𝙀𝙘𝙤𝙨 𝙣𝙖 𝙚𝙨𝙘𝙪𝙧𝙞𝙙𝙖̃𝙤

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Lizzie ficou completamente assustada com a ligação e pegou o telefone que estava escorregando de sua mão, desligando a ligação na hora. As palpitações aumentaram, o corpo começou a suar e a respiração ficou mais agitada. Ela estava em uma crise de ansiedade, algo que não acontecia desde o falecimento de seu pai, quando ficou completamente desgastada. Quem a ajudou a sair dessa foi Sidney. Lizzie encostou na parede e tentou se acalmar, colocando a mão no coração e respirando profundamente.

Depois de se acalmar completamente, ela se dirigiu para a sala e sentou-se no sofá. Estava pensativa, sem saber se deveria falar com a polícia ou não. Em vez de pensar sobre isso e se assustar ainda mais com a ligação horrenda, decidiu ir para a cozinha e terminar os biscoitos para os pais de Casey.

Depois de tudo pronto e colocado nas vasilhas bonitinhas, Lizzie saiu e foi para a casa de Casey. Quando chegou lá, bateu na porta suavemente, sem fazer muito barulho. Quem atendeu foi o senhor Becker.

Lizzie, com um olhar de lamentação, disse:

— Senhor Becker, eu vim aqui para mostrar minhas condolências pela morte de sua filha. Eu sinto muito, de verdade. Ela era uma boa amiga para mim, me ajudava muito e sempre será lembrada como uma ótima pessoa. Eu trouxe biscoitos. Posso comer com você e a senhora Becker, se quiserem.

O senhor Becker já estava chorando depois de ouvir as condolências de Lizzie. Ele enxugou as lágrimas com a manga da camisa e tentou sorrir, mas a dor era evidente em seus olhos.

— Ela era uma boa garota, não fazia mal a ninguém e não tinha inimigos. O que fizeram com o corpo da minha filha foi horrível.

Lizzie entregou os biscoitos ao senhor Becker, que os aceitou com um aceno de cabeça. Ela entrou na casa e sentiu o peso da tristeza no ar, enquanto o senhor Becker a guiava até a sala.

Lizzie entrou e se encaminhou para a sala. Já conhecia o caminho, pois tinha vindo algumas vezes com Casey, mas não tantas assim. Lizzie viu a senhora Becker sentada em uma poltrona, com os olhos fundos de tanto chorar e um semblante horrível. Lizzie se sentiu mal ao vê-la assim. Casey era a única filha do casal, e eles a perderam de uma forma horrível.

— Eu sinto muitíssimo pela sua perda, senhora Becker. Sinto muito mesmo.

A senhora Becker assentiu em silêncio.

O senhor Becker entrou na sala com três copos e uma garrafa. Lizzie acreditava que ele tinha ido à cozinha pegar refrigerante para acompanhar os biscoitos.

Lizzie começou a abrir as vasilhas e colocou os biscoitos em uma mini mesinha.

Papo vai, papo vem, Lizzie perguntou se Casey tinha falado sobre alguém ou se estava com medo de algo, mas os pais dela não sabiam de nada. Depois de uma longa conversa, Lizzie saiu da casa dos Becker e estava a caminho de sua casa. Já estava ficando escuro.

Ela só queria chegar logo em casa para pensar ou talvez tentar descobrir mais coisas. Pelo menos, na casa dos Becker, ela conseguiu esquecer a ligação horrenda por um tempo.

Não havia quase ninguém na rua. Antes já era assim, mas depois desse assassinato, as ruas ficaram ainda mais desertas.

Estava meio frio nesse final de tarde, e ela não tinha trazido nenhum casaco, pois estava fazendo calor quando saiu. Ela virou em uma parte da rua que estava vazia e quase escura. Lizzie sentiu um frio na espinha, mas mesmo assim começou a caminhar. Aquele era o caminho mais rápido para ir para sua casa, e ela já tinha passado por ali mais cedo, quando foi à casa dos Becker, e estava tudo tranquilo.

Lizzie caminhou, mas começou a ouvir barulhos, o que fez seu coração disparar. Ela queria apenas chegar em casa. Cada passo parecia ecoar na rua deserta, e ela sentia como se estivesse sendo observada. Os barulhos ficaram mais altos e vinham de uma lixeira. Mesmo com um pouco de medo, Lizzie caminhou até ela e abriu. De lá, saíram um rato e um gato, fazendo-a soltar um suspiro de alívio.

Chegando praticamente na rua de sua casa, Lizzie decidiu que, depois da aula amanhã, iria visitar Tatum, sua amiga. Tatum tinha ligado para ela falando sobre a morte de Casey; talvez ela soubesse de algo, já que conhece todo mundo na cidade.

Quando estava quase na varanda de sua casa, Lizzie viu Billy sentado na escadinha, olhando para o nada.

— Billy, o que está fazendo aqui?  — perguntou Lizzie.

Sidney e Billy já namoraram, mas o relacionamento não deu certo porque Sidney descobriu que Billy era completamente obcecado por outra menina. Apesar disso, Sidney e Billy continuaram amigos, e nosso grupinho permaneceu unido. Billy foi quem mais apoiou Sidney quando a mãe dela morreu no ano passado.

— Eu não posso mais vir te ver? — questionou ele, pegando um saquinho de biscoito e começando a comer. — Onde você estava? Fiquei aqui por horas e sua mãe disse que também não sabia — disse Billy.
Lizzie caminhou até as escadas da casa e sentou-se ao lado de Billy.

— Eu fui na casa dos pais da Casey para prestar minhas condolências — respondeu.
Billy respirou profundamente e disse — Uma pena que tenha acontecido aquilo com ela, ela não merecia.
Lizzie, olhando para o chão, disse  — Realmente, ela não merecia.
 
Billy mudou de assunto e sugeriu. — Vamos fazer uma festa no final de semana. Se quiser aparecer, vai ser bom para todos.

Lizzie respondeu — Vou pensar.
Ela se levantou e disse —
Acho que já está na hora de ir. Está ficando tarde. — Billy também se levantou, olhou-a de cima a baixo e deu um sorriso de canto — Só porque você pediu.
Ele pegou a mão de Lizzie e disse  — espero te ver lá.

Lizzie sorriu levemente, sentindo uma mistura de emoções. Enquanto caminhava de volta para dentro de casa, ela não conseguia parar de pensar na festa e no que poderia acontecer. A noite estava apenas começando, e Lizzie sabia que o fim de semana traria muitas surpresas.

Sussurros de Woodsboro - Ghostface Onde histórias criam vida. Descubra agora