Naquela noite, Safrah esperava Dan como sempre, no ponto em que costumavam se encontrar após as aulas para conversarem e desabafarem sobre os últimos acontecimentos. Porém, ele não apareceu. Preocupada, ela tentou ligar para ele várias vezes, mas as chamadas iam diretamente para a caixa postal. A ausência de Dan começou a incomodá-la de uma forma que ela não conseguia explicar.
No meio da madrugada, quando já havia perdido as esperanças de encontrá-lo, o telefone de Safrah vibrou, exibindo uma mensagem curta: "Nos encontramos amanhã. Por favor, confie em mim."
Era de Dan.
Safrah sentiu um frio na espinha. Ela sabia que algo estava errado. Por que ele não atendeu as ligações? Por que não explicou o que aconteceu? As perguntas rodopiavam em sua mente, mas ela decidiu esperar pela manhã, ansiosa e com o sono interrompido por pesadelos sobre sombras que pareciam persegui-la.
No dia seguinte, ao chegar à escola, Safrah encontrou Liar esperando no portão. Seus olhos carregavam uma expressão de cansaço, com olheiras que sugeriam que também não tinha dormido bem. Quando Liar a viu, seus lábios se curvaram em um sorriso que Safrah não soube interpretar.
Liar: "Vejo que Dan não voltou ontem, não é? Ou vocês dois tiveram uma longa conversa até tarde?"
Safrah (franzindo a testa): "Como você sabe que ele sumiu?"
Liar (dando de ombros, evasiva): "Digamos que vi você sozinha ontem à noite. O que aconteceu? Ele não costuma fazer isso, não é?"Liar parecia mais curiosa do que preocupada, e isso apenas aumentava a desconfiança de Safrah. Ela respirou fundo, tentando ignorar o incômodo crescente, e foi em direção à sua sala, mas uma sensação estranha a acompanhava.
Mais tarde, quando a aula já havia começado, Dan finalmente apareceu na porta. Estava exausto e sujo, como se tivesse passado a noite na rua. Sua roupa amassada e os olhos vidrados, sem brilho, assustaram Safrah. Ele evitou o olhar dela, sentando-se em silêncio no fundo da sala.
Assim que a aula terminou, Safrah se aproximou dele.
Safrah (tentando conter a ansiedade): "Dan, onde você estava? Tentei te ligar a noite toda e... você parece..."
Dan (sussurrando, sem encará-la): "Eu não posso explicar agora. Só... confia em mim. Estou tentando proteger você, Safrah."Essas palavras só aumentaram o mistério e a deixaram ainda mais confusa.
Safrah: "Proteger de quê, Dan? Não faz sentido... você está estranho, como se estivesse escondendo algo."
Dan desviou o olhar, como se uma sombra o incomodasse. Ele suspirou e passou a mão pelos cabelos, em um gesto de cansaço.
Dan: "Eu sei. Mas tem coisas que você não entenderia. E agora... agora não é o momento."
Safrah (com a voz trêmula): "Então qual é o momento, Dan? Nós estávamos juntos nessa, você lembra? De repente você some, aparece assim, sem explicação, e quer que eu não questione nada? Que tipo de proteção é essa?"
Dan engoliu em seco, mas antes que pudesse responder, Liar surgiu ao lado deles, observando a discussão com um olhar atento.
Liar (com um sorriso enigmático): "O que está acontecendo por aqui? Algum segredo?"
Dan imediatamente fechou a expressão, parecendo desconfortável com a presença de Liar. Ele se afastou, murmurando algo incompreensível.
Após um silêncio incômodo, Liar olhou diretamente para Safrah, com um brilho estranho nos olhos.
Liar: "Safrah, você nunca se perguntou o que mais Dan esconde? Eu vi ele ontem à noite... saindo de um lugar onde ele não deveria estar."
Safrah (olhando assustada para Liar): "Do que você está falando? Que lugar?"
Liar: "Só um hospital. Mas ele não parecia estar lá para fazer uma visita amigável... se é que me entende."
Safrah sentiu o estômago afundar. Por que Dan estaria no hospital, e por que ele não contaria isso a ela? Será que ele estava envolvido em algo mais sombrio do que ela poderia imaginar?
Liar (com um tom de provocação): "Talvez seja melhor você abrir os olhos, Safrah. Às vezes, as pessoas mais próximas são as que mais escondem."
Com isso, Liar se afastou, deixando Safrah paralisada. O comportamento de Dan, as insinuações de Liar, e o mistério que parecia se aprofundar cada vez mais... nada fazia sentido.
Ao final do dia, Safrah encontrou Dan no corredor. Ela decidiu confrontá-lo diretamente, sem mais rodeios.
Safrah (direta e firme): "Dan, a Liar me disse que te viu no hospital ontem à noite. Por que não me contou? O que você estava fazendo lá?"
Dan fechou os olhos e suspirou, passando as mãos pelo rosto em um gesto de exaustão.
Dan: "Ela... ela te disse isso? Eu realmente não queria que você soubesse dessa forma. Eu estive lá, sim. Mas era para tentar entender o que aconteceu com Gabryel e os outros. Algo naquela noite não faz sentido... eu sinto que alguém está tentando manipular a gente, Safrah. E não sei em quem confiar."
Safrah (balançando a cabeça, confusa): "Mas por que esconder isso de mim, Dan? Eu sou a última pessoa que você deveria deixar no escuro."
Dan: "Porque eu também não tenho todas as respostas. E cada vez que nos aproximamos da verdade, parece que somos afastados por alguém... alguém que quer ver a gente se destruindo."
Safrah olhou para ele, e a insegurança estampada nos olhos de Dan apenas aumentava suas dúvidas.
Ao longo dos dias seguintes, as suspeitas apenas aumentaram. Dan continuava distante, e Liar parecia surgir nos momentos mais inesperados, observando tudo com aquele sorriso enigmático. Safrah começou a notar que as coisas que Liar sugeria sempre jogavam Dan em uma luz suspeita, e ela não conseguia mais separar o que era verdade do que poderia ser manipulação.
Liar (em um sussurro, quando a encontrou sozinha no corredor): "Sabe, às vezes, as pessoas têm segredos que nem imaginamos. Eu só quero que você se proteja, Safrah. Eu estaria ao seu lado se precisasse."
Safrah percebeu, então, que as palavras de Liar eram tão sutis quanto uma ameaça. Será que Liar sabia mais sobre o desaparecimento de Dan do que estava contando? Ou estava apenas tentando afastá-los para que algo maior se revelasse?
Agora, cada conversa, cada olhar e cada gesto parecia parte de um jogo macabro, onde não havia mais certeza. Safrah sabia que, dali em diante, precisaria ser cuidadosa. A confiança, antes sólida entre ela e Dan, começava a ruir — e Liar, ao fundo, parecia se deleitar com o caos que ajudava a semear.
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Um de nós sempre mente
JugendliteraturA história conta sobre um grupo de amigos que estão no ensino médio e acontece uma catástrofe, e eles tem que descobrir quem do grupo realmente fez isso...