados."

Mendes franziu o cenho, alarmado. O que aquilo significava? Quem poderia ter enviado? Ele olhou em volta, como se esperasse encontrar uma resposta no vazio do quarto. Seu instinto foi compartilhar com o grupo, mas uma sensação de medo o paralisou. E se ele fosse o próximo alvo de quem quer que estivesse por trás desses incidentes? Melhor não arriscar.

Nos dias seguintes, Mendes começou a agir de forma estranha e distante, muitas vezes absorto em pensamentos. Safrah percebeu a mudança, mas quando perguntou se ele estava bem, Mendes apenas respondeu com um sorriso forçado.

Safrah: "Você está agindo... diferente, Mendes. Alguma coisa aconteceu?"

Mendes (tentando desconversar): "Não é nada, Safrah. Só... cansaço."

Safrah tentou insistir, mas ele rapidamente desviou o assunto.

No dia seguinte, ao chegar na escola, Safrah reparou em Liar. Ela estava encostada na parede do corredor, com olheiras profundas e uma expressão visivelmente irritada. Quando Safrah se aproximou, hesitante, Liar deu um sorriso enigmático, que deixou Safrah desconcertada.

Safrah: "Está tudo bem, Liar? Você parece cansada."

Liar (com um meio sorriso): "Oh, só uma noite difícil, Safrah. Mas sabe o que dizem... noites difíceis guardam segredos pesados."

Safrah: "Segredos pesados?"

Liar apenas a encarou, como se sua resposta já estivesse implícita no sorriso.

Liar: "Às vezes, quem mais finge estar preocupado é quem mais tem a esconder."

Safrah sentiu um frio percorrer sua espinha, e as palavras de Liar ecoaram em sua mente. Ela estava insinuando algo sobre o grupo? Ou talvez até mesmo sobre Dan? Ela tentou ignorar, mas a dúvida se plantou profundamente.

Mais tarde, após o intervalo, Safrah e Dan estavam na biblioteca, tentando encontrar respostas para o mistério que os cercava. Dan folheava um livro sobre psicologia, aparentemente imerso na leitura, mas Safrah notou que ele parecia perturbado.

Safrah (tentando aliviar a tensão): "Dan, o que você acha que realmente está acontecendo? Não consigo parar de pensar nisso."

Dan (suspirando, com um olhar sombrio): "Também não. Parece que estamos presos em um jogo... onde não sabemos quem são nossos inimigos."

Antes que Safrah pudesse responder, Liar entrou na biblioteca. Ela carregava um livro grosso e lançou a eles um olhar rápido, observando-os de maneira intensa.

Liar (sussurrando, ao passar por eles): "Segredos... segredos estão por toda parte. Cuidado com o que vocês tentam descobrir."

Dan e Safrah se entreolharam, ambos claramente desconfiados. O comportamento de Liar estava cada vez mais estranho, mas sempre que tentavam confrontá-la, ela se esquivava com suas frases vagas e olhares misteriosos. Liar parecia saber mais do que dizia, e Safrah começava a suspeitar que ela estava manipulando a situação de alguma forma.

Quando Liar saiu, Dan apertou a mão de Safrah, quase como um ato instintivo de proteção.

Dan: "Ela... me deixa desconfortável. Tem algo nela que não faz sentido."

Safrah assentiu, dividida entre a desconfiança e o medo crescente.

À noite, em casa, Safrah refletia sobre tudo o que acontecera. As figuras misteriosas no hospital, a mensagem anônima que Mendes aparentemente escondia, e o comportamento perturbador de Liar... Seria possível que Liar estivesse envolvida nos segredos que rondavam o grupo? Ou estaria apenas brincando com suas mentes, criando paranoias?

Antes de dormir, Safrah pegou o celular e tentou enviar uma mensagem para Dan, mas parou antes de apertar "enviar". Ela sentia que, cada vez mais, não sabia em quem confiar, e a linha tênue entre amigo e inimigo estava ficando cada vez mais difícil de distinguir.

A última coisa que viu antes de dormir foi uma notificação que piscou em seu celular. Uma mensagem desconhecida:

Mensagem Anônima: "Às vezes, a verdade está bem diante de nós, mas nem todos são capazes de enxergar."

Com um arrepio final, Safrah desligou o celular e ficou encarando o teto escuro do quarto, sentindo que alguém, em algum lugar, estava observando seus pensamentos.

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