Capítulo 7

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Marvin Orlok

Ela está sentada na beira da cama, seus olhos enormes fixos em mim, como uma presa hipnotizada pelo predador.

— Marvin — ela sussurra, sua voz tremendo levemente — quem... o que vocês são exatamente?

Um sorriso cruel se forma em meus lábios.

— Minha doce e ingênua Mahina — ronrono, minha voz uma mistura de seda e veneno — você realmente quer saber? Afinal, após o teste, você perderá toda a memória desses dias. Mas já que insiste...

Levanto-me com uma graça sobrenatural, as sombras parecendo se mover comigo. Circundo Mahina lentamente, saboreando seu desconforto.

— Eu, minha querida, sou um vampiro. Dael, aquela criatura de pedra que você tanto teme, é uma gárgula. Lucci, com seu charme celestial, nada mais é que um anjo caído. Calb, bem, ele é a personificação do inferno, um demônio. Linus, com suas caudas sedutoras, é uma raposa de nove caudas. E Syrius, ah, ele é um dragão em forma humana.

Mahina engasga, seus olhos se arregalando ainda mais. Posso ouvir seu coração acelerando, o sangue correndo mais rápido em suas veias. Intoxicante.

— E o reino? — ela pergunta, sua voz mal passando de um sussurro. — Você poderia me mostrar?

Solto uma risada fria, o som ecoando pelas paredes de pedra do quarto sombrio.

— Oh, minha curiosa Mahina — digo, inclinando-me para mais perto, meus lábios quase tocando sua orelha — você realmente quer mergulhar nas profundezas da escuridão? Muito bem, vamos dar um passeio pelos recantos mais sombrios da minha memória. Mas lembre-se, querida, a curiosidade matou o gato... e você não é nem de longe tão ágil quanto um felino.

Com um gesto teatral e um sorriso sarcástico, manipulo a realidade ao nosso redor. Mahina observa, seus olhos arregalados de fascínio e apreensão.

Transporto-nos para os territórios de Dingyh, um mundo dividido em sete reinos. Cada um deles, uma obra-prima de crueldade e beleza mórbida aos meus olhos.

— Vamos começar pelo sudeste, o território das raposas de nove caudas e lobisomens. Bem-vinda à nossa primeira parada: a Floresta dos Raposos de Nove Caudas, ou como a chamávamos, Mistruit.

O cenário se materializa: árvores retorcidas formam arcos naturais, criando corredores sombrios. Um tapete de flores em tons de roxo e rosa cobre o chão. No centro, um castelo com torres espiraladas se ergue imponente.

— Vê aquelas florestas densas? Perfeitas para caçadas sangrentas. Os gritos das presas ecoando entre as árvores são como música para meus ouvidos. Parece encantador, não é? — pergunto, meu tom carregado de ironia. — Mas deixe-me mostrar como um vampiro realmente vê este lugar.

Gesticulo para as árvores.

— Vê esses corredores sombrios? Perfeitos para emboscadas. O tapete de flores? Para mim, nada mais é que um mar de sangue coagulado sob o luar. E aquele castelo "majestoso"? Uma fortaleza patética, facilmente infiltrável por alguém com minha... astúcia.

Mahina estremece visivelmente.

— Marvin, isso é... perturbador.

Dou de ombros, indiferente.

Mahina estremece visivelmente, mas continuo, meu tom carregado de prazer sádico.

— Ao sul, temos as gárgulas. Um lugar gelado, sim, mas o frio preserva os corpos tão bem... Imagina a coleção que poderíamos fazer, minha cara?

Seis luas | Monster Romance & Harém reversoOnde histórias criam vida. Descubra agora