Capítulo 5: O Jogo do Silêncio

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O silêncio dentro do carro era esmagador. Sara sentia o peso da tensão que pairava no ar, enquanto olhava fixamente pela janela, tentando entender o que estava acontecendo. Cada quilômetro percorrido parecia aumentar a distância entre ela e o mundo familiar que conhecia, enquanto a noite envolvia a estrada e as luzes da cidade ficavam para trás.

Ela queria falar, perguntar para onde estavam indo, mas as palavras pareciam presas em sua garganta. O controle de Jungkook sobre a situação era tão absoluto que ela sentia que qualquer tentativa de resistir seria inútil. A presença dele ao seu lado, imóvel, mas carregada de poder, fazia com que seus pensamentos se embaralhassem.

Jungkook dirigia em silêncio, seu olhar focado na estrada à frente, mas o ambiente ao redor estava carregado de uma eletricidade palpável. Ele não precisava dizer nada; o simples fato de estarem juntos naquele espaço fechado fazia com que o coração de Sara batesse mais rápido. O carro deslizava suavemente pelas ruas desertas, até que finalmente saíram da cidade, entrando em uma estrada isolada.

Sara olhava para a escuridão à sua volta, o ambiente se tornando cada vez mais desconhecido e misterioso. Não havia mais luzes de prédios, nem sons da cidade. Apenas o barulho suave dos pneus contra o asfalto e o som abafado da respiração dela, que começava a acelerar.

Depois de alguns minutos, o carro diminuiu a velocidade. Ela virou o rosto, observando enquanto Jungkook manobrava o veículo por uma trilha de terra que levava a uma cabana escondida entre as árvores. Era isolada, envolta por uma densa floresta, longe de qualquer vestígio de civilização.

Assim que o carro parou, o silêncio se intensificou, apenas o som dos motores ainda ecoando. Jungkook desligou o carro, mas não se moveu imediatamente. Sara sentiu a tensão aumentar, o coração acelerado no peito. Ela sabia que estava prestes a cruzar uma linha, mas não tinha certeza de onde isso a levaria.

Finalmente, Jungkook saiu do carro, caminhando até a porta do lado dela e a abriu. Ele não disse uma palavra, mas o gesto foi claro. Ela deveria segui-lo. Com o coração martelando, Sara saiu do carro, sentindo a brisa fria da noite contra sua pele, enquanto seus olhos ajustavam-se à escuridão ao redor.

Ele a guiou até a cabana, a madeira da porta rangendo levemente quando ele a abriu. O interior era rústico, mas acolhedor, iluminado apenas por uma lareira no canto, que lançava sombras dançantes pelas paredes. O calor contrastava com o frio do lado de fora, mas a verdadeira chama parecia estar entre eles.

Assim que Sara entrou, mal teve tempo de respirar antes que Jungkook se movesse rapidamente. Com um movimento firme, ele a puxou pela cintura, aproximando seus corpos em um gesto cheio de intenção. O toque dele era quente, suas mãos firmes, e o choque do contato imediato fez o ar escapar de seus pulmões.

Ela ergueu o olhar para ele, o coração disparado, e viu a intensidade nos olhos dele. Havia algo feroz, quase predatório, naquele olhar, como se Jungkook estivesse lutando para manter o controle que ele sempre parecia ter.

— Você sabia que isso iria acontecer, não sabia? — A voz dele era baixa, quase um sussurro, mas carregada de autoridade.

Sara tentou responder, mas as palavras falharam. Ela estava presa na intensidade daquele momento, perdida entre o desejo e o medo do que viria a seguir. Jungkook estava tão perto que ela podia sentir o calor que emanava dele, o cheiro amadeirado e masculino que a envolvia.

Ele inclinou o rosto, os lábios a poucos centímetros dos dela, os olhos nunca deixando os seus. A tensão entre eles era quase insuportável, como se cada segundo fosse uma corda sendo esticada até o limite.

— Eu te avisei, Sara... — Ele continuou, a voz um pouco mais rouca, o tom mais grave. — Ficar perto de mim significa entrar no meu mundo. Não há volta.

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