Amor Proibido

5 - O Peso da Resseca

O despertador soou como uma explosão nos ouvidos de Faye. Sua cabeça pulsava de dor, e a luz que entrava pela janela só tornava tudo mais difícil. Tentou se lembrar da noite anterior, mas era como se pedaços da memória tivessem sido apagados.

— Nunca mais eu bebo assim… — murmurou, se arrastando da cama para o banheiro.

Deu uma rápida olhada no espelho, vendo o rosto cansado e o cabelo despenteado. Um banho frio a ajudou a acordar, embora não aliviasse a dor de cabeça que martelava incessantemente. Vestiu-se com pressa, uma camiseta e jeans básicos, e saiu para a escola, torcendo para que ninguém percebesse seu estado.

Quando chegou no pátio, sentiu os olhares das amigas se voltando para ela, com um brilho de diversão no olhar. Marissa foi a primeira a se aproximar, os braços cruzados e um sorriso travesso.

— Bom dia, estrelinha! Dormiu bem? — provocou.

Faye estreitou os olhos.

— O que vocês estão rindo? Eu só bebi um pouquinho…

Marissa e as outras amigas explodiram em risadas.

— "Um pouquinho"? — Marissa perguntou, entre risadas. — Faye, você e a Yoko dançaram tão juntinhas que parecia que não existia mais ninguém na festa.

O rosto de Faye ficou vermelho instantaneamente.

— Eu e a Yoko? — Ela piscou, surpresa. — Dançando? Juntas?

— Coladinhas! — acrescentou Tanya, rindo.

A mente de Faye vasculhava a noite anterior, mas a lembrança parecia estar fora de alcance. Sentiu um misto de vergonha e curiosidade. Quando estava prestes a tentar mudar de assunto, Yoko apareceu. Ela se aproximou, com aquele sorriso calmo que Faye estava começando a reconhecer.

— Bom dia, Faye. Dormiu bem? — Yoko perguntou, os olhos cintilando como se soubesse exatamente do que as outras meninas estavam rindo.

— É… mais ou menos — respondeu Faye, tentando parecer casual.

As amigas continuaram a provocá-las, mas Faye, apesar do desconforto, gostou de ter Yoko por perto. Quando o sinal tocou, as duas foram para a sala juntas e se sentaram lado a lado. A timidez de Faye foi cedendo aos poucos, e a conversa entre elas fluiu de maneira leve.

Durante a aula, Faye tentou disfarçar sua curiosidade, mas não conseguiu se conter.

— Então… A gente realmente dançou juntas? — perguntou, de repente, virando-se para Yoko.

Yoko deu um sorriso de canto, um pouco envergonhada.

— Sim, Faye, a gente dançou juntas. — Ela riu. — Mas não se preocupe, não foi nada demais. Só… divertido.

Faye riu, aliviada, mas sentiu o rosto esquentar novamente. A companhia de Yoko era confortável, e as provocações das amigas, embora constrangedoras, só faziam o interesse crescer dentro dela.

Quando as aulas finalmente terminaram, Faye pegou seu material e se despediu das amigas. Estava quase indo para casa quando viu Yoko se afastando em direção ao portão.

— Yoko! — chamou, apressando o passo para alcançá-la. — Tá indo embora?

Yoko parou e assentiu.

— Sim. Por quê?

Faye deu um pequeno sorriso.

— A gente ainda tem aquele trabalho pra fazer, lembra? Você quer uma carona? Podemos fazer na minha casa. Se quiser, podemos chamar a Charlote e o pessoal também.