Cap-18 (Mãos na Parede)

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A escola estava mais quieta do que o normal. Após a reunião de emergência, os alunos pareciam mais distraídos, suas conversas fragmentadas misturadas com olhares furtivos. Mellbell, sempre curiosa e com um olhar atento, decidiu explorar um corredor pouco frequentado. Era uma área que os alunos raramente usavam, mas algo a atraía para lá.

Enquanto andava, Mellbell avistou algo peculiar. Ao se aproximar de uma das paredes, ela percebeu marcas de mãos sujas, como se alguém tivesse tocado a parede com dedos enlameados. Mas o que realmente a perturbou foi a mensagem rabiscada logo acima delas: "A verdade está mais próxima do que pensam."

Ela não hesitou em tirar uma foto com seu celular, seus pensamentos agitados. Mellbell rapidamente mandou uma mensagem para o grupo:

Mellbell: "Pessoal, vocês precisam ver isso. Estou no corredor perto do laboratório de química."

A resposta foi quase imediata, e em poucos minutos, Safrah, Dan e Jonh chegaram ao local.

Safrah: "O que você encontrou?"

Mellbell apontou para as marcas e a mensagem, seu olhar cheio de preocupação.

Jonh: "Isso é... bizarro. Quem faria algo assim?"

Dan, que havia chegado por último, franziu a testa ao ver a mensagem. Uma sensação de desconforto passou pelo grupo, e todos se perguntavam se aquilo tinha alguma relação com os eventos recentes.

Safrah: "Deveríamos limpar isso. Pode ser um truque, uma pegadinha de mal gosto."

Mas quando ela se aproximou para apagar as marcas, Liar apareceu como um gato nas sombras.

Liar: "Não faça isso."

A voz dela era calma, mas havia um tom autoritário que fez Safrah hesitar.

Mellbell: "Por que não? Isso é apenas sujeira!"

Liar: "As evidências precisam ser preservadas. E quem sabe o que isso pode significar? Às vezes, as respostas estão escondidas nas perguntas que não fazemos."

Os olhos de Liar brilharam com um misto de seriedade e um leve sorriso enigmático. A tensão cresceu no ar, e a presença dela parecia afetar Dan de uma maneira estranha.

Dan: "E você sabe o que isso significa, Liar? Se você estiver tão interessada nas evidências, por que estava na sala de enfermagem no hospital?"

O clima ficou mais denso. Liar revirou os olhos, mas seu sorriso se manteve.

Liar: "Não sou a única que tem segredos, Dan. Às vezes, a verdade pode ser muito pesada para carregar, e você pode não estar preparado para isso."

Safrah sentiu um frio na espinha. Liar estava sendo evasiva, como se estivesse jogando um jogo onde as regras mudavam constantemente. Antes que alguém pudesse responder, Dan olhou para o relógio na parede e se virou abruptamente.

Dan: "Precisamos ir para o laboratório de química. Precisamos de uma distração. Não podemos ficar aqui."

Safrah e Mellbell concordaram, mas Jonh hesitou, olhando novamente para as marcas na parede.

Jonh: "A verdade está mesmo mais próxima do que pensam? O que isso quer dizer? Se essa mensagem é verdadeira, estamos perdendo algo importante."

No laboratório de química, o ambiente era bem diferente do que o corredor sombrio. O cheiro de produtos químicos misturado com a madeira antiga das bancadas trazia um senso de normalidade. Dan começou a trabalhar em um experimento simples, tentando ignorar as tensões que se acumulavam ao seu redor.

Safrah: "O que você está fazendo, Dan? Você está agindo estranho desde a noite passada."

Dan: "Só estou tentando me distrair. E vocês deveriam fazer o mesmo."

A atmosfera estava pesada. Mellbell decidiu que era hora de desviar a conversa, tentando quebrar o clima.

Mellbell: "Ei, vamos fazer uma explosão controlada! É sempre divertido, certo?"

Jonh forçou um sorriso, mas logo seu olhar se voltou para Dan.

Jonh: "Por que você estava tão preocupado antes de chegar aqui? Você parecia... como se estivesse fugindo de algo."

A pergunta pairou no ar. Dan hesitou, e a tensão aumentou. Ele olhou pela janela, observando a chuva que ainda caía, como se estivesse procurando por algo que não conseguia encontrar.

Dan: "Nada. É apenas... uma sensação estranha. Como se algo estivesse prestes a acontecer. Não posso explicar."

Mellbell: "Como o que? O que você está escondendo, Dan?"

Ele se virou para ela, sua expressão revelando mais do que ele queria.

Dan: "Eu não sei. Só sinto que todos nós estamos sendo observados. Não apenas aqui, mas em todos os lugares. E essa mensagem na parede? Pode ser apenas o começo."

Um silêncio pesado se estabeleceu no laboratório, interrompido apenas pelo som da chuva e dos produtos químicos sendo misturados nas bancadas. A conversa os havia levado a um lugar que ninguém queria explorar, mas a curiosidade e o medo pareciam estar unidos em um laço inquebrável.

Safrah: "Então, e se nós formos os únicos a descobrir a verdade? E se... Liar estiver certa? E se o vilão estiver entre nós?"

A tensão no ar se tornava palpável. As palavras de Safrah ecoavam em suas mentes enquanto cada um deles ponderava sobre a possibilidade de que talvez, apenas talvez, a verdade estivesse mais próxima do que pensavam.

Os jovens enfrentavam uma encruzilhada de incertezas e medos, e o laboratório, com suas paredes repletas de segredos, poderia ser o lugar onde tudo começaria a se desenrolar. As marcas na parede e a mensagem deixada por um desconhecido se tornavam mais do que um mistério; eram um lembrete de que a verdade poderia ser mais obscura do que qualquer um deles estava preparado para lidar.

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