Changeling

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"Na crença popular, um Changeling é a prole de uma fada, troll ou outra criatura lendária que foi deixada secretamente para viver entre os humanos, às vezes para trocarem essa prole por uma criança humana, mas outras vezes por motivos muito mais sombrios e misteriosos."

(Em francês: Changelin ou changeon, e, em inglês: Changeling)

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Dumbledore não parecia ter consciência de que acabou de pisar em uma rua onde tudo, desde seu nome às suas botas, era malvisto. Estava ocupado demais tirando a poeira quase invisível de sua capa, procurando por alguma coisa, parecendo ter consciência de que estava sendo vigiado. Um miado ao fundo o fez erguer a cabeça rapidamente, a visão do gato arrancando um sorriso em seus lábios. O velho deu uma risadinha e murmurou: "Eu devia ter imaginado".

O velho tirou um objeto do interior de seu bolso, algo que lembrava muito um isqueiro trouxa de prata, e o ergueu no ar, abrindo-o.

O lampião da rua mais próximo se apagou com um estalido seco. Dumbledore ergueu o objeto novamente, e mais uma vez, até que todas as luzes acesas na rua desaparecessem. Se alguém espiasse pela janela agora não poderia ver nada do que estava acontecendo na calçada. O grande mago guardou o "apagueiro" de volta em seus robes e caminhou tranquilamente até a casa número quatro, onde se apoiou contra a parede ao lado do gato que o observava.

– Imaginei que encontraria a senhora aqui, professora McGonagall. – Ele disse em voz alta, virando-se para sorrir para o gato, mas o animal desapareceu.

Em vez disso, o mago viu-se sorrindo para uma mulher de expressão severa, que usava óculos de lentes quadradas, exatamente do formato das marcas que o gato tinha em volta de seus olhos antes. Sua capa era esmeralda, os cabelos negros e lisos estavam presos em um coque apertado, que a deixava com um aspecto ainda mais profissional e severo.

– O que me entregou? – Perguntou a mulher, tentando diluir sua raiva em uma conversa fiada.

– Minha cara colega de longa data... Eu nunca vi um gato sentar tão rígido antes. – Dumbledore respondeu em tom divertido.

– O senhor estaria rígido se tivesse passado o dia enfrentando as coisas que tive que enfrentar hoje! – Respondeu a mulher em tom defensivo, seus olhos brilhando em um tom tão verde quanto a capa que usava.

– O dia todo? Quando poderia estar comemorando? – Dumbledore ergueu as sobrancelhas, fingindo estar impressionado. – Devo ter passado por mais de dez festas e banquetes a caminho daqui.

Minerva se viu aborrecida.

– Ah sim, todos estão comemorando. Era de se esperar que fossem um pouco mais cautelosos, mas até os trouxas notaram o que está acontecendo, apareceu na pequena engenhoca de notícias deles. – Ela indicou com a cabeça para a sala escurecida dos Dursley. – Eu ouvi muito. Bandos de corujas, estrelas cadentes, ora eles não são completos idiotas, seria uma lástima que no dia da maior vitória que tivemos também se tornasse o dia de nossa ruína por conta de excesso em extâse.

– Você não pode culpá-los. – Dumbledore tentou ponderar, educadamente. – Muitas espécies tiveram muito pouco o que comemorar nos últimos onze anos, crianças nasceram sem nunca ter conhecido felicidade.

Quando o mais experiente notou a expressão no rosto da colega, ele rapidamente soltou um feitiço de silêncio, e logo Minerva falava, agitando as mãos no ar com empolgação e indignação.

– Ora, eu sei disso! Mas não é razão para perdermos a cabeça! As pessoas estão sendo completamente descuidadas, féericos saindo à plena luz do dia! Vampiros nas ruas, no sol! Bruxos caminhando com robes, sem nem ao menos vestir roupas trouxas, espalhando boatos desnecessários!

Hogwarts: Escola mágica para criaturasOnde histórias criam vida. Descubra agora